Permanência da Uergs em Novo Hamburgo é tema de audiência pública

por liceopiovesan — última modificação 16/10/2020 20h02
03/05/2016 – A permanência da unidade da Universidade Estadual do Rio Grande do Sul (Uergs) em Novo Hamburgo foi o tema de uma audiência pública realizada na noite desta terça-feira, 3, no Plenário da Casa. O debate foi promovido pela Comissão de Direitos Humanos, Cidadania e Defesa do Consumidor, da qual fazem parte Roger Corrêa (PCdoB/presidente), Enio Brizola (PT/secretário) e Enfermeiro Vilmar (PDT/relator).

Roger destacou a importância do investimento na tecnologia e na inovação. “E grande parte das melhores universidades de nosso País são públicas. Sonho que a Uergs seja uma referência na formação acadêmica como a Unicamp e a USP”, disse. O vereador frisou que ele foi procurado por um grupo de estudantes, que já entraram em contato com diversas autoridades. 

Representante dos alunos e acadêmica de Engenharia de Energia, Raiana Soares explicou que a Uergs e a Fundação Liberato não têm conseguido entrar em um acordo para renovar o convênio. Esse impasse, salientou a estudante, começou em 2014. Hoje as aulas da universidade ocorrem no espaço da escola sem que exista um contrato vigente, e há o risco de um despejo. “Acreditamos que falta, por parte do governo do Estado, vontade política para resolver essa situação. Saliento a indiscutível importância estratégia da nossa unidade. Nossa região carece de instituições públicas de ensino superior.” 

O diretor técnico da secretaria estadual de Educação, Marco Bello, afirmou que a pasta não é produtora de recursos financeiros. “E vocês sabe, as dificuldades pelas quais está passando o Rio Grande do Sul.” Ele disse que estava participando do encontro com o objetivo de levar propostas ao secretário. 

O diretor executivo da Liberato, Léo Weber, contou brevemente a história da Uergs em Novo Hamburgo – inclusive que, por meio da escola, participou da implantação de três cursos da universidade. Segundo ele, houve até uma grande discussão entre as instituições para que se formalizasse um campus dentro da fundação. “Infelizmente, a Uergs optou, por meio de sua então reitoria, por não estabelecer essa unidade em Novo Hamburgo.” 

Weber apontou que, depois disso, a Liberato recebeu um ofício informando que a Uergs não tinha mais interesse na cidade, e que os novos alunos estudariam em Porto Alegre. “Estamos trabalhando para conseguir avançar e vencer esse impasse, que julgamos momentâneo. E posso garantir que os alunos que ingressaram na Liberato vão finalizar as suas atividades educacionais na Liberato.” 

A reitora da Uergs, Arisa Araújo da Luz, disse que a Uergs foi criada para promover o desenvolvimento regional, sediada em espaços públicos já existente nos municípios. Ela afirmou que, desde que assumiu, vem buscando negociar a situação. Segundo ela, em uma reunião recente foram decididas algumas questões – uma delas é que os alunos com curso em andamento concluirão seus estudos na unidade hamburguense. Nos próximos dias, deve ser feito um documento regularizando a parceria para 2016. E depois deverá ser feito um plano para os anos seguintes.  

O diretor regional da Uergs, Vinícius Curcio, também contou brevemente a história da universidade – destacando a sua qualidade, reconhecida em todo o País. De acordo com ele, há alguns anos foi decidido pelo fortalecimento do campus central de Porto Alegre. “A ideia é que lá tenhamos a sede da reitoria, a biblioteca central e um conjunto de cursos que demonstre o potencial e a força da Uergs.” Sobre a unidade hamburguense, ele reiterou que os alunos que começaram seus estudos na cidade deverão concluí-los aqui. 

Depois dessas falas, foi a vez da participação do público. Entre as questões apresentadas destacou-se a de como instituição garantirá a qualidade dos cursos realizados em Novo Hamburgo, já que alguns professores não querem ministrar aulas na cidade. A audiência terminou sem a garantia da manutenção da Uergs no município – por outro lado, há o interesse, por parte da Liberato, de oferecer cursos superiores.