Agentes de segurança pedem audiência pública para discutir o tema

por tatianelopes — última modificação 16/10/2020 19h58
09/10/2015 – Um encontro realizado na manhã desta sexta-feira, 9, na Câmara, reuniu diversas lideranças sindicais da área de segurança pública do Estado e a comissão que trata do tema na Câmara, presidida pelo vereador Enio Brizola (PT). Beto Silva, chefe do gabinete de Fufa Azevedo (PT), também integrante do grupo de trabalhos, representou o parlamentar. Participaram Carla Jung, do Sindiperícias; Nestor Chaves, da Delegacia de Homicídios; e Neiva Carla Leite e Fábio Castro, respectivamente diretora e vice-presidente do Sindicato dos Escrivães, Inspetores e Investigadores de Polícia – RS.

Além de fazer uma apanhado sobre a crítica situação da segurança pública em todo o Estado e, em especial, Novo Hamburgo, os profissionais pediram ajuda da comissão para a realização de uma audiência pública para discutir, com a comunidade e com outros profissionais da área, possíveis soluções. “A sensação de insegurança é muito grande”, disse Castro. Ele destacou que no ano passado foram 67 mil homicídios no Brasil, e no RS teve um aumento de 21%. “Matamos mais do que o Estado Islâmico”, reforçou. Ele disse que há mais de 600 policiais para serem chamados em concurso público, mas que. em uma reunião realizada na Casa Civil recentemente, nada foi definido. Além disso, o número de aposentadorias cresceu muito, segundo Neiva. “Temos um deficit brutal na Polícia Civil – muitos aposentados, e nenhum novo ingresso de pessoal. Esse abismo começou há cerca de 20 anos com o Plano de Demissão Voluntária (PDV) e traz reflexos hoje. Já outros profissionais sentem muita insegurança em relação à carreira, daí pedem para sair, antecipam aposentadorias”, complementou.

Chaves contou que a segurança pública vinha em ascensão de trabalho e conquistas, mas que de janeiro para cá houve um declíneo muito grande. Segundo ele, o baixo salário, o seu parcelamento e o aumento generalizado da criminalidade estão entre as principais causas da desmotivação dos profissionais. “Estamos entre a cruz e a espada”, disse.

Carla citou que desde 2008 não há concurso público para a perícia. “Demoramos muito para os atendimentos porque, além de ser uma trabalho complexo, temos somente uma equipe de trabalho – E somos uma regional”, contou.

Castro ressaltou que, aqui no Rio Grande do Sul, não havia algumas ações há alguns meses, como a queima de ônibus, por exemplo. Carla falou que foi aprimeira vez que impediram passageiros de sair da condução, retratando atentado contra segurança ocorrido em Porto Alegre no último mês. “Os criminosos estão percebendo que para o governo estadual a segurança pública não está em primeiro plano. Temos de agir rápido.”

Ações da Comissão de Segurança

Brizola disse que a Câmara realizou, em julho e agosto desse ano, um ciclo de palestras com o objetivo de discutir com a comunidade e profisisonais da área a segurança pública. “Abraçamos o tema como prioritário para o parlamento e sociedade”, frisou. Também disse que os vereadores atuam de forma parceira ao Movimento #Paz, de Novo Hamburgo, que tem entre as suas principais lutas o fim do regime semiaberto. Ele louvou a preocupação dos profissionais que compareceram à reunião e disse que o deputado estadual Tarcício Zimmerman já solicitou a realização de uma audiência pública para debater o tema na cidade. Ele ressaltou que na próxima terça-feira, 13, recebem aqui na Câmara a assessoria da Comissão de Segurança do Estado, presidida por Nelsinho Metalúrgico, para maior detalhamento sobre a audiência. “Na sequência, realizaremos um encontro com os dois deputados para dar os encaminhamentos práticos sobre a audiência esse encontro que deve mobilizar diversas categorias do Estado”, finalizou.