AUDIÊNCIA DISCUTIU SE HORÁRIO DE MERCADOS DEVE OU NÃO SER ALTERADO
por admin
—
última modificação
16/10/2020 19h58
Iniciativa foi da Comissão de Finanças
Médios e minimercados querem fechar às 20h, de segunda a sábado, e ao meio-dia, aos domingos. Essa foi a reivindicação dos comerciantes na audiência sobre o horário do comércio, promovida pela Câmara na noite do dia 1º de junho. Sensível aos clamores da sociedade, a Comissão de Competitividade, Economia, Finanças, Orçamento e Planejamento, uma das oito comissões permanentes da Câmara, promoveu o evento dando condições para o debate. O vereador Leonardo Hoff, presidente da Comissão, adiantou que quando se fala em alterar hábitos, a Câmara tem que entrar na discussão.O prefeito Tarcísio Zimmermann não pode comparecer, mas elogiou a iniciativa.
Joelcir Savanin, em nome dos pequenos e médios, defendeu o funcionamento do comércio das 8h às 20h, de segunda a sábado, e das 8h às 12h, aos domingos e feriados. Esse horário seria para todos, inclusive para os hipermercados.Atualmente, o horário proposto é das 7h30min às 22h, de segunda a sábado, e das 8h às 22h, domingos e feriados. Na sua avaliação, o horário das grandes redes prejudica o comércio local. A proposta de alteração de horário, segundo o representante da comissão de supermercadistas, vem ao encontro dos anseios da população e da classe dos comerciantes. "Se concretizada, beneficiará em torno de 80% da população. Queremos mais equilíbrio em relação às grandes empresas." Os 350 mercados existentes empregam cerca de 4.200 funcionários, enquanto os hiper empregam 900 pessoas. Os pequenos e médios empregam em torno de três mil funcionários. Joelcir propôs que seja feita uma pesquisa sobre o impacto da instalação de grandes redes supermercadistas nos bairros. Na sua avaliação, essa presença é prejudicial aos pequenos. Estes, continuou, são justamente aqueles que contribuem com impostos. As grandes redes são multinacionais e seus lucros são investidos fora do Estado e do país. Não geram riqueza para Novo Hamburgo. Empregam mão-de-obra terceirizada de empresas fora do Estado.
Quando a diferença oprime, deve-se buscar a igualdade, e quando a igualdade oprime, deve-se buscar a diferença. Foi com essa afirmação que o Presidente do Sindicato dos Comerciários, Vitor Gatelli, começou o discurso manifestando a posição oficial da entidade. "Defendemos que não se trabalhe aos domingos. Caso seja indispensável, que tenha um regramento bem consolidado". O ex-vereador ressaltou que muitos embasam a necessidade de manter os mercados abertos em um possível potencial turístico do município. "Mas que turismo temos aqui?Todos os ônibus sobem a serra na sexta-feira e voltam no domingo no fim da tarde ou segunda de manhã. A alteração do horário não vai prejudicar, porque os ônibus sequer entram aqui", advertiu. Além disso, Gatelli afirmou que em 2008 as vendas aumentaram e que 65% de tudo que é faturado está na mão de cinco empresas, sendo três multinacionais. "O lucro gerado vai embora. Precisamos nos preocupar com isso". Gatelli finalizou dizendo que defende o descanso coletivo aos domingos e que acredita que a sociedade pode ser organizada de outra forma.
Remi Carasai, presidente da Câmara de Dirigentes Lojistas, lembrou que a cidade ainda detém a imagem de capital nacional do calçado e que esta deve ser resgatada e mantida. Propôs um trabalho conjunto entre entidades e poderes executivo e legislativo. "Somente com união poderemos chegar e melhores resultados", alertou. Independente da posição definida pela audiência, esta será apresentada à direção da CDL, garantiu.
- Com o comércio fechado será mais difícil pagar impostos e funcionários. Como está, está de bom tamanho, declarou, acrescentando: "Fechar no domingo é bom, mas devemos dar liberdade para que o comércio varejista trabalhe até domingo ao meio-dia. A cidade ganhará com rentabilidade e com a manutenção de empregos", concluiu.
Alex Rönnau falou em nome de parte da bancada do PT. Ele é defensor da valorização do comércio local, especialmente dos bairros e vilas, sem menosprezar o comércio do centro. "Se não valorizarmos os pequenos comerciante e lojistas não há condições de mantê-los abertos. Precisamos fortalecer o comércio local para o desenvolvimento do bairro. Quero deixar bem clara a opção da regularização dos horários, pois os pequenos estão sendo engolidos pelas grandes redes, que aos poucos estão monopolizando. O vereador destacou que os pequenos geram praticamente quatro mil empregos. Além disso, a arrecadação fica em Novo Hamburgo. "E os grandes?", indagou. Alex disse que seu principal propósito é defender o trabalhador. Ele lembrou que deve ingressar na Casa um projeto solicitando a alteração do horário e pediu que a população se fizesse presente novamente no momento da votação.
Também se posicionou a favor dos trabalhadores o vereador Sergio Hanich, do PMDB. "Domingo à tarde é para ficar em casa com a família. Por que não podemos fazer a alteração para ver se vão melhorar as condições?". Pediu que a comunidade continue mobilizada, pois "a união faz a força".
Volnei Campagnoni, do PC do B, disse que sua decisão está tomada. Ele igualmente questionou o fato de manter os estabelecimentos abertos em razão do turismo em Novo Hamburgo. "Temos de falar com responsabilidade. As grandes redes não respeitam os trabalhadores, diferente dos pequenos, que tem Ministério do Trabalho e Sindicatos fiscalizando". Volnei lembrou que uma grande rede de supermercados deve abrir no Bairro Canudos. "E quantos mini e médios vão fechar?". Para ele, chegou o momento de repensar vários aspectos da economia do Município e o comércio é um deles.
A posição da comunidade
Dez pessoas da comunidade se inscreveram para manifestar a posição sobre o assunto. Luiz Carlos Callegaro ressaltou que cerca de 150 empresas pequenas e médias geram a maior parte dos empregos no setor. Ele acredita que se esses fecharem, o efeito será em cascata, gerando o fechamento de outros estabelecimentos comerciais. Callegaro se preocupa com o novo Hipermercado que deve ser instalado em Canudos. "O bairro será arruinado com esse grande conglomerado".
Joni Marbene frisou que as redes surgiram para poder gerar concorrência aos conglomerados. "Essa reivindicação deve ser atendida pelos vereadores. Temos de pensar nos pequenos e investir neles para gerar uma economia forte, como um dia já foi em Novo Hamburgo. Ele ressaltou que os pequenos precisam fechar mais cedo por motivos, inclusive, de segurança. "Caso contrário perdem dinheiro e a vida".
Edson Masotti questionou a ausência do Secretário de Desenvolvimento Econômico, Tecnologia, Trabalho e Turismo, Carlos Fink. "Ele não teve cara de enfrentar os comerciantes para quem pediu votos", exclamou. Mesmo o vereador Leonardo Hoff tendo justificado a ausência do titular da pasta, o plenário vaiou o seu não comparecimento.
Alguns cidadãos enviaram durante a semana, por cartas e e-mails, para o gabinete de Hoff, sua posição contrária à alteração do horário. Quando lida as manifestações, o plenário igualmente reagiu com vaias.
Joelcir Savanin, em nome dos pequenos e médios, defendeu o funcionamento do comércio das 8h às 20h, de segunda a sábado, e das 8h às 12h, aos domingos e feriados. Esse horário seria para todos, inclusive para os hipermercados.Atualmente, o horário proposto é das 7h30min às 22h, de segunda a sábado, e das 8h às 22h, domingos e feriados. Na sua avaliação, o horário das grandes redes prejudica o comércio local. A proposta de alteração de horário, segundo o representante da comissão de supermercadistas, vem ao encontro dos anseios da população e da classe dos comerciantes. "Se concretizada, beneficiará em torno de 80% da população. Queremos mais equilíbrio em relação às grandes empresas." Os 350 mercados existentes empregam cerca de 4.200 funcionários, enquanto os hiper empregam 900 pessoas. Os pequenos e médios empregam em torno de três mil funcionários. Joelcir propôs que seja feita uma pesquisa sobre o impacto da instalação de grandes redes supermercadistas nos bairros. Na sua avaliação, essa presença é prejudicial aos pequenos. Estes, continuou, são justamente aqueles que contribuem com impostos. As grandes redes são multinacionais e seus lucros são investidos fora do Estado e do país. Não geram riqueza para Novo Hamburgo. Empregam mão-de-obra terceirizada de empresas fora do Estado.
Quando a diferença oprime, deve-se buscar a igualdade, e quando a igualdade oprime, deve-se buscar a diferença. Foi com essa afirmação que o Presidente do Sindicato dos Comerciários, Vitor Gatelli, começou o discurso manifestando a posição oficial da entidade. "Defendemos que não se trabalhe aos domingos. Caso seja indispensável, que tenha um regramento bem consolidado". O ex-vereador ressaltou que muitos embasam a necessidade de manter os mercados abertos em um possível potencial turístico do município. "Mas que turismo temos aqui?Todos os ônibus sobem a serra na sexta-feira e voltam no domingo no fim da tarde ou segunda de manhã. A alteração do horário não vai prejudicar, porque os ônibus sequer entram aqui", advertiu. Além disso, Gatelli afirmou que em 2008 as vendas aumentaram e que 65% de tudo que é faturado está na mão de cinco empresas, sendo três multinacionais. "O lucro gerado vai embora. Precisamos nos preocupar com isso". Gatelli finalizou dizendo que defende o descanso coletivo aos domingos e que acredita que a sociedade pode ser organizada de outra forma.
Remi Carasai, presidente da Câmara de Dirigentes Lojistas, lembrou que a cidade ainda detém a imagem de capital nacional do calçado e que esta deve ser resgatada e mantida. Propôs um trabalho conjunto entre entidades e poderes executivo e legislativo. "Somente com união poderemos chegar e melhores resultados", alertou. Independente da posição definida pela audiência, esta será apresentada à direção da CDL, garantiu.
- Com o comércio fechado será mais difícil pagar impostos e funcionários. Como está, está de bom tamanho, declarou, acrescentando: "Fechar no domingo é bom, mas devemos dar liberdade para que o comércio varejista trabalhe até domingo ao meio-dia. A cidade ganhará com rentabilidade e com a manutenção de empregos", concluiu.
Alex Rönnau falou em nome de parte da bancada do PT. Ele é defensor da valorização do comércio local, especialmente dos bairros e vilas, sem menosprezar o comércio do centro. "Se não valorizarmos os pequenos comerciante e lojistas não há condições de mantê-los abertos. Precisamos fortalecer o comércio local para o desenvolvimento do bairro. Quero deixar bem clara a opção da regularização dos horários, pois os pequenos estão sendo engolidos pelas grandes redes, que aos poucos estão monopolizando. O vereador destacou que os pequenos geram praticamente quatro mil empregos. Além disso, a arrecadação fica em Novo Hamburgo. "E os grandes?", indagou. Alex disse que seu principal propósito é defender o trabalhador. Ele lembrou que deve ingressar na Casa um projeto solicitando a alteração do horário e pediu que a população se fizesse presente novamente no momento da votação.
Também se posicionou a favor dos trabalhadores o vereador Sergio Hanich, do PMDB. "Domingo à tarde é para ficar em casa com a família. Por que não podemos fazer a alteração para ver se vão melhorar as condições?". Pediu que a comunidade continue mobilizada, pois "a união faz a força".
Volnei Campagnoni, do PC do B, disse que sua decisão está tomada. Ele igualmente questionou o fato de manter os estabelecimentos abertos em razão do turismo em Novo Hamburgo. "Temos de falar com responsabilidade. As grandes redes não respeitam os trabalhadores, diferente dos pequenos, que tem Ministério do Trabalho e Sindicatos fiscalizando". Volnei lembrou que uma grande rede de supermercados deve abrir no Bairro Canudos. "E quantos mini e médios vão fechar?". Para ele, chegou o momento de repensar vários aspectos da economia do Município e o comércio é um deles.
A posição da comunidade
Dez pessoas da comunidade se inscreveram para manifestar a posição sobre o assunto. Luiz Carlos Callegaro ressaltou que cerca de 150 empresas pequenas e médias geram a maior parte dos empregos no setor. Ele acredita que se esses fecharem, o efeito será em cascata, gerando o fechamento de outros estabelecimentos comerciais. Callegaro se preocupa com o novo Hipermercado que deve ser instalado em Canudos. "O bairro será arruinado com esse grande conglomerado".
Joni Marbene frisou que as redes surgiram para poder gerar concorrência aos conglomerados. "Essa reivindicação deve ser atendida pelos vereadores. Temos de pensar nos pequenos e investir neles para gerar uma economia forte, como um dia já foi em Novo Hamburgo. Ele ressaltou que os pequenos precisam fechar mais cedo por motivos, inclusive, de segurança. "Caso contrário perdem dinheiro e a vida".
Edson Masotti questionou a ausência do Secretário de Desenvolvimento Econômico, Tecnologia, Trabalho e Turismo, Carlos Fink. "Ele não teve cara de enfrentar os comerciantes para quem pediu votos", exclamou. Mesmo o vereador Leonardo Hoff tendo justificado a ausência do titular da pasta, o plenário vaiou o seu não comparecimento.
Alguns cidadãos enviaram durante a semana, por cartas e e-mails, para o gabinete de Hoff, sua posição contrária à alteração do horário. Quando lida as manifestações, o plenário igualmente reagiu com vaias.