LOTEAMENTO MARISOL AGUARDA MELHORIAS NO BAIRRO

por admin última modificação 16/10/2020 19h58
Sessão comunitária ouviu moradores
A pedido da Associação de Moradores do Loteamento Marisol, a Câmara Municipal realizou a primeira sessão comunitária da atual legislatura. Cerca de 80 pessoas lotaram o refeitório da Escola Municipal Francisco Xavier Kunst para reivindicar melhorias no bairro, de há muito aguardadas. A reunião ocorreu na quarta-feira à noite, às 19h, sob o comando do presidente da Câmara, vereador Antonio Lucas. A vice-prefeita Lorena Mayer compareceu, representando o Poder Executivo. Também estiveram presentes os vereadores Alex Rönnau e Gilberto Koch (PT), Ricardo Ritter (PDT), Sergio Hanich e Luiz Carlos Schenlrte (PMDB) e Jesus Maciel Martins (PTB). A presença dos vereadores é facultativa, conforme determina o Regimento Interno da Câmara. Volnei Campagnoni justificou a ausência. Antonio Lucas explicou aos presentes que todas as reivindicações apresentadas serão encaminhas, em caráter oficial, à Prefeitura Municipal.

João França, presidente da Associação de Moradores, aplaudido pelos moradores, pediu urgência na construção de um posto de saúde. Moradores precisam caminhar até quatro quilômetros para chegar a UBS - Unidade Básica de Saúde mais próxima, saindo de madrugada, enfrentando assaltos e a falta de iluminação pública. João Batista Tavares reforçou a solicitação, no que foi seguido por todos os que se manifestaram.
França lembrou que há três anos, na última sessão comunitária ali realizada, reivindicaram calçamento para as ruas e que a Prefeitura ainda não realizou essa obra. A população enfrenta barro e poeira, além dos alagamentos. Uma das zonas críticas é a área em frente à Escola Francisco Xavier Kunst. Segundo os moradores, o bairro está isolado; solicitaram a abertura das avenidas São Leopoldo e dos Municípios, permitindo uma ligação com a Vila Aeroclube.

O presidente da Associação de Moradores sugeriu a construção de uma praça para as crianças brincarem; a instalação de novas paradas de ônibus e de um coletor de lixo seco para recolhimento de objetos como sofás, por exemplo, que acabam sendo descartados na via pública. Defendeu a passagem integrada no transporte coletivo, explicando que para se deslocar até o Centro Administrativo Municipal é preciso utilizar dois ônibus. Informou aos vereadores que está lutando para regularizar a documentação da Associação de Moradores buscando viabilizar a conquista do título de utilidade pública. O objetivo é construir um centro comunitário onde haja espaço para festividades e velórios, pois os moradores ainda velam seus familiares em casa.

Sobre as casas mortuárias, Gilberto Koch disse que, ao invés de ter associação de moradores para velar pessoas, o correto é ter uma capela mortuária para esse fim - duas em Canudos e uma na Marisol. Sergio Hanich considera a obra do posto de saúde mais importante do que a capela. Explicou que na atual situação é mais urgente atender aos vivos, aos recém-nascidos do que aos mortos, no que foi aplaudido pelos presentes.

Giovani Luis da Silva, morador há seis anos no bairro, reclamou da falta de segurança na Escola Francisco Xavier Kunst, onde só tem um guarda municipal. Protestou contra a falta de limpeza nas ruas, reconhecendo que a população poderia cooperar mais. Reivindicou canalização e troca de canos, que são finos e acabam estourando. A Comusa, segundo ele, não dá solução para o caso. Giovani também reclamou de um quebra-molas solicitado em novembro de 2008, sobre o qual ainda não teve resposta. O vereador Alex Rönnau esclareceu que no lugar dos quebra-molas estão sendo instalados tachões, que fazem o mesmo efeito.

A professora Magali Decker, diretora da Escola, saudou a iniciativa do Legislativo, reforçou as reivindicações apresentadas e pediu "um olhar diferenciado para a comunidade".

Vanderlei Mallmann somou-se às solicitações e disse que é impossível as crianças virem à Escola, em dias de chuva, sem se molharem, devido às más condições das vias públicas.

Sara Henckel, merendeira da Escola, reivindicou a implantação de uma creche. Elias da Rosa Ribeiro, comerciante, reclamou da falta de iluminação que tem causado, na sua avaliação, vários acidentes de carro.

Vereadores se manifestam

Os vereadores se manifestaram, saudando a mobilização da comunidade e comprometendo-se em levar adiante as reivindicações recebidas. Alex Rönnau informou que o Conselho Municipal de Saúde aprovou, na última terça-feira, 30/6, a planta do posto de saúde do Loteamento Marisol e que está lutando pela passagem integrada no transporte coletivo.

Gilberto Koch lembrou que da fábrica da Marisol até a Rua Bruno Werno Storck a iluminação foi implantada, mas que há um ano e seis meses o transformador e toda a fiação foram roubados. Confirmou verba de R$ 22 milhões para tratamento do Arroio Pampa e outros R$ 55 milhões para o Arroio Luis Rau. Também anunciou a construção de um galpão de reciclagem para catadores do bairro, garantindo emprego e renda da população. Cinco galpões deverão ser construídos em Novo Hamburgo. Betinho sugeriu que a população se acostume a denominar o bairro de Morada dos Eucaliptos, como é o correto, e não Marisol., que indica o nome da fábrica junto ao bairro.

Jesus Maciel Martins afirmou que acredita na busca de soluções somente com a participação da comunidade. Deu seu apoio à construção do posto de saúde, à passagem integrada e às praças e áreas de esporte como alternativa para os jovens não se marginalizarem.

Luiz Carlos Schenlrte informou ao público que a Prefeitura mantém uma capela mortuária no Cemitério Municipal, a preços razoáveis. Ricardo Ritter, assim como Carlinhos Schenlrte, esclareceu o papel do vereador, que não tem o poder de fazer obras, mas que apenas encaminha e luta por alcançar as reivindicações da comunidade. Também defendeu a construção das capelas mortuárias.

Sergio Hanich foi enfático ao afirmar que "quem decide é a comunidade e que a assembléia de moradores é soberana". O papel do vereador, explicou, é o de fiscalizar, controlar as verbas, os gastos, contribuindo para que a comunidade tenha o que precisa. Completou, dizendo que tem orgulho de ter sido eleito e que as pessoas o "elegeram para poder dizer o que elas não têm boca para falar". "Não entrei na Câmara patrocinado por ninguém, entrei pela porta da frente e o povo é o meu patrão".

Lorena Mayer

A vice-prefeita Lorena Mayer compareceu à sessão comunitária, anunciando para breve a construção do posto de saúde na Marisol e da UPA - Unidade de Pronto Atendimento 24 horas no Bairro Canudos, cujas obras iniciam em setembro. Documento autorizando as obras foi assinado pelo secretário estadual da Saúde, Osmar Terra, no último dia 30 de junho.
Lorena falou do aparelho de raio-X à disposição da UBS do Centro, revelando que 2.300 pessoas esperam na fila para fazer um exame pois o Hospital Municipal dá prioridade aos acidentados. Divulgou o serviço do SUS em Casa, através do qual os pacientes hospitalizados no Municipal poderão continuar o tratamento na sua residência, desde que haja um cuidador responsável. O projeto piloto em desenvolvimento está assistindo 12 pacientes em casa. O sistema ajuda na liberação de leitos e torna o atendimento mais humanitário.
Disse que 20 mil pessoas esperam na fila por atendimento cirúrgico e que, para sanar o problema, o Município comprou serviços de Sapucaia do Sul, através do qual será possível fazer 20 cirurgias/mês, já em andamento. Também falou de verbas para saneamento básico, que virão pelo Ministério das Cidades, e das emendas parlamentares feitas por Tarcísio Zimmermann, enquanto deputado federal. Uma delas contempla melhorias na Marisol. Finalizando, a vice-prefeita Lorena Mayer pediu paciência aos moradores pois a nova administração recém completou seis meses.