Cerca de 200 moradores do bairro Industrial reúnem-se em sessão comunitária
Estavam presentes o presidente da Câmara, Antonio Lucas (PDT) e os vereadores Professor Issur Koch (PP), Sergio Hanich (PMDB), Cristiano Coller (PDT), Jorge Tatsch (PPS) e Roger Corrêa (PCdoB), além do secretário de Obras, Ênio Brizola.
Reivindicações da comunidade
Denari pediu que os alagamentos sejam resolvidos com urgência. “Os moradores querem ter suas casas protegidas para poder comprar seus pertences perdidos nas águas.” Além disse, ela pediu mais segurança, ponte sobre o arroio Luiz Rau, na rua Marechal Deodoro, limpeza em bocas de lobo, melhorias na praça entre as ruas Lopes Trovão e Santa Rita, troca dos canos das ruas e fim da proibição de venda de rosas nas sinaleiras.
Claudir Lapazzine disse que o Poder Executivo havia prometido fechar o valão, o que ainda não foi feito. Jonathas Xavier também falou sobre as enchentes. “Tem gente que trabalha muito e, em apenas um dia, perde tudo. É muito triste. E por que com a vinda do trem este problema se intensificou?” Ele reiterou o pedido de revitalização na praça.
João Lucas salientou que não apenas o excesso de água prejudica os moradores – o pó também, pois a rua Augusta Pestana ainda não está toda asfaltada. Justino Triches apontou que as obras do arroio Gauchinho ainda não foram concluídas. “Está uma vergonha, o arroio está virado num lixão.”
Carmen Silveira perguntou porque a rua Ana Néri está sempre alagada. “Por que estamos largados às traças? Estou muito indignada com tudo isso.” William Rodrigues contou que mora há 28 anos no bairro e nunca havia visto enchentes tão catastróficas como as que estão acontecendo agora. “Será que foi feito o planejamento certo para as obras do trem? Se amanhã der uma chuva forte, aqui vai alagar de novo.” Ele também disse que há pouco policiamento nas ruas.
Neiva Teresinha disse que foi na Prefeitura e na Trensurb mas não teve respostas. “Qualquer chuvinha agora enche as casas. Quem é o responsável? Nós queremos resultado, e não empurra-empurra.” Ela sugeriu ainda que, após catástrofes desses tipo, seja disponibilizada uma caçamba para recolher os móveis estragados.
Carlos Azambuja pediu que os vereadores e o Poder Executivo prestem atenção aos problemas do bairro e destacou a importância da mobilização da comunidade. Rosane Marques de Matos contou que perdeu tudo com as últimas enchentes. “Não tenho mais nenhum móvel em casa. E querem que eu doe uma parte do meu terreno para a avenida Nações Unidas. Eu não vou doar.” Ela apontou que é técnica de enfermagem e que, no posto em que trabalha, faltam fichas para atender à demanda da população. “Ainda falta segurança.” Por fim, Vilmar Lima pediu sinalização e quebra-molas na rua Guia Lopes.
Ações para coibir as enchentes
O secretário de Obras, Ênio Brizola, respondeu a vários questionamentos. Segundo ele, o asfaltamento da Augusto Pestana deve ser feito em breve. Sobre o arroio Gauchinho, frisou que as verbas estão com a prefeitura de São Leopoldo. “Cabe a nós cobrar.” Brizola disse ainda que é preciso que toda a comunidade de una para combater a epidemia de drogas e, assim, melhoras a segurança – e que as melhorias na praça devem entrar na programação da secretaria.
Por fim, o secretário ponderou que as chuvas recentes foram muito fortes e que, com as obras do metrô, a vazão foi prejudicada. Entre as ações que devem amenizar o problema estão o alargamento do arroio Luiz Rau, a intervenção na ponte na rua Manágua para que sejam removidos obstáculos e a construção de uma micro casa de bombas na ponte da rua Pinheiro Machado.
O diretor do Departamento de Esgotos, Jorge Koch, explicou que, após as enchentes de agosto, foi feito um estudo que mostrou a necessidade de se construir uma casa de bombas, para que a água do arroio Luiz Rau não atinja mais as casas.
Denari perguntou sobre os prazos para a realização dessas melhorias. “Quando que a gente vai poder comprar um móvel novo e ir trabalhar tranquilo?” Brizola disse que a obra da ponte da Manágua já está em andamento e deve levar uns 20 dias. Já a micro casa de bombas deve demorar mais. “Dependemos de um processo de licitação. Até o dia 15, é encerramento do ano fiscal. Só poderemos começar na segunda quinzena de janeiro.”
Falas dos vereadores
Issur explicou que há dois poderes num município: o Executivo, que tem “a chave do cofre” e pode fazer as obras; e o Legislativo, que fiscaliza o Executivo e cobra as melhorias necessárias. “Mas quanto mais gente pressionar para que os projetos saiam do papel, melhor.” Serjão também falou sobre a importância da pressão popular, e afirmou que irá fiscalizar onde estão os colchões e lençóis que deveriam ter sido distribuídos aos afetados pelas cheias.
Coller explicou que os vereadores não podem fazer nada sozinhos, mas dependem do Executivo para que as obras necessárias saiam do papel. Ele pediu ainda que todos os moradores ajudem a manter as ruas limpas, para não entupir as bocas de lobo.
Roger salientou que os vereadores estão trabalhando para solucionar os problemas enfrentados pelos moradores do bairro. “As enchentes são um problema histórico, mas isso não significa que temos que ficar parado. Temos que buscar informações com técnicos.” E lembrou que foi aprovado na Câmara um projeto que isenta as pessoas atingidas pelas cheias do pagamento do IPTU.
Tatsch também destacou a importância de se manter as ruas limpas para evitar enchentes. “Da casa de bombas foram retirados uns quatro caminhões de lixo. Isso prejudica o nosso bairro.” Lucas disse que providenciará DVDs da sessão para que as pessoas que não puderam comparecer saibam o que foi tratado na reunião. Ele frisou que a Câmara está sempre a berta a todos que querem levar suas reivindicações.
Abaixo-assinado
No fim da sessão, Denari entregou a Lucas um abaixo-assinado pedindo que o bairro receba as melhorias necessárias. “Queremos tranquilidade para sair de casa todos os dias.”