31/08/2010 - Mantido veto ao projeto dos carros-fortes
Os vereadores mantiveram, na sessão desta
terça-feira, 31, o veto ao Substitutivo ao Projeto de Lei n° 52/2010,
de autoria de Sergio Hanich (PMDB), que dispõe sobre a obrigatoriedade
de espaço exclusivo, nos bancos, para veículos que transportam valores.
Sete votos foram favoráveis à manutenção do veto e seis, contrários.
Segundo
o Executivo, apesar de a proposta do vice-presidente da Casa ter
méritos, carece de maior aprofundamento, pois não trata das casas
lotéricas, postos da Caixa Econômica Federal ou do Banrisul e caixas de
auto-atendimento. O texto do veto ainda aponta que "igual segurança
deveria ser estendida a todos os demais estabelecimentos comerciais que
igualmente contratam serviços especializados de transporte de valores,
como, ilustrativamente, supermercados, lojas de departamentos, centro
de compras".
A prefeitura propõe reunir integrantes da
Secretaria Municipal de Segurança e Mobilidade Urbana, autoridades da
área de segurança do Estado, representantes da Câmara Municipal, das
instituições bancárias e do Sindicato dos Bancários e representação de
empresas de transporte de valores para analisar o tema e, depois,
encaminhar uma nova proposta à Câmara.
Defesa do projeto
Serjão
pediu aos demais vereadores que o ajudassem a derrubar o veto. "Entendo
que esse projeto é importantíssimo para a comunidade e, principalmente,
para os funcionários dos carros-fortes. Com tudo o que os bancos
lucram, não devem ter problemas em criar esses espaços. Hoje, os
carros-fortes atrapalham o trânsito e o fluxo de pessoas", questionou.
"Nós
todos já nos deparamos com avenidas totalmente congestionadas por causa
dos carros-fortes. Além de desprotegidos, nos sentimos presos no
trânsito", frisou Gerson Peteffi (PSDB), concordando com Serjão. "Pode
acontecer um acidente grave."
O presidente da Casa, Jesus
Maciel (PTB), parabenizou Serjão pela iniciativa e lembrou que já havia
apresentado uma proposta parecida, que foi vetada. "Apresentaram um
motivo parecido para vetar, que os mercados não haviam sido citados.
Mas uma coisa não inviabiliza a outra."
Raul Cassel (PMDB)
também defendeu a ideia de seu correligionário. "Não é contrária ao
interesse público. Pelo contrário: é a favor do interesse público. Por
que os bancos não podem ter uma área de refúgio que não exponha a
população? As agências têm de se adaptar. Por isso, sou contra o veto."
Volnei
Campagnoni (PCdoB) lembrou que esse assunto já está sendo debatido há
anos na Casa, por isso, votou pela berrubada do veto. "O projeto tem
que sair da gaveta. Temos um problema sério de mobilidade urbana. E os
bancos têm que dar segurança à comunidade. Também me sinto prejudicado
no dia a dia por essa situação."
"Votei contra o veto, sempre
fui favorável a essa alternativa. Duvido que um banco saia da cidade
por esse motivo. Podemos discutir mais, mas é um passo inicial",
argumentou Antonio Lucas (PDT).
Mais debate
O líder
do governo, Gilberto Koch (PT), pediu que o texto do veto fosse lido na
íntegra. "O problema é o tempo de adaptação dos bancos, além de deixar
de fora outras instituições. Queremos debater mais, com sindicatos, com
a Comissão de Segurança, entre outros. Por isso, defendo a manutenção
do veto."
Ito Luciano (PMDB) também votou a favor da manutenção
do veto. "Não adianta termos uma lei que depois não vai ser posta em
prática, não vai ser fiscalizada", afirmou.
31/08/2010