Atalíbio Foscarini dará nome à sala no Legislativo
O espaço utilizado pela Sala de Reuniões do Gabinete da Presidência da Câmara Municipal passará a denominar-se de Sala Atalíbio Foscarini. O projeto de resolução dando nome à sala é de autoria do vereador Antonio Lucas, presidente da Câmara Municipal, e foi aprovado por unanimidade em primeiro turno, na sessão desta terça-feira, 13 de outubro.<br /><br />O ex-prefeito e ex-vereador Atalíbio Foscarini faleceu no dia três de maio de 2008, aos 78 anos de idade e, em 2007, recebeu o título de Cidadão de Novo Hamburgo. Além da justa homenagem, Antonio Lucas ressalta que a homenagem preservará a memória da cidade para as futuras gerações. Na sua avaliação, "o ex-prefeito de Novo Hamburgo não recebeu, ainda, todas as homenagens que lhe cabem pela sua trajetória incomparável de homem público."<br /><br />Tudo começou no início da década de 60, quando o prefeito Walter Bertolucci convidou-o a participar da organização da Prefeitura de Gramado. Foscarini atuou como secretário municipal até 1965, quando transferiu residência para Novo Hamburgo.<br /><br />Foi secretário de Obras em Novo Hamburgo na gestão de Eugênio Nelson Ritzel, que o convidou a candidatar-se à Prefeitura, tendo como vice Hélio Feltes. Venceu por 14.517 votos, desempenhando mandato de 1983 a 1989. Também foi deputado estadual, em 1990, quando obteve 31.500 votos. <br /><br />Foscarini foi prefeito de Novo Hamburgo por duas administrações, de 1983 a 1989 e de 1993 a 1996. Como prefeito imprimiu novo ritmo ao desenvolvimento da cidade. Em seu primeiro mandato realizou diversas obras, impulsionando o progresso do município. A pavimentação asfáltica caracterizou seu trabalho à frente da Prefeitura. De 83 a 88 pavimentou-se com asfalto um milhão 863 mil e 159 metros quadrados de vias públicas, triplicando o volume asfaltado até 1982. Da mesma forma, a pavimentação de vias com pedra irregular chegou a 905.489 metros quadrados, quando de 1956 a 1982 era de 609.500.<br /><br />Segundo relatório da época, a frota municipal de máquinas e veículos foi aumentada em mais 134 unidades, passando de 126 para 260 veículos. De 83 a 88, foi de 22 o número de sinaleiras instaladas, todas com controle eletrônico. Até 1976 eram sete as sinaleiras, acionadas por controle mecânico. No mesmo período foram criadas mais 15 linhas de ônibus, sendo que até 1976 existiam apenas 10. Foram implantados 700 abrigos nos pontos de ônibus, sendo que até 76 não havia sequer registro desses equipamentos. <br /><br />Em seu segundo mandato, em 1993, foi eleito com 64.518 votos, em chapa formada com Élio Giacomet. Exerceu o cargo de coordenador de obras do complexo General Motors em Gravataí, na gestão do governador Antônio Brito. Foi chefe do escritório da filial do Cimento Itaú - Votorantin em Porto Alegre até sua aposentadoria. <br /><br />Encerrou sua carreira política como vereador, eleito para o mandato de 2001 a 2004, onde teve a oportunidade de debater os principais temas da cidade, contribuindo com a sua notável experiência de administrador e homem público.<br /><br />VEREADORES LEMBRAM TRAJETÓRIA DE POLÍTICO<br /><br />Para o vereador Antonio Lucas, Foscarini é "o maior mito político de Novo Hamburgo". O presidente do Legislativo lembrou que os dois foram colegas na 13ª Legislatura, de 2001 a 2004, quando havia 21 vereadores. Lucas revelou que a sala de reuniões é um dos locais mais importantes do Legislativo, pois lá são tomadas decisões importantes para a vida política da cidade. Toda quinta-feira, no local, é realizado o encontro de lideranças, no qual são debatidos os projetos que entrarão na ordem do dia. <br /><br />"Fico feliz em ter conhecido uma pessoa que ajudou tanto Novo Hamburgo", afirmou Lucas.<br /><br />Outros parlamentares se pronunciaram sobre a atuação política de Foscarini, entre eles: Ito Luciano (PMDB), Gerson Peteffi(PSDB), Leonardo Hoff (PP), Ricardo Ritter (PDT), Raul Cassel (PMDB), Volnei Campagnoni (PcdoB), Carlinhos Schenlrte (PMDB) e Gilberto Koch (PT).<br /><br />Segundo Peteffi, de 80% a 85% da cidade foi asfaltada na gestão de Foscarini. "Quem mora em rua de chão batido, sabe que é uma questão de saúde pública", disse.<br /><br />Hoff salientou a retidão de caráter de Foscarini, sendo um dos prefeitos que mais fez pela cidade. Relatou que o prefeito foi atendido no Hospital Municipal quando adoeceu, pois não tinha nenhum plano de saúde. <br /><br />Da tribuna, Ricardo Ritter(PDT)compartilhou com o plenário que o político era um declarado fã de Leonel Brizola e um grande apoiador do futebol varzeano. <br /><br />"Tive a honra de ser vereador na mesma época que Atalíbio Foscarini", declarou Ica.<br /><br />Conforme Raul Cassel, o prefeito gostava de ser lembrado por ter feito uma sala de aula por mês, tendo sido o político que mais tempo governou a cidade.<br /><br />Ito Luciano revelou que, em sua trajetória política, contou com o importante apoio de Foscarini. Para ele, além de seu trabalho como administrador, Foscarini mostrou-se eficiente à frente da Secretaria de Obras, na gestão de Eugênio Nelson Ritzel. "Era um homem que teria muita coisa ainda para contribuir", acrescentou.<br /><br />Volnei Campagnoni destacou que Foscarini tratava o servidor como seu colega de trabalho, não como inimigo. Carlinhos Schenlrte, por sua vez, relatou que conheceu Foscarini quando este foi fazer campanha em uma agência bancária de Novo Hamburgo. "Fiquei torcendo por ele", disse o vereador, que alguns anos depois foi convidado a filiar-se ao PMDB. <br /><br />Gilberto Koch disse que o prefeito era conhecido por sua postura aberta ao diálogo. "Sempre aprendíamos muito com ele", concluiu.