Diretora presta esclarecimentos sobre a Fundação de Saúde Pública de Novo Hamburgo

por danielesouza — última modificação 16/10/2020 20h00
07/11/2013 - A Diretora da Fundação de Saúde Pública de Novo Hamburgo, Simone Zucolotto, participou da sessão desta quinta-feira, 7, para falar sobre a instituição. Acompanharam a diretora a equipe composta por Fábio Manthei, diretor de gestão hospitalar; Isabel Cechin, enfermeira de saúde coletiva; e Miriam Monteiro, procuradora da Fundação. O convite foi feito pelos vereadores Cristiano Coller (PDT), Jorge Tatsch (PPS), Naasom Luciano (PT), Sergio Hanich (PMDB) e Patrícia Beck (PTB).

Patrícia pediu que ela fizesse uma apresentação geral da Fundação, já que a maioria dos vereadores são novos na Casa. “Queremos saber mais informações sobre a gestão e o gerenciamento”, frisou.

 

Serjão fez vários questionamentos sobre a equipe médica e o funcionamento administrativo da UPA de Canudos. Enfermeiro Vilmar (PR) perguntou por que há tanta falta de médicos na Unidade. Simone confirmou a dificuldade na escala desses profissionais. Segundo ela, há muita demanda e, muitas vezes, os atendimentos não são de urgência e emergência. “Temos feito o máximo para tratar essa questão da melhor forma possível. Estamos com processo seletivo aberto para a contratação de novos médicos. Tentamos organizar o serviço, com a coordenação assumindo, em caso de falta de algum médico, o atendimento do dia. Em todos os turnos há enfermeiros de plantão. Somos humanos, e não fazemos milagre. Mas nos empenhamos para fazer o melhor.”

 

Conforme Simone, a UPA de Canudos atende todos que lá chegam, independente se for urgência ou emergência. “Temos de redirecionar determinados atendimentos para as UBSs para desafogar o serviço nas UPAs. Precisamos conversar com a comunidade sobre isso para orientá-los. Assim garantiremos melhor qualidade aos atendimentos.”

 

Sobre o tempo de espera para o atendimento, Simone explicou que estão implementando o protocolo de acolhimento de classificação de risco. Com essa medida, de acordo com ela, o tempo de espera vai reduzir. “Embora o protocolo preveja até seis horas para os casos menos urgente, sempre buscaremos reduzir o tempo de espera.” Serjão reclamou que as principais dificuldades enfrentadas estão relacionadas ao atendimento médico aos finais de semana e à noite. “Não tem atendimento”, disse. “Temos, sim, dificuldade de contratar médicos de urgência e emergência. E isso não é realidade só de Novo Hamburgo”, ressaltou.

 

Ela esclareceu que os exames de imagem não são considerados de urgência ou emergência, mas eletivos, por isso não estão disponíveis à noite, mas com marcação. Sobre o laboratório municipal, disse, foi constatado um crescimento nos exames realizados. “Para facilitar, estamos implementando o projeto de descentralização do processo de coleta”, informou.

 

A diretora explicou que há mecanismos de controle dos profissionais que atuam em todas as unidades, porque é dever da Fundação fazer isso, embora possa soar antipático aos profissionais. “Trabalhamos com dinheiro público e só podemos pagar hora extra se realmente foi feito. Seguimos a CLT.”

 

 

Roger Corrêa (PCdoB) perguntou sobre as estratégias da implementação do Programa Saúde da Família, que trabalha com a medicina preventiva. Pediu mais informações sobre as estratégias de atuação do programa. Simone garantiu que investir nesses agentes é uma estratégia que desafoga os atendimentos dos Prontos Atendimentos. Roger lembrou que é preciso, também, avançar no sistema de teleagendamento para diminuir as filas.

 

Enfermeiro Vilmar também fez questionamentos quanto ao Samu. Ele perguntou se há alguma previsão de ambulâncias novas. Também questionou sobre a manutenção das ambulâncias já existentes. A Diretora afirmou que na próxima semana receberão do Estado duas ambulâncias novas. A manutenção é por parte da prefeitura, mas sei que está em andamento a contratação de uma manutenção especializada.

 

A vereadora Patrícia indagou sobre a coordenação de todas as unidades gerenciadas pela Fundação. Simone garantiu que a coordenação e gestão são feitas por profissionais técnicos. “Sempre optamos por isso. O profissional mais antigo ou que tem o maior conhecimento é sempre escolhido para o cargo.” Ela frisou, porém, que é muito difícil, para a coordenação médica, encontrar um profissional que esteja disponível 24 horas para assumir essa função.

 

Issur Koch (PP) ressaltou que as principais reclamações que recebe diz respeito aos casos de obstetrícias. “Sabemos que o processo é demorado, mas os familiares reclamam a falta de informação.” Ele lembrou que os exames eletivos são de competência do Estado, embora a maioria da população não saiba disso. Ele pediu que os coordenadores dos postos sejam profissionais qualificados e não indicações políticas.

 

Antonio Lucas (PDT) disse que a administração da saúde do Município melhorou muito nos últimos anos. Ele elogiou a atuação da Fundação. Gilberto Koch (PT) elogiou os avanços e pediu um bom acolhimento aos pacientes quando chegam às entidades de saúde. Ele lembrou que o paciente está vulnerável quando doente. “Estão no caminho certo e, com certeza, vai melhorar ainda mais.”

Luis Fernando Farias (PT) parabenizou Simone pela explanação e pela atuação frente à Fundação. “Sabemos que é um trabalho de formiguinha, mas que já está rendendo frutos.”

 

Raul Cassel (PMDB) perguntou sobre a Associação Hospitalar, mas Simone disse não ter informações atualizadas para poder responder a questão. “Não é de minha alçada”, disse. O vereador indagou sobre o tempo de espera para as cirurgias eletivas e a diretora comprometeu-se a diminuir esse tempo. Cassel ainda frisou o quão difícil é realizar um contato telefônico com o Hospital Municipal.

 

Coller perguntou o que ainda falta para acabar, de vez, com as filas nos prontos atendimentos. Simone respondeu que as Unidades de Saúde da Família estão trabalhando para isso no acolhimento e agendamento dos pacientes. Temos de mudar a cultura do atendimento imediato e, para isso, estamos organizando os serviços internamente.” O vereador perguntou sobre os serviços de Radioterapia. “É de alta complexidade e regulado pelo Estado”, disse Simone. Coller solicitou um Gastropediatra para atender à comunidade. Simone disse que vai analisar a questão, assim como a sugestão de “motolâncias”.

 

Naasom agradeceu a diretora da Fundação e ressaltou que ela pode contar com a Casa Legislativa para o que for preciso.

 

A Fundação

 

Simone mostrou uma apresentação sobre a Fundação de Saúde Pública de Novo Hamburgo, dando destaque a todos os serviços e unidades que estão sobre a sua gestão. De acordo com ela, a Fundação é responsável pela gestão de 28 serviços, entre eles o Hospital Municipal, o qual atualmente conta com 225 leitos, realiza atendimento ininterrupto em urgência e emergência, sendo que a partir do ano de 2009, na sua totalidade ao Sistema Único de Saúde.

 

A FSNH foi criada em 19 de maio de 2009, mediante a transformação estatal com personalidade jurídica de direito privado. É uma entidade jurídica sem fins lucrativos, de interesse coletivo e de utilidade pública, com autonomia gerencial, patrimonial, orçamentária e financeira.

 

Avanços

 

Simone destacou alguns avanços na área de saúde do Município. “Além de finalizarmos a reforma no Anexo do Hospital, podemos citar a reforma da unidade de internação D; a reforma do centro obstétrico e da UTI neonatal que está em andamento; a ampliação dos 14 leitos da UTI; a análise da reforma da parte antiga da emergência, que funcionará como laboratório e serviço de imagem; a reforma da maternidade, que terá o projeto arquitetônico atualizado, a reforma da unidade cirúrgica e da saúde mental que já está com recursos garantidos; o projeto de reforma do bloco cirúrgico que já está praticamente pronto, além de outros projetos que estão sendo concluídos.

 

Para saber mais: www.fsnh.net.br