Comunitária na São Jorge aborda segurança, iluminação e linhas de ônibus
Em virtude de problema de saúde na família, Carmen Ries (PT) não pôde comparecer. “Afirmo que são de extrema importância as demandas da comunidade do bairro São Jorge”, declarou em carta na qual justificou sua ausência.
O presidente Gilberto Koch – Betinho (PT) sugeriu que a Comissão de Segurança, representada por Volnei, Serjão e Jesus, promova uma audiência pública e chame o Secretário Municipal de Segurança, a Brigada Militar, a Guarda Municipal e a Polícia Civil. O vereador Jesus, por usa vez, propôs que a Comissão de Segurança agende um encontro com o tenente-coronel Carlos Armindo Thomé Marques, do Comando Regional de Polícia Ostensiva do Vale do Rio dos Sinos (CRPO-VRS), para pedir atenção ao bairro.
Segundo Marcos Gueths, diretor da Escola Floriano Peixoto, no ano passado, ocorreram três arrombamentos em 10 dias. Os assaltantes levaram inclusive os alimentos das crianças. Segundo ele, no final da tarde, a escola era de ninguém, sendo preciso recolher cachimbos de crack e seringas antes do turno de trabalho no dia seguinte. “Primeiro fazíamos uma inspeção para depois iniciarmos as aulas das crianças.”
Gueths apontou que a falta de ônibus é outro problema enfrentado pelos professores, tanto no horário de entrada quanto no de saída. “Um linha às 17h facilitaria o trabalho deles”, mencionou. Ele disse que vários educadores vêm de outras cidades. Conforme Gueths, com o trensurb o ideal seria ter uma linha de ônibus que ligasse a estação Santo Afonso ao bairro São Jorge. Betinho afirmou que haverá linhas direcionadas do bairro à estação.
A moradora Isamara Nunes lamentou que algumas ruas do bairro não estão sendo contempladas pelos programas de troca e instalação de luminárias. “Pago a taxa de iluminação, porém, não tenho luz na frente da minha casa”, relatou. A jovem vive na Rua Taubaté, via sem saída do bairro São Jorge. Além desse problema, Isamara reiterou a necessidade de opções de ônibus, especialmente à noite, para aqueles que trabalham e estudam. De acordo com ela, a falta de iluminação e de transporte agrava um outro problema na região – a falta de segurança. Ela pediu também por regularização das moradias, solução prometida desde 2006. Isamara afirmou ainda que há dificuldades de acesso nas ruas Araçatuba, Taubaté, Valença e Frederico Westphalen. De acordo com a moradora, se houver necessidade, ambulâncias e o caminhão dos bombeiros não conseguirão acessar essas vias.
O morador Valdir Silva relatou que desde 1995 há demanda por creche e um posto policial. Betinho esclareceu que estão sendo construídas 12 creches na cidade, 10 delas estão em obras.
Morador há 40 anos do bairro, Primo José Pascale reclamou de vandalismo junto a sua casa. “Ficamos completamente desamparados”, explicando que não há mais rondas de viaturas e que câmeras de segurança foram retiradas. Conforme ele, os jovens fumam crack e invadem o seu muro. A suplente Patrícia Becke afirmou que a comunidade vive um sentimento de abandono. A professora Salete Santana, vice-diretora da escola Monteiro Lobato, também compartilha da mesma opinião.
Vereadores
Raul Cassel (PMDB) lamentou que o desrespeito tenha ultrapassado os limites, citando que o vandalismo chega a atingir o patrimônio público, como no caso da UBS do bairro, e as residências. O parlamentar reclamou que falta efetivo policial e viaturas. “A Câmara Municipal de Novo Hamburgo tem a missão de pleitear um momento com as autoridades para buscar segurança”, afirmou.
Para Jesus Maciel Martins (PTB), segurança não é só um problema do Estado. Também deve ser uma preocupação do Município. Ele compartilhou da opinião de Cassel de buscar um encontro com a Brigada Militar e Secretária Municipal de Segurança. “A lei é muito branda. A polícia prende, mas quando o soldado volta para o bairro, o ladrão já foi solto”, declarou.
Anita Lucas de Oliveira (PT) disse que em todas as sessões comunitárias a principal reivindicação é mais segurança. Ela acrescentou que essa é uma demanda que se repete em todo país. Por se tratar de um atribuição do governo do Estado, junto ao qual os vereadores não tem ingerência, ela sugeriu ações que podem ser feitas na própria comunidade. A parlamentar propôs a criação de um grupo de proteção nos bairros, formado pelos próprios moradores. Assim, ao verem movimentações atípicas, vizinhos alertariam uns aos outros sobre possíveis ações dos bandidos.
O vereador Sergio Hanich – Serjão (PMDB) disse entender as dificuldades de transporte enfrentadas pelos moradores do bairro São Jorge. O parlamentar foi motorista de ônibus e fazia a linha que circulava pela região. “Naquela época já havia pouca opção de horário”, conforme Serjão. Para ele, será necessária a criação de uma linha extra para atender a comunidade. Caso não haja demanda suficiente para um veículo grande, Serjão sugeriu um micro-ônibus. O parlamentar atribuiu a falta de efetivo na polícia e de profissionais nas escolas e postos de saúde aos baixos salários oferecidos nos concursos aos profissionais.
Volnei (PCdoB), morador há seis anos do bairro, lembrou que uma reunião semelhante na Escola Prudente de Morais em 2010 resultou na melhoria da segurança. Ele elogiou a iniciativa da comunidade de se organizar para pleitear a redução da violência no bairro. De acordo com ele, aumentar o número de guardas municipais pode coibir os incidentes, especialmente nas proximidades da escola. Ele lembrou que o Executivo teve dificuldades em preencher as vagas para Guarda Municipal. “Só passaram 19 profissionais para as mais de 40 vagas abertas”, lamentou. Sobre o transporte coletivo, o vereador reclamou do estado da frota: “usamos ônibus velhos e ultrapassados, com passagem cara”. Ele elogiou o serviço em São Leopoldo, cidade em que os coletivos têm até ar condicionado.