- Água não poderá ser privatizada em NH

por melissa — última modificação 16/10/2020 19h58
08/12/2011 - Projeto de Gilberto Koch foi aprovado em segundo turno

O Projeto de Lei nº 95/2011, de Gilberto Koch (PT), cujo objetivo é garantir que os serviços de saneamento básico sejam prestados exclusivamente por empresa de capital público ou mista com capital predominantemente público, foi aprovado em segundo turno nesta quinta-feira, 8. A proposta compreende a produção de água para abastecimento público, sua distribuição, operação, conservação e manutenção, além da coleta, remoção e tratamento de esgotos. O vereador apontou que, em cidades onde ocorreu a privatização da água, o valor cobrado dos cidadãos aumentou.

Debate

Matias Martins (PT) destacou que o tema é de grande importância – e está sendo debatido em todo o Brasil. Ele lembrou que, recentemente, participou do Congresso Mundial da Água. “Percebi que existem muitos representantes do Poder Público que, se não houver uma lei impedindo, vão privatizar a água.” Ito Luciano (PMDB) também elogiou a iniciativa.

 

Leonardo Hoff (PP) discordou da proposta. “Não posso votar, por ser o presidente, mas se pudesse, votaria contra”, disse. Ele apontou a participação da iniciativa privada por reduzir o peso do estado, sobrando mais verbas para saúde e educação. “A privatização pode ser muito boa para a sociedade.”

 

Luiz Carlos Schenlrte (PMBD) disse que a água é um direito da humanidade – por isso não deveria ser privatizada me nenhum lugar do mundo.

 

Emenda
Betinho também apresentou uma emenda, estabelecendo que a gestão dos recursos hídricos deverá ser sustentável, descentralizada e participativa, preservando o ciclo natural e assegurando de forma solidária a participação dos usuários e da sociedade civil nos processos decisórios. Além disso, que a conservação e proteção das águas superficiais e subterrâneas são tarefas do Município, em ação conjunta com o Estado – e que a prioridade no aproveitamento das águas superficiais é o abastecimento às populações.

Justificativa
Na justificativa, o vereador destaca que, apesar de o Brasil ter declarado por lei que toda a água é pública, não vedou a possibilidade de privatização do serviço de saneamento público. "Os governos de todos os níveis federativos sofrem pressão interna para implementar um efetivo serviço de saneamento e, para darem vazão a esse anseio social, preferem transferir a responsabilidade à iniciativa privada. A mercantilização e a privatização da água também são estimuladas por virem ao encontro dos interesses de grandes grupos econômicos. Embora a gestão democrática interna da água seja reconhecida em nosso sistema jurídico-normativo, na realidade não tem proteção efetiva. A água é um dos recursos naturais mais importantes para a vida. Um bem desta envergadura não pode estar nas mãos da exploração privada. Pertence a todos, devendo ser administrado pelo poder público."