Coordenadora da Vigilância em Saúde fala sobre situação da UTI neonatal

por liceopiovesan — última modificação 16/10/2020 20h00
17/06/2015 – A coordenadora da Vigilância em Saúde do Município, Solange Shama, participou da sessão desta quarta-feira, 17, para prestar esclarecimentos. Ela explicou o funcionamento do órgão, que inclui controle de qualidade da água, imunizações, tratamento de DSTs e entrega de alvarás, e respondeu a diversas perguntas dos vereadores. A autora do requerimento é Patrícia Beck (PTB).

Patrícia, presidente da Comissão de Saúde, disse estar preocupada com a situação da UTI neonatal do Hospital Municipal, que estaria contaminada por um vírus. De acordo com Solange, a situação surgiu após uma mãe gripada amamentar o seu filho no local. A coordenadora explicou que foram tomadas as medidas necessárias, e a UTI foi fechada para que mais nenhuma criança se contaminasse. “É um vírus banal para nós, mas não para um bebê numa UTI neonatal. Qualquer vírus, para um bebê desses, pode ser fatal.” Ela frisou que, na Vigilância em Saúde, trabalha-se com normas bastante rígidas, e foi permitida a entrada de mais pacientes naquela UTI após a contaminação porque negar o acesso seria ainda mais perigoso. “Não houve falhas, houve avaliação de risco.”

Patrícia questionou o fato de a situação não ter sido divulgada mais claramente. “Assim, aquelas mães não teriam ido até o Hospital Municipal.” A vereadora também pediu mais informações sobre um bebê que teria morrido. Solange afirmou que morreu um bebê prematuro, e que, quando possível, restringe-se o acesso à maternidade nos casos de contaminação. “Toda a mortalidade infantil é investigada”, frisou. Problemas no Hospital Municipal também foram abordados, e Solange salientou que existe um termo de ajustamento de conduta, para que a casa de saúde tenha tempo para se adequar às normas.

Raul Cassel (PMDB) contou que alguns colegas médicos e fisioterapeutas queixam-se de rigidez na concessão de alvarás, o que não ocorreria no serviço público. Ele perguntou ainda porque o prédio onde a Vigilância de Saúde está situada não foi reformado e sobre a falta de controle dos lanches vendidos nas ruas. Sobre o comércio de alimentos, Solange disse que as vistorias são feitas quando o alvará é requisitado e nas renovações anuais. “Quem achar que as condições não estão adequadas deve denunciar na ouvidoria do SUS, pelo telefone 3594-9971.” Ela disse que um imóvel está sendo reformado para dar melhores condições ao órgão. “Mas o ideal é a construção de um prédio, já fizemos esse pedido.” Por fim, ela destacou que a legislação para entidades públicas e privadas é a mesma. “Os estabelecimentos públicos não precisam de alvará, mas precisam seguir as normas da Vigilância Sanitária.”

Cassel também perguntou sobre os casos de tuberculose, HIV e hepatite em Novo Hmburgo. Solange disse que os números relacionados à tuberculose são estáveis, mas os de HIV têm aumentado em certas faixas etárias – entre os idosos, por exemplo. Já os diagnósticos de hepatite têm aumentado, o que a coordenadora acredita seja efeito da disponibilidade do exame.

Sergio Hanich (PMDB) afirmou que a Câmara irá cobrar o cumprimento o termo de ajustamento de conduta, e peguntou ainda se houve algum avanço relativo ao estado da sede do IML em Novo Hamburgo. Solange disse que foi feito um relatório e enviado ao Estado. “Mas ainda não voltamos lá para ver se todos os itens foram cumpridos.”

Professor Issur Koch (PP) pediu informações sobre o atestado de óbito do bebê que morreu, recentemente, na UTI neonatal. “Esse óbito será investigado”, disse Solange. O vereador perguntou qual a orientação para as hamburguenses que precisem de hospitalização. “Fica de acordo com a Central de Leitos do Estado”, respondeu, apontando que não é recomendado ir ao Hospital Municipal no momento.

Patrícia, então, leu uma mensagem que recebeu de uma grávida de Estância Velha, que apresenta riscos. “Se eu passar mal e for ao Hospital Municipal, são obrigados a me atender?” Solange disse que nenhum hospital pode negar atendimento, mas o ideal é buscar, na secretaria de Saúde de sua cidade, alguma alternativa – ao menos enquanto ainda houver problema na UTI neonatal. 

Fufa Azevedo (PT) disse ter recebido denúncias de ratos saindo de esgotos entrando dentro de lojas e entrando nas lojas. “Na época, fui informado de que não havia um programa específico de dedetização do esgoto.” Solange explicou que os ratos sobrevivem com a comida que jogamos fora, por isso, a melhor forma de evitar esse problema é cuidar de forma adequada dos restos de comida.

Comissão de Saúde recebe denúncia

Na segunda-feira, 15, a Comissão de Saúde, composta por Patrícia Beck (PTB), Jorge Tatsch (PPS) e Cristiano Coller (PDT), se reuniu com o vereador Raul Cassel, médico do Município, para a elaboração de requerimento pedindo informações sobre o fechamento da UTI neonatal do Hospital Municipal. 

A vereadora revelou que soube da existência da contaminação da UTI neonatal do Hospital Municipal por meio de uma ligação anônima, de um funcionário da instituição, recebida no domingo. Na manhã de segunda-feira, a vereadora e Jorge Tatsch foram ao Hospital Municipal para verificar a situação denunciada. Eles foram recebidos pela diretora  da Fundação de Saúde Pública de Novo Hamburgo (FSNH), Simone Zucolotto. Patrícia relatou que tentou conversar com a médica infectologista para saber informações sobre o vírus, mas não obteve acesso à especialista.