Major que lutou na II Guerra é homenageado

por danielesouza — última modificação 16/10/2020 20h02
23/05/2013 - O major Benno Armindo Schirmer foi homenageado na sessão desta quinta-feira, 23, pela passagem do dia Dia da Vitória (8 de maio), bem como por seu aniversário, comemorado no dia 14 de maio. O requerimento foi de autoria de Gerson Peteffi (PSDB). O vereador destacou que o major, que completou 90 anos em 2013, foi um pracinha, ou seja, um representante do Brasil na II Guerra Mundial.

Major_PeteffiPeteffi lembrou que o Brasil lutou contra regimes opressores e antidemocráticos, e frisou que as Forças Armadas desenvolvem nos jovens o senso de responsabilidade. “O principal desta homenagem é o senhor saber que esta Casa Legislativa o respeita. Muito obrigado pela sua presença”, disse ao major Schirmer. O vereador apontou ainda a necessidade de todos respeitarem os idosos. Issur Koch (PP) contou que o major Schirmer é uma lenda dentro das Forças Armadas. Cristiano Coller (PDT) agradeceu por ter recebido do veterano um livro sobre a sua história.


Histórias do front

“A guerra em si não é boa para ninguém que participa dela", salientou o Major Schirmer. "Eu fui para lá no segundo escalão, era terceiro sargento. Ao chegar lá, fui para o depósito de pessoal, onde havia quase 20 mil homens. Disse que nunca iria para o front, porque era da artilharia, que briga de longe. Mas o comandante da minha companhia me chamou e perguntou se eu falava alemão.” Então, teve que interrogar prisioneiros alemães. Por fim, contudo, precisou comandar patrulhas em combate. “Foi horrível. Tanta bala passou perto de mim, assoviando nos meus ouvidos, e granada, que me gerou problemas no ouvido até hoje.”

 

O major contou também que, no front, eles dormiam em um buraco cavado no chão, e que havia uma linha de canhões por perto. Certa manhã, devido aos tiros dos canhões, ele amanheceu coberto de terra. “Quase amanheci enterrado. No dia seguinte, disse que iria dormir debaixo de uma árvore. Dormi duas noites debaixo da árvore como um anjinho. Mas na terceira noite, não deu. Então enrolei meu saco de dormir e fui para o buraco. No dia seguinte, vi um monte de soldado cavando na minha árvore. Haviam soltado ali uma granada de uma tonelada. Escapei de novo”, lembrou, frisando que 467 brasileiros foram mortos na Itália.

 

Major Schirmer entregou ao presidente da Casa, Antonio Lucas (PDT), e ao vice, Naasom Luciano (PT), um DVD com uma palestra ministrada por ele sobre a guerra e o livro “História Oral do Exército na Segunda Guerra Mundial”.