Gabinete: Brizola participa de audiência pública sobre a Fundação Liberato
Com quase meio século de atuação, a Fundação Escola Técnica Liberato Salzano Vieira da Cunha, de Novo Hamburgo, referência nacional e internacional em educação, corre o risco de insolvência diante da retenção, pelo governo do Estado, de R$ 2,4 milhões de encargos orçamentários dos servidores da instituição.
Desde 2015, os recursos públicos que a Fundação Liberato recebe vêm sendo contingenciados, repercutindo na vida da escola técnica, que tem 52% de matrículas isentas. Através de recursos próprios, a Liberato vem administrando a situação, que ainda não alcançou a judicialização porque os funcionários e professores adotaram medidas cooperativas para superar as limitações diárias impostas pelo Tesouro do Estado desde que o governador José Ivo Sartori adotou o contingenciamento de gastos.
Com R$ 921 mil de déficit financeiro, a direção luta para enquadrar os recursos oriundos das 3,5 mil matrículas no pagamento das despesas mensais, por enquanto, sem atrasar os salários dos servidores, uma vez que existe a intenção manifestada pelo governo de fazer com que os recursos das mensalidades sejam usados para cobrir o montante que cabe ao Tesouro do Estado.
No dia do aniversário de 49 anos da Fundação, a Liberato mostrou, nas dependências da AL, a preocupação com a gravidade do assunto, mobilizando a direção, professores, estudantes e funcionários, que se deslocaram de Novo Hamburgo em quinze ônibus lotados para sensibilizar os deputados sobre as consequências dos quatro meses de falta de pagamento dos vales refeição (R$ 1,8 milhão) e transporte (R$ 98,7 mil), auxílio creche (R$ 201 mil) e Pasep (R$ 333.828,00).
A Liberato é reconhecida nos fóruns científicos do País e do exterior por meio da Mostratec, a maior feira de ciência e tecnologia da América do Sul. Os quatro cursos técnicos diurnos e oito noturnos, os laboratórios e a utilização do método científico como ferramenta pedagógica credenciam a instituição, que responde por expressiva parcela do PIB do Vale do Sinos devido à excelência adotada na formação dos seus alunos.
*Matéria enviada por Maurício Cornely, coordenador do gabinete de Enio Brizola.