Presidente do Comitê Sinos fala sobre o trabalho da entidade

por danielesouza — última modificação 16/10/2020 20h02
18/06/2013 - A convite da Comissão de Meio Ambiente, integrada por Enfermeiro Vilmar (PR), Naason Luciano (PT) e Roger Corrêa (PCdoB), o presidente do Comitê Sinos, Arno Kayser, participou da sessão desta terça-feira, 18. Ele explicou o funcionamento do comitê e a importância de suas ações.
Kayser, do Movimento Roessler, salientou que o Rio Grande do Sul foi dividido em 25 bacias. “Uma bacia hidrográfica é um território formado pelos pontos mais altos de uma paisagem onde se recolhe toda a água da chuva, que vão então correr até atingir o ponto mais baixo.” Segundo ele, numa bacia hidrográfica ocorrem diversas atividades, e tudo se reflete na qualidade da água que chega ao rio.  
 
Segundo Kayser, o Rio dos Sinos tem 200 quilômetros, mas a malha hídrica conta com quase 4 mil quilômetros. Entre seus usos, destacam-se abastecimento de pessoas e de indústrias, mineração de areia e pedra, agricultura e descarte. “Tudo é fundamental para o desenvolvimento econômico. O principal insumo do curtume, por exemplo, é a água.” Contudo, os diversos usos e o crescimento da população implicam redução da qualidade e, em muitas vezes, na quantidade da água. O Comitê Sinos, explicou Kayser, foi criado em 1988 devido a necessidade de se negociar o uso dessa água. Além disso, o Comitê Sinos define as prioridades para a gestão das águas. 
 
Perguntas dos vereadores 
 
Patrícia Beck (PTB ) perguntou qual o maior poluidor hoje do Rio dos Sinos. Segundo Kayer, é o esgoto cloacal. Gilberto Koch – Betinho (PT) pediu para que Kayser explicasse a importância do plano de bacias. “O plano define o que fazer para se melhorar a qualidade das águas. Ele também vai dar parâmetros aos órgãos locais sobre o licenciamento ambiental”, frisou. Roger Corrêa (PCdoB) lembrou que as cidades geralmente se desenvolvem em torno dos rios. “Quando o rio está poluído, isso incinde sobre a saúde da população como um todo.” O vereador perguntou como o Comitê Sinos percebe a questão da educação ambiental e as políticas públicas. Kayser afirmou que a educação ambiental é muito importante. “O Rio dos Sinos é um dos mais poluídos do Pais, e isso decorre muito de uma visão distorcida de desenvolvimento.
 
Desde 1990, o Comitê Sinos tem um programa de educação ambiental. Esta é a estratégia mais importante: fazer a mudança começando pelas pessoas mais jovens. Não adianta ter programa de coleta de lixo se as pessoas não separam os resíduos, por exemplo.”  
 
Enfermeiro Vilmar (PR) perguntou qual o investimento que o governo do Estado repassou para a Bacia do Rio dos Sinos. “Os investimentos são diversos, como em saneamento, mas acho que deveria haver mais. A área mais carente é a fiscalização. Sou técnico da Fepam e vejo que temos muitas dificuldades lá dentro para fazer a fiscalização”, frisou Kayser. Raul Cassel (PMDB) disse acreditar que muitas empresas ainda jogam lixo nas margens do rio. “Qual a visão de vocês sobre esse assunto?”, questionou. “Sem dúvida, é um dos problemas que ainda temos na nossa região, dar um destino adequado pressupõe o trabalho de um profissional e ainda muita gente opta pelo caminho mais barato. É uma das questões nas quais temos que evoluir. Isso exige ainda um grande movimento das administrações e da comunidade, cobrando das empresas que deem um destino correto”, disse Kayser. Ele frisou, contudo, que já houve grande evolução. E que denúncias podem ser feitas na Secretaria de Meio Ambiente e, em casos de emergência, a Brigada Militar pode ser acionada. “Em último caso, a Promotoria Pública.” 
 
Sergio Hanich (PMDB) destacou as dificuldades dos municípios em lidar com entulhos. “Quando se abre uma rua, onde se leva o material? E o resultado de podas de árvores? De incêndios? Eu parto do princípio de que os municípios deveriam definir áreas para fazer um tratamento qualificado.” Kayser apontou que os resíduos são um tema importante e delicado, destacando que há diversos tipos. “Temos que ter uma política para tudo isso. Exige um trabalho integrado. Toda essa intervenção deve ser pensada. Hoje, a Lei de Resíduos Sólidos obriga os produtores a receber seus resíduos, como pilhas e lâmpadas. As empresas são obrigadas a dar um destino. Isso pode incentivar a produzir materiais menos tóxicos.” 
 
Saiba mais sobre o Comitê Sinos: http://www.comitesinos.com.br/

 

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