Presidente do Banco de Alimentos fala sobre o trabalho desenvolvido

por tatianelopes — última modificação 16/10/2020 20h02
06/11/2012 - A convite do vereador Jesus Maciel (PTB), o presidente do Banco de Alimentos da Região do Calçado, Antonio Elton Zart, falou na tribuna na sessão desta terça-feira, dia 6 de novembro. Ele iniciou a exposição destacando dados mundiais e locais sobre a fome. Segundo a ONU, 2 milhões e quinhentas mil crianças morrem de fome no mundo. Além disso, uma em cada oito pessoas estão desnutridas.

Zart ressaltou ainda que na América Latina e Caribe, 49 milhões de pessoas passam fome. No Brasil, houve uma redução no índice, mais ainda 13 milhões de brasileiros não têm o que comer. No Rio Grande do Sul, 1 milhão 280 mil pessoas sofrem com a fome, enquanto,
de acordo com o DMLU, 162 toneladas de alimentos são desperdiçados.

De acordo com Zart, o Banco de Alimentos surgiu para minimizar tamanho desperdício. “É comida boa, verduras, frutas com um cantinho machucado, o que sobra nas panelas dos refeitórios industriais, restaurantes e hotéis. São alimentos bons que vão para o lixo, enquanto crianças, adultos e idosos, passam fome. Isso é inaceitável. Além disso, ainda há uma lei que proíbe que esses alimentos sejam doados”, disse, ressaltando os desafios do grupo.

O que é um Banco de Alimentos

Em 2000, de acordo com Zart, foi criado o primeiro Banco de Alimentos do Estado, em Porto Alegre. “É uma ação empresarial que surgiu dentro da Fiergs. O objetivo é arrecadar e distribuir alimentos”, disse. Ele lembrou que, atualmente, na Capital gaúcha, há uma rede com 7 bancos em funcionamento. Atuamos como neutralizadores desse problema da fome.”

Em Novo Hamburgo, embora o prédio tenha sido inaugurado no ano passado, o grupo já possui dois anos de atuação. Segundo ele, o Banco de Alimentos da Região do Calçado, que abrange os municípios de Novo Hamburgo, Campo Bom, Sapiranga e Estância Velha, possui condições de armazenar duas toneladas de alimentos. “Distribuímos, mensalmente, 15 mil quilos de alimentos para 38 entidades dessa região, sendo 47% da arrecadação doada para NH. Ao todo, são cerca de cinco mil pessoas beneficiadas.”

Zart registrou que tudo é feito com responsabilidade. “Temos um convênio com a Universidade Feevale, cursos de gastronomia e nutrição, além de um nutricionista. Precisamos ter certeza que o alimento está em perfeita condição”, disse. Ele relatou que as doações são feitas diretamente para as entidades cadastradas. “Não fazemos entregas de cestas básicas diretamente”, frisou.

O Banco de Alimentos se mantém com a ajuda de mantenedores: pessoas físicas e jurídicas que fazem doação em alimento e em dinheiro para custear gastos com aluguel, luz e água, por exemplo.

Requisitos para cadastramento

Vladi Lourenço (PP) perguntou os requisitos para as entidades se cadastrarem. Zart lembrou que não basta o alvará ou a inscrição no CNPJ. “A equipe do banco vai pessoalmente conferir como se dá o funcionamento da entidade.” Segundo ele, são visitadas por pessoas do banco de alimentos para fazer o cadastro. Ele ressaltou que Adefi, Adevas, AMO, Asbem e Apae são algumas das beneficiadas em Novo Hamburgo.

Jesus Maciel agradeceu a exposição e disse que a participação foi para divulgar o trabalho, incentivando a doação de alimentos.

Luiz Carlos Schenlrte (PMDB), além de parabenizar pela iniciativa, pediu que divulgasse outras formas de contato para doações. Zart mencionou o telefone: 3527-0044 ou 3593-2833.

O presidente Gilberto Koch (PT) agradeceu a participação e enfatizou a importância do trabalho desenvolvido.