Prefeito apresenta números sobre a saúde em Novo Hamburgo

por danielesouza — última modificação 16/10/2020 20h02
13/06/2013 - O prefeito de Novo Hamburgo, Luis Lauermann, participou da sessão desta quinta-feira, 13, para apresentação e avaliação dos primeiros meses de governo, conforme determina a Lei Orgânica Municipal. A saúde foi um dos principais temas abordados.

Lauermann iniciou sua fala salientando a importância do diálogo entre os poderes e com a sociedade em geral. “Nós, que representamos a continuidade de um projeto político, tivemos, na gestão anterior, a criação do orçamento participativo e a lei de eleição direta dos diretores de escolas”, disse.

 

 

Saúde

 

O prefeito ponderou que o grande desafio hoje é a universalização do acesso à saúde. Ele lembrou a criação de equipes de saúde da família na gestão anterior, entre outras melhorias. “Nosso governo pretende fazer um processo para novo concurso e, a partir desse concurso, teremos a contratação de médicos, enfermeiros, técnicos em enfermagem, assistentes e agentes de saúde para mais 17 equipes de saúde da família”, afirmou. Segundo Lauermann, este mês também será lançado o edital para a licitação de uma nova UPA.

 

Sobre o hospital municipal, o prefeito salientou que os objetivos de sua gestão incluem a reforma na UTI e no centro obstétrico e a ampliação das habilitações junto ao SUS, para a realização de cirurgias endovascular e de traumato-ortopedia, além da ampliação de cirurgias de emergência e urgência. Lauermann revelou que o Ministério da Saúde está destinando R$ 3 milhões para o hospital hamburguense, sendo R$ 1,5 milhões para reformas e R$ 1,5 para aquisição de equipamentos de imagem. Por fim, ele frisou que outra meta é a construção de um segundo anexo, orçado em R$ 12 milhões, para aumentar o número de leitos e de blocos cirúrgicos. “Acreditamos na possibilidade de nossa cidade ter a conquista desse recurso.”

 

 

Números

 

O prefeito destacou que são atendidas mensalmente nas unidades básicas de saúde 23 mil pessoas. São, ainda, 8,5 mil pessoas atendidas mensalmente em especialidades. “A UPA, no último mês, atendeu quase 6 mil pessoas.” Hoje, a fila para cirurgia de cataratas tem 160 pessoas. Foram contratados, por convênio, 120 cirurgias a ser realizadas até o final de agosto. Para amenizar a grande demanda de cirurgias de traumatologia, estão sendo buscados convênios e verbas. Há ainda uma fila significativa (cerca de 1.000 pessoas) para cirurgias vasculares. Nos próximos meses, a metade deverá ser atendida.

 

 

Desenvolvimento econômico

 

Uma das ações citada pelo prefeito foi a potencialização da Fenac. “É um equipamento que permite realizar feiras e eventos e promover o turismo de negócios.” Ele destacou também a possibilidade de pequenos empreendedores participarem de feiras calçadistas através do estande municipal e a instalação do microcrédito. Lauermann também comemorou o crescimento contínuo na geração de empregos na cidade.

 

 

Educação

 

Geral -capa.JPGO prefeito apontou que o Pacto pela Aprendizagem, iniciado na gestão anterior, reduziu o índice de repetências. Ele afirmou que o programa Mais Educação está sendo ampliado: hoje, 80% dos alunos contam com atividades no contraturno, e a meta é chegar a 100%. “Temos várias escolas de educação infantil em construção”, disse, estimando que serão entregues no próximos anos 16 novas escolas de educação infantil, mantendo NH na lista de cidades com menores índices de déficit de vagas. “No segundo semestre, será feita a licitação, por parte do governo do Estado, para construção da escola técnica no bairro Santo Afonso.” Outro objetivo é a construção de cinco escolas de ensino fundamental com o intuito de superar problemas de infraestrutura dos prédios existentes, e mais 13 quadras poliesportivas, além da inclusão de mais 10 escolas no programa Escola Aberta.

 

 

Outros temas

 

O prefeito falou sobre diversas melhorias que estão sendo realizadas na área de saneamento, e disse que está buscando recursos para que 100% do esgoto receba tratamento. “E foi iniciada agora uma obra que vai aumentar em 30% o volume de água tratada pela Comusa”, frisou. Na questão do desenvolvimento social, ele citou a importância da Fábrica da Cidadania, do CataVida e do Pronatec, entre outras iniciativas. “Queremos ampliar as atividades culturais na nossa rede de ensino”, salientou, destacando também iniciativas de urbanização e segurança e a importância da busca de recursos para a realização das melhorias necessárias, como a construção de novas pontes para substituir as estruturas precárias.

 

 

Falas dos vereadores

 

Enfermeiro Vilmar (PR) aproveitou a oportunidade para fazer um pedido: uma atenção especial ao Samu. “Teria a possibilidade de fazermos uma parceria com o governo federal para uma regulação própria no município, pois o tempo de resposta seria mais rápido e aumentariam as chances de salvar uma vida?”, perguntou.

 

Gerson Peteffi (PSDB), que é médico da rede pública, disse que muitos de seus colegas estão desmotivados, e um dos motivos é a grande diferença nos salários entre os profissionais. Ele disse que as equipes de saúde da família são importantes, mas destacou que é preciso concurso que inclua médicos de outras especialidades, como psiquiatras e pediatras. O vereador disse que o hospital municipal deve se tornar um hospital regional, o que implicaria mais verbas. “Nosso hospital já atende a região, mas quem está pagando somos nós.” Por fim, solicitou um túnel da rua Tapes e a conclusão da ponte da avenida dos Municípios.

 

Inspetor Luz (PMDB) afirmou que a questão do cercamento eletrônico é imprescindível. Ele contou ainda que, recentemente, um jovem se acidentou e teve que ser encaminhado a Porto Alegre para a realização de uma cirurgia. “Teremos sanados esse tipo de situação?”, questionou. Por fim, perguntou se o prefeito seria parceiro para reivindicar mais servidores para a área da segurança.

 

Professor Issur Koch (PP) pediu que a educação tenha atenção especial da administração, em especial no que diz respeito à revisão (e ao cumprimento) do plano de carreira, e que o orçamento participativo não seja usado para contemplar coisas básicas, como reformas na fiação de escolas.

 

Raul Cassel (PMDB) solicitou políticas de atenção aos idosos, incluindo opções de lazer e atividades. Ele perguntou também o que está previsto para a mobilidade urbana de Novo Hamburgo, quais políticas serão desenvolvidas em relação à dependência química e porque os cidadãos só podem ser atendidos nas unidades básicas de saúde nos bairros onde moram.

 

Sergio Hanich (PMDB) parabenizou Lauermann pela conquista de cirurgias, e frisou que a população precisa também de cirurgias de hérnia e vesícula. Ele também reforçou a questão apresentada por Cassel, de que pessoas não estão podendo se consultar em unidades básicas de saúde nos bairros onde não residem. E lembrou que não há bebedores nos corredores do hospital, entre outros problemas.

 

Antonio Lucas (PDT) pediu atenção especial às questões das consultas nas unidades básicas de saúde e da progressão de nível dos professores.

 

Jorge Tatsch (PPS) perguntou se há previsão para a liberação da rua Jaburu – e afirmou que os alunos e professores da escola Padre Réus, do bairro Santo Afonso, correm riscos, devido ao precário estado das fiações.

 

Luiz Fernando Farias (PT) e Gilberto Koch – Betinho (PT) agradeceram a presença de Lauermann.

 

 

Respostas do prefeito

 

Lauermann disse que a maior parte dos gastos do Samu é pago pelo Município. “Estamos, neste momento, reivindicando novas viaturas.” Sobre a regulamentação própria, afirmou que seria o ideal, mas requer mais estrutura do que se tem hoje. “Quem sabe um dia chegaremos nesse patamar?”

 

O prefeito frisou ainda que, hoje, há um debate no Brasil sobre a falta ou não de médicos. “Mas tivemos, nos últimos anos, um aumento de especializações.” Isso, disse, fez com que muitos deixassem o sistema único de saúde. “Quando se aumenta a estrutura pública de saúde, é evidente que precisamos aumentar o número de profissionais. O médico da saúde da família tem um papel, e o generalista em outro papel, e eles se complementam.” Ele também afirmou que o debate sobre atendimentos em diversos bairros é válido. “Somos uma das cidades que mais gastam em saúde de receita própria. Estamos aumentando os atendimentos e as cirurgias Reconheço que em algumas especialidades há filas.” Lauermann ponderou que o aumento da expectativa de vida tem impacto na demanda pelos serviços de saúde.

 

Sobre o hospital, disse que pretende aumentar os recursos do Ministério da Saúde. “Mas alguns serviços que Novo Hamburgo realiza não têm dinheiro do governo federal.” Ele elogiou os vereadores por debater a questão do hospital regional e disse que é parceiro.

 

Lauermann citou melhorias que serão feitas na BR-116, que facilitarão o acesso à cidade e destacou a necessidade de um viaduto longitudinal. Ele afirmou ainda que não vai ser a ponte da avenida dos Municípios que vai acabar com a necessidade de pedágio. Sobre o cercamento eletrônico, Novo Hamburgo ficou de fora da primeira fase dos investimentos. “Sou parceiro para que a gente conquiste na segunda fase. Por isso frisei que foram reduzidos os recursos do Pronasci.” Ele garantiu que irá manter a eleição direta para diretores, e lembrou a história de qualidade da educação de Novo Hamburgo. “Hoje, é a sexta cidade do Brasil com o melhor índice de educação nas séries iniciais.”

 

O prefeito concordou que faltam espaços para a terceira idade. No que diz respeito a mobilidade urbana, disse que é preciso proibir algumas conversões à esquerda. “Não é uma medida simpática, mas a cidade cresceu e falta espaço para todos. Todavia, queremos fazer um debate com as populações dos locais para trocar ideias. Se uma experiência não der certo, a gente desfaz.” Sobre a dependência química, disse que foram criados espaços de acolhimento. “Precisamos ter um atendimento de rua para fazer a busca ativa. Começamos, mas ainda é muito precário.”