Diretor-geral da AES Sul participa de reunião da CPI

por tatianelopes — última modificação 16/10/2020 20h00
11/07/2014 – O diretor-geral da AES Sul, Antonio Carlos de Oliveira, participou da reunião da comissão parlamentar de inquérito que investiga a qualidade dos serviços prestados pela concessionária. A reunião foi realizada na manhã desta sexta-feira, 11, no Plenário da Casa. Estavam presentes, além de diversos representantes da empresa, os vereadores Patrícia Beck (PTB), Professor Issur Koch (PP), Antonio Lucas (PDT) e Sergio Hanich (PMDB). O presidente da CPI, Luiz Fernando Farias (PT), presidiu os trabalhos.

Farias ponderou que este foi o depoimento mais importante da CPI e lembrou que o grupo foi criado devido aos problemas enfrentados após o grande temporal que caiu sobre Novo Hamburgo no final de janeiro. “Todos os vereadores integrantes têm um único objetivo: deixar à comunidade um legado concreto com relação aos serviços essenciais, para que estejamos preparados para os próximos eventos climáticos.” Ele salientou ainda que os integrantes da comissão estão analisando as condições de todos os postes de energia elétrica do Município.

Oliveira apresentou diversas informações sobre a empresa. Segundo ele, a AES Sul tem 1,3 milhão de clientes, o que representa 37% do consumo de energia elétrica do Rio Grande do Sul. Sobre a estrutura de atendimento, salientou que são, ao todo, 55 equipes nos call centers – porém, a comunicação via SMS é essencial para que todos obtenham respostas. Ele explicou como funciona o sistema de distribuição, argumentando que não é possível sempre afirmar em quanto tempo um cliente voltará a ter energia elétrica. “Isso deve mudar com a adoção do sistema chamado de smart grid.” Porém, como o investimento é bastante alto, ainda não há data para a troca, observou. Para os próximos anos, disse, estão previstas novas subestações e linhas de transmissão. “E vamos substituir em torno de 150 mil postes.”

O diretor-geral também citou os investimentos feitos recentemente na região, muitos com o objetivo de atender problemas em campo de forma mais rápida. “Em Novo Hamburgo, trocamos cerca de 900 postes ao ano. Só em 2014, já trocamos em torno de 800, por conta do quanto foi agredida a rede naquele temporal. A vontade é de trocar todos de hoje para amanhã, mas há alguns aspectos que temos de levar em consideração.” Muitas vezes, explicou, é preciso cortar o fornecimento para fazer esse serviço, por isso é preciso ter uma programação cuidadosa.

Sobre o temporal do final janeiro, Oliveira destacou que diversos municípios foram atingidos, o que implicou divisão de recursos. “Nunca vi uma situação tão grave.” O número de atendimentos naquele dia foi cinco vezes maior do que o normal. “Fazemos um monitoramento constante das condições climáticas. Temos o contrato com uma empresa que nos antecipa informações, para que possamos tomar providências”, afirmou. “Nos últimos cinco anos, a frequência e a intensidade dos fenômenos aumentaram.”

Questionamentos dos vereadores

Os vereadores aproveitaram para fazer diversos questionamentos. Farias perguntou os motivos da demora no atendimento aos hamburguenses após o temporal de janeiro. Oliveira disse que a empresa fez tudo o que foi possível, até trazer funcionários de São Paulo para ajudar nos trabalhos. “Quando Novo Hamburgo terá todos os postes de concreto”, também quis saber Farias. “Talvez dentro de dois ou três anos teremos a rede com mais robustez para enfrentar os efeitos climáticos”, disse o diretor-geral, explicando que isso não implica a substituição de todos os postes. “Estamos buscando aumentar o volume de trocas e mudar o método para não afetar tanto o cliente com o desligamento.” O presidente da CPI pediu várias outras informações, tanto sobre a situação geral do Município como sobre casos isolados.

Patrícia Beck (PTB) pediu que Oliveira explicasse por que a empresa muitas vezes opta pela tala e não pela troca de alguns postes danificados. “O melhor seria trocar o poste”, admitiu o diretor-geral. “Mas a tala, tecnicamente, dá uma sobrevida à estrutura de cerca de cinco anos.” A vereadora destacou ainda que, ao longo da CPI, vários cidadãos reclamaram do atendimento via mensagens, por impossibilitar que ligações sejam feitas em seguida. Oliveira explicou que o bloqueio é para deixar o canal aberto para outras pessoas poderem ligar. O controle da utilização de postes por empresas de telefonia e TV a cabo, entre outras, também foi tema de uma pergunta da petebista. “As nossas equipes de campo têm o papel de registrar isso. É uma coisa constante”, disse o representante da AES Sul.

Professor Issur Koch (PP) ponderou que um dos problemas de Novo Hamburgo foi a queda de árvores sobre os fios. “Quais podas são responsabilidade da Prefeitura e quais são da AES Sul?” Oliveira frisou que a poda dos galhos que interferem na rede é papel da AES Sul. Porém, a questão da queda das árvores é mais complexa. Issur perguntou ainda se existe uma equipe que faz permanentemente os postes. “Sim, é sistemático”, respondeu Oliveira.

Antonio Lucas (PDT) perguntou por que não há um gerente para atender a comunidade em Novo Hamburgo. Oliveira disse que existem gerentes na cidade e se comprometeu a buscar melhorias na comunicação. Sergio Hanich (PMDB) também reclamou do atendimento à população hamburguense. “Em Novo Hamburgo, a AES Sul tem equipe da empresa ou é toda ela terceirizada? E quando postes foram trocados nos três anos anteriores?”, prosseguiu. Oliveira afirmou que foram trocados 4,5 mil postes em cinco anos. “Vamos resolver a questão da comunicação. Saio daqui com esse compromisso.”