Projeto dos mercados é aprovado por 8x5

por admin última modificação 16/10/2020 19h58
Confira os que disseram sim à proposta
O projeto de autoria de Alex Rönnau, PT, propondo a redução do horário de funcionamento dos hiper, super e minimercados, foi aprovado por oito votos a cinco na sessão desta terça-feira, 11 de agosto. Disseram sim os vereadores Matias Martins, PT, Gilberto Koch, PT, Alex Rönnau, PT, Carmen Ries, PT, Volnei Campagnoni, PC do B, Luiz Carlos Schenlrte, PMDB, Sergio Hanich, PMDB, e Ricardo Ritter, PDT. Votaram contra os vereadores Gerson Peteffi, PSDB, Jesus Maciel, PTB, Jorge Luz, PMDB, Leonardo Hoff, PP, e Raul Cassel, PMDB.

A próxima votação será realizada na quinta-feira, 13.

Pronunciamento dos vereadores favoráveis à proposta

Alex Rönnau, PT, usou a tribuna para defender a aprovação do projeto. Ele iniciou o discurso dizendo que, ao contrário do que ouve pelas ruas, não está se posicionando em nome de meia dúzia de pessoas. Mas de 350 pequenos e médios estabelecimentos de Novo Hamburgo. "Temos certeza de que não acontecerão as demissões anunciadas pelas grandes redes. Assim como não houve o aumento de ofertas de empregos quando aprovada a lei do livre horário de funcionamento". O autor do projeto citou o caso de Santa Maria, onde é obrigatório o fechamento dos mercados em três domingos por mês. "Defendemos o direito à convivência familiar aos domingos. Há casais e filhos sendo prejudicados pela ausência dos pais", afirmou.

O vereador disse que o lucro oriundo dos pequenos é investido no Município ao passo que 90% do lucro das grandes empresas, multinacionais, vão para fora do Brasil. "Estamos preocupados com a quebradeira dos pequenos estabelecimentos no bairros, o que vai gerar mais desemprego, porque eles empregam cerca de 4 mil funcionários".

Além disso, destacou que o debate é legítimo. "Infelizmente, os grandes não se posicionaram. Não vieram defender o emprego de vocês. Nem o advogado presente na audiência não quis se pronunciar. Foram os pequenos que vieram aqui defender a economia local do Município", argumentou.


Gilberto Koch, do PT, citou manchete do jornal, cujo título fala sobre a ameaça ao consumidor hamburguense. "Não podemos não enxergar quantos trabalhadores e empregos diretos e indiretos são gerados pelos pequenos estabelecimentos. Essa discussão está sendo bem controlada". Ele enfatizou que, pela primeira vez na Câmara de Vereadores, há respeito entre os vereadores e igualdade na discussão. "Queremos acabar com a desigualdade que há entre pequenos e grandes estabelecimentos. Sou a favor da redução da jornada de trabalho sem a redução de trabalho", finalizou.

Matias Martins, PT, disse que como vereador gostaria sempre de ver o plenário lotado como ocorreu nesta votação. Parabenizou as duas correntes de pensamentos. "Tenho consciência da enorme responsabilidade que temos hoje. Um tema polêmico, sobre o qual me questionam aonde eu vou. Qualquer posição que tomarmos, seremos criticados. Ou ficamos ao lado dos pequenos ou veremos as grandes redes esmagarem eles". Falou da concorrência desleal. "Quem ajudou essa cidade a crescer?". Disse que respeita as posições contrárias e que as leis são feitas para serem aperfeiçoadas. "Por isso, voto com a minha bancada. E prometo, se me trouxerem votos, alteramos essa lei", frisou.

Volnei Campagnoni, do PC doB falou sobre a desigualdade de espaço de
discussão do processo. "A mídia se posicionou e os debates foram unilaterais, pois os grandes estabelecimentos não participaram das discussões, apesar de terem sido convidados". Apresentado anúncios dos dois tipos de estabelecimentos, Campagnoni desmentiu a afirmação de que os grandes têm preços mais baratos. "Tentaram confundir a comunidade", reiterou. Ele afirmou freqüentar os grandes estabelecimentos e ouviu
queixas dos trabalhadores em relação a sobrecarga de trabalho. Volnei questionou a ausência dos gerentes dos grandes estabelecimentos na sessão e alertou que o dinheiro que entra em Novo Hamburgo através dos pequenos estabelecimentos é investido aqui. Na opinião do vereador, a abertura dos grandes estabelecimentos aos domingos não representa atrativo turístico para o município.

Carmen Ries, PT, enfatizou que domingo à tarde é destinado à família. "Será que ninguém pode alterar seus hábitos de consumo em benefício da convivência familiar?", indagou. A vereadora disse que muito escutou sobre a alteração nos horários, como um retrocesso para o Município. "Não acredito nisso", ponderou.

Ela prometeu mudar o voto para contrário ao projeto caso as grandes empresas paguem salário dobrado aos que trabalham aos domingos. "É assim que estipula a lei. Se vocês querem trabalhar aos domingo, eu mudo o voto. Porque meu compromisso é com o povo e não com a mídia ou com os pequenos ou grandes comerciantes".

Luiz Carlos Schenlrte, do PMDB, afirmou que mudou de opinião, já que era contra o projeto e, agora, a favor. Justificou que a concorrência é desigual e que os grandes mercadoss aplicam os seus investimentos fora do Município. "Eles vendem de tudo, enquanto os pequenos apenas alimentos". Disse que apenas as grandes redes têm a oportunidade de mudar os valores dos seus produtos no mesmo dia. "Apoio a família em primeiro lugar, já que elas trabalham todos os dias nos pequenos estabelecimentos e, por isso, têm apenas o domingo para descansar", finalizou.