- Ônibus: mantido veto ao cartão para crianças
O veto integral ao Projeto de Lei 67/2010 foi mantido na
sessão desta quinta-feira, 4. Foram sete votos contrários e cinco favoráveis ao
veto, mas para derrubá-lo seria preciso maioria absoluta de votos – ou seja, a
maioria dos 14 vereadores (o que seriam oito votos).
No texto, o prefeito
argumentou que a proposta de Sergio Hanich (PMDB) – isentando as crianças com
até seis anos incompletos do pagamento de passagem nos ônibus da cidade e
criando um cartão de transporte inteligente para os pequenos, evitando que eles
precisem passar por baixo da roleta – representa invasão da competência
reservada ao Executivo, violando o princípio da independência e harmonia entre
os poderes.
O texto do veto também salienta que o PL 67/2010 não
apresenta estudo prévio de impacto tarifário. Segundo o prefeito, era necessário
apontar quantos usuários seriam beneficiados com a proposta, e também o quanto
isso custaria aos outros passageiros. Além disso, os custos da implantação do
cartão inteligente não foram apresentados.
Debate
Antes da
votação, Serjão pediu que os vereadores derrubassem o veto. "É inadmissível ver
crianças passando por baixo das roletas. Elas se sujam e correm o risco de se
machucar de forma séria", destacou. "É uma grande humilhação. Até o Conselho
Tutelar deveria se empenhar contra isso." O peemedebista frisou que o número de
pessoas beneficiadas com a gratuidade prevista no projeto seria muito pequeno –
por isso, não seria preciso apresentar cálculos.
Serjão disse que não
busca o mérito do projeto. "A Prefeitura poderia apresentar uma proposta
parecida. O que não quero é continuar vendo as crianças passando por essa
situação. Fui motorista de ônibus, sei como é." Ele também convidou todos os
vereadores a assinarem o PL com ele.
O líder do governo, Gilberto Koch
(PT), reiterou que o PL era inconstitucional. Ele sugeriu a Serjão fazer uma
indicação ao Executivo, para que o tema seja novamente debatido na
Casa.
Volnei Campagnoni (PCdoB) disse ser contra o veto, e lembrou que
debate similar já ocorreu com relação aos idosos. No fim, ressaltou, a ideia do
cartão para a terceira idade foi implantado pelas empresas. "Mas quando se fala
em transporte público de Novo Hamburgo, se fala em um dos piores da região. Esse
projeto é importante, sim. As crianças precisam de melhor acesso."
Raul
Cassel (PMDB) foi à tribuna com parecer jurídico da Casa, que concluiu pela
improcedência do veto, em mãos. "Não procede a justificativa do veto. Isto
porque, ao contrário do alegado, não haverá aumento de despesas, tampouco
invasão de competência. O PL tão somente alterou, e não inovou, a legislação
atual relativa à isenção de pagamento de passagens em transporte coletivo (LM
31/1996) no que toca à idade de isenção do pagamento", leu.
O presidente
da Casa, Jesus Maciel (PTB), salientou que o projeto apenas regulamenta a
legislação já existente, afirmando que uma pessoa com seis anos incompleto tem
ainda cinco anos – idade já prevista para isenção. "Hoje, na prática, só têm
isenção crianças com até quatro anos."
Ricardo Ritter – Ica (PDT) disse
que votará a favor do veto, mas o problema pode ser corrigido em breve.
"Reconheço a necessidade de fazer essa modificação."
04/11/2010