Diretor-presidente da Comusa fala sobre desabastecimento ocorrido em agosto

por tatianelopes — última modificação 16/10/2020 20h00
17/09/2013 – A convite de Raul Cassel (PMDB), o diretor-presidente da Comusa, Mozar Dietrich, participou da sessão desta terça-feira, 17, para falar sobre a recente falta de água no Município. O vereador frisou que o desabastecimento é um fato inédito na cidade desde a criação da autarquia.

Dietrich explicou que a decisão de interromper o abastecimento foi tomada a partir de dados técnicos. Atualmente, não há estudo profundo sobre o comportamento do Rio dos Sinos. Quando a estação de tratamento foi feita, o volume máximo foi estabelecido em um metro de segurança acima da maior cheia até então registrada (8,44m). Porém, frisou, o rio não se comporta mais da mesma maneira do que nos anos 60. “Desligamos os motores no dia 27 de agosto”, contou, quando técnicos disseram que a água poderia entrar na subestação. Quando foi constatada a estabilização, no dia 28, um motor foi colocado em operação”, contou.

 

“De qualquer maneira, 20% da cidade ficou sem água por cinco dias”, prosseguiu. Segundo Dietrich, quando foi tomada a decisão de interromper o abastecimento, em questão de três horas toda a água armazenada foi utilizada. “Então aconteceu um fenômeno bastante comum: se criaram bolhas de ar imensas dentro das tubulações, e trabalhamos dois dias retirando este ar.”

 

Por fim, o diretor-presidente da Comusa ressaltou que, há alguns meses, foi lançada uma grande obra de tratamento de água, orçada em R$ 30 milhões com recursos do FGTS. “A obra prevê todo um sistema de captação de água na beira do Rio dos Sinos. A nova estação será três vezes maior do que a atual, com uma margem de segurança um metro e meio mais alta do que a de hoje.” Além disso, está sendo feita uma nova adutora e uma nova área de tratamento. “Estamos ampliando em 30% nossa área de tratamento de água.”

 

Perguntas dos vereadores


Cristiano Coller (PDT) perguntou se, caso os motores fossem afetados pela enchente, quanto tempo a cidade poderia ficar em água. Dietrich explicou que os motores, com 40 anos de uso e muito potentes, sofreriam uma pane bastante série. Quando um precisou de reparos, levou 60 dias. “Pesamos esta questão: trocar cinco dias por 60. Eles ficariam submersos e iriam estragar.”

 

 

Sergio Hanich (PMDB) perguntou quantos são os motores de reserva – e quanto tempo os reservatórios da Comusa aguentam. Há três motores, sendo que um sempre fica de reserva. “Eles raramente dão problemas, e serão todos substituídos. Com os novos, teremos 60% de economia de energia. O que tem dado mais problema são as bombas. Temos quatro, sempre duas de reserva. Podemos ainda montar mais uma com sucata”, respondeu Dietrich. Sobre os reservatórios, o diretor-presidente disse que não existe política de reservação de água no mundo que dê conta de situações de emergência. “É impossível de ser feito. Hoje, Novo Hamburgo consome 600 milhões de litros de água. É o que a Comusa produz atualmente. Os reservatórios podem armazenar um terço durante um dia inteiro. Esta política está correta, e segue os padrões mundiais.”

 

Luiz Fernando Farias (PT) disse que a Comusa tem se tornado referência estadual. O vereador também perguntou porque não se faz barragem no Rio dos Sinos para acumular água para os tempos de seca. Dietrich disse já ter visto sistema de reservatório de água em montanhas, em países como a Espanha. “Temos água e temos as montanhas. Só não temos a tecnologia para fazer isso. E temos de ter uma decisão política sobre esta questão.” Segundo ele, o tema é de responsabilidade do Comitê Sinos.

 

Raul Cassel (PMDB) pediu detalhes da nova estação de tratamento. “Li que, quando envolve metais pesados, o sistema previsto deixa de ser tão eficiente. Sei que foge do convite inicial, mas aproveito a oportunidade.” Dietrich colocou-se à disposição para apresentar à Casa o plano de tratamento de esgoto. E explicou que se buscava um sistema eficiente, de baixo custo de implantação e de operação. “Vemos sistemas deixando de operar porque a população não paga a taxa.” O novo sistema, salientou, traz algumas vantagens. Em todo o mundo, o esgoto é tratado com colônias de bactérias – que podem morrer com despejos industriais. Por isso, a ideia é desviá-los para lagoas de emergência.

 

Por fim, Serjão disse se preocupar muito com a possibilidade de Novo Hamburgo ter de tratar a água que deixou de ser tratada pelas cidades vizinhas. “E se as pessoas deixarem de pagar aqui também?”, questionou. Dietrich disse que esta preocupação é extremamente pertinente, e que na Comusa este tema é debatido diariamente. “Mas a tarifa de esgoto está embutida na conta da água. Portanto, temos condições de fazer com que as pessoas sejam adimplentes. Mas acho que é importante ter um processo educativo.” Ele contou que equipes da autarquia vão a bairros carentes explicar a importância do tratamento do esgoto. Além disso, nova estação foi pensada de forma a reduzir os cursos.

 

Leia a nota oficial da Comusa sobre o desabastecimento

 

Considerando a situação crítica do desabastecimento ocorrido recentemente, a Comusa esclarece à comunidade sobre os fatos e as providências tomadas pela autarquia.

 

A Estação de Captação junto ao Rio dos Sinos foi projetada há cerca de cinco décadas, baseada nas cotas máximas de cheias da época, que jamais chegaram à inédita marca de 8,44m. Isso demonstra que a bacia do Sinos se modificou ao longo dos anos devido à ocupação urbana e agrícola, com situações distintas em diversos pontos do rio. Mesmo assim, a Comusa, antes do acontecido, iniciou a obra da nova captação, lançada em 7 de agosto, incorporando novas tecnologias e mais segurança para funcionar em níveis mais elevados.

 

Em situações como a ocorrida, não bastava uma simples substituição dos motores de 900 cavalos por motores blindados. Neste caso, seria necessário que todas as instalações fossem readequadas, solução inviável técnica e economicamente, ainda mais de forma emergencial. Além disso, era elevado o risco de manter por mais tempo o maquinário funcionando. Em caso de avarias, a reposição seria extremamente demorada e onerosa, o que causaria transtornos ainda maiores. Para minimizar os prejuízos, a Comusa organizou uma grande força-tarefa, utilizando caminhões-pipa contratados e outros recebidos de entidades públicas, totalizando 11 veículos. Foram priorizados o atendimento à área da saúde, mas também colocando à frente o serviço para a população em diversos pontos.

 

A Comusa se solidariza à comunidade e agradece o apoio e a compreensão recebida. Esses fatos comprovam que a autarquia tem uma equipe técnica eficiente e em constante aperfeiçoamento, e que atua com ciência da responsabilidade com um abastecimento seguro e qualificado.

 

(Fonte: http://www.comusa.rs.gov.br/)