Gabinete: Trinta anos da abertura política no Brasil é tema de palestra
A palestra teve como enfoque o período de abertura política e redemocratização do País. Ibsen relatou com detalhes sua vivência nas “Diretas Já” e a dificuldade encontrada para o restabelecimento da democracia no Brasil. Ele participou ativamente desse conturbado período, que se iniciou em 1974 com o governo do general Ernesto Geisel e terminou em 1985 com o mandato de João Batista Figueiredo, ano em que a ditadura militar foi extinta.
Crítico contumaz da interferência das corporações no processo decisório do Legislativo, o ex-deputado disse que não será possível promover reformas estruturais necessárias ao País sem enfrentar as influências dos interesses particulares em detrimento do interesse da maioria. "Precisamos fazer antes de tudo a reforma política, condição para que possamos promover as demais reformas, como a tributária", afirmou. De acordo com Ibsen, o espaço decisório virou local de conveniência, em que as corporações contribuem para a cultura do “não fazer”.
O ex-presidente da Câmara dos Deputados também disse que sua decisão de não concorrer no último pleito está relacionada ao desencanto com o sistema de escolha, e não com a política. “Não estou desencantado com a política, único caminho legítimo para promover transformações, mas com o sistema de escolha. Não me agrada permitir que o doador se torne credor da minha atuação, vinculando meu nome aos interesses do patrocinador”, desabafou.
*Matéria enviada pelo gabinete.