Situação do transporte coletivo é debatida na Câmara
por admin
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última modificação
16/10/2020 19h58
Para aumento, vereadores exigem maior qualidade e passagem integrada
Alvo de diversos debates entre os vereadores, o transporte coletivo de Novo Hamburgo foi tema de audiência pública na noite de terça-feira, 19 de maio, no Plenário da Câmara. A iniciativa partiu do Executivo. De acordo com o Prefeito Municipal, Tarcísio Zimmermann, ela tem o objetivo de debater com a comunidade a qualidade e o preço do transporte urbano. "É um assunto espinhoso, mas que deve ser analisado com profundidade", disse o governante. Compuseram a mesa, além de Zimmermann, o secretário municipal de Segurança e Mobilidade Urbana (Semsu), Luiz Fernando Farias, e o vereador do PT, líder do governo no Legislativo, Gilberto Koch.
O secretário revelou que as discussões entre o governo municipal e as empresas de transporte coletivo estão ocorrendo desde o começo do ano. Farias disse que está programada para o final da tarde do dia 20 uma nova reunião, na qual será repassada para os empresários as opiniões dos vereadores e da comunidade debatidas na audiência pública do dia 19. "Vamos buscar uma solução consensual que não inviabilize o trasporte coletivo, mas que traga benefícios à população de Novo Hamburgo".
O último aumento às empresas de ônibus foi concedido em julho de 2007. Essa é uma decisão que não cabe aos vereadores, mas ao chefe do Executivo. Em Novo Hamburgo, a passagem custa, atualmente, R$ 2,00. Para o secretário municipal de Segurança e Mobilidade Urbana o preço cobrado não está defasado. Ele comparou o valor da tarifa com municípios onde a população gira em torno de 250 mil habitantes, e a passagem apresenta valor igual ou próximo. Farias acredita que só haverá aumento quando a passagem tornar-se integrada e for implantado o passe-livre.
Para o secretário, algumas medidas devem ser tomadas com urgência pelas empresas de ônibus, como a fiscalização eletrônica da frequencia de horários, a publicação diária na internet de dados operacionais, itinerário e horários. Além disso, ele frisou a necessidade da reformulação do Conselho Municipal de Transporte, conferindo à comunidade maior participação.
De que forma podemos avançar, indagou o Prefeito
Para o chefe do Executivo, o avanço nas negociações se dará a partir da audiência. Tarcísio ressaltou que ela servirá para estabelecer um conjunto de compromissos que possam ser executados e cumpridos por todas as partes envolvidas. O Prefeito reforçou, também, a necessidade da implantação da passagem integrada.
O representante das empresas de ônibus de Novo Hamburgo, advogado Jorge Amaral, disse que a passagem do transporte coletivo pode e deve ser mais barata. "É uma realidade possível, mas não pode ter um bolo de não pagantes estufado da forma que está", ressaltou, acrescentando que quem acaba pagando a conta são os pais de família. Ele anunciou que de 1.345.040 usuários transportados pelas empresas Hamburguesa, Courocap e Futura no mês de abril deste ano apenas 780.123 eram pagantes.
Em contrapartida, ressaltou Amaral, o óleo diesel praticamente quadruplicou de preço. "Existem gratuidades que não são justas e precisam ser vistas. O governo deve pagar pela inclusão social e não o usuário, o cidadão", disparou, ao afirmar que 19% do preço da passagem é reflexo direto da gratuidade.
Neste sentido, Farias apontou que o número de gratuidades existente em Novo Hamburgo apresenta paridade com as cidades de Porto Alegre e Canoas, não estando além do que deveria.
O pronunciamento dos vereadores
O vereador Alex Rönnau, do PT, disse que a população não quer saber de gráficos. "Estou aqui como vereador e usuário. Eu pego ônibus todo o dia e sofro com as condições do transporte. Gostaria de defender o aumento da passagem, se os ônibus fossem confortáveis e os horários comportassem a demanda. Mas não tenho motivos para defender isso", afirmou, ressaltando que a passagem integrada é o que mais faz falta para população carente.
Ricardo Ritter, do PDT, reclamou da posição da roleta do ônibus, que, segundo ele, dificulta a entrada dos passageiros. "Peço que haja o seu deslocamento alguns bancos para atrás".
Jesus Maciel Martins, do PTB, anunciou que os vereadores não podem inviabilizar a atividade das empresas, com a não-concessão de aumento, mas que, também, não podem prejudicar a população. "Precisamos fazer uma discussão séria e, se estabelecido o aumento, exigir que as empresas deem retorno de qualidade."
Matias Martins, do PT, afirmou que a Prefeitura, por muito tempo, foi generosa com as empresas de transporte coletivo ao conceder reajustes das passagens, citando como exemplo o caso de 2007. O parlamentar mencionou o caso de Goiânia, em que o preço das passagens de ônibus foi reduzido e, ao contrário do que se imaginava, não provocou prejuízo às empresas, pois houve aumento no número de passageiros.
No encerramento de sua fala, Matias alertou que, mesmo no horário do funcionamento das escolas, os ônibus não entram em algumas partes do bairro Santo Afonso.
O vereador Sergio Hanich, do PMDB, relatou que foi motorista de ônibus e, baseado em sua experiência, entende ser necessária a presença do cobrador em todos os veículos de transporte coletivo. Compartilham da mesma opinião os vereadores Alex Rönnau e Gilberto Koch, que temem o aumento do desemprego e a falta de segurança em função de o motorista, além de cuidar do trânsito, precisar cobrar as passagens. Assim como eles, o Presidente do Sindicato Rodoviário de Novo Hamburgo, Lauri Finotti, defende o retorno dos cobradores e a garantia do emprego desses profissionais.
Para Raul Cassel, do PMDB, outra questão que deverá ser avaliada são as gratuidades concedidas, citando como exemplo a revenda clandestina de passagens. O vereador defende que essa prática seja combatida. O parlamentar peemedebista acredita que o reajuste proposto pode ser condicionado a melhorias no transporte coletivo.
O vereador Gilberto Koch afirmou que não é sucateando o transporte que se resolverá o problema, recordando que em 2007 a cidade teve um dos maiores reajustes da passagem na comparação com outros municípios do Estado. O parlamentar mencionou a crítica feita pelo vereador Sergio Hanich referente à posição da roleta no veículo e à entrada dos passageiros pela frente do veículo. Betinho declarou que a mudança foi adotada para a se retirar os cobradores. O vereador disse que a intenção das empresas é reduzir custos.
Betinho lembrou ao público presente que até dezembro de 2008 uma linha de ônibus ligava o bairro Santo Afonso ao Centro Administrativo, mas foi extinta em 2009. Ele lamentou que a população tenha perdido essa opção de transporte, atribuindo a falta de passageiros à precariedade na divulgação desse trajeto.
Além dos vereadores, a palavra foi concedida a pessoas da comunidade e a representantes de entidades de classe. João Matias Pereira Gomes, da Associação de Moradores Leopoldo Petry, de Canudos, considera a passagem de Novo Hamburgo cara demais. Ele citou que conhece muitas pessoas que estão deixando de usar o transporte coletivo em função do valor cobrado atualmente. A alternativa para essas pessoas, segundo Gomes, tem sido andar a pé, já que a maioria não possui veículo próprio. Por causa do preço, o transporte clandestino tem se tornado, algumas vezes, a melhor opção para alguns usuários. " Se lá em Porto Alegre, a passagem há pouco tempo era R$ 2,00, com um dia de passe livre, porque aqui é diferente?, indagou Gomes.
O secretário revelou que as discussões entre o governo municipal e as empresas de transporte coletivo estão ocorrendo desde o começo do ano. Farias disse que está programada para o final da tarde do dia 20 uma nova reunião, na qual será repassada para os empresários as opiniões dos vereadores e da comunidade debatidas na audiência pública do dia 19. "Vamos buscar uma solução consensual que não inviabilize o trasporte coletivo, mas que traga benefícios à população de Novo Hamburgo".
O último aumento às empresas de ônibus foi concedido em julho de 2007. Essa é uma decisão que não cabe aos vereadores, mas ao chefe do Executivo. Em Novo Hamburgo, a passagem custa, atualmente, R$ 2,00. Para o secretário municipal de Segurança e Mobilidade Urbana o preço cobrado não está defasado. Ele comparou o valor da tarifa com municípios onde a população gira em torno de 250 mil habitantes, e a passagem apresenta valor igual ou próximo. Farias acredita que só haverá aumento quando a passagem tornar-se integrada e for implantado o passe-livre.
Para o secretário, algumas medidas devem ser tomadas com urgência pelas empresas de ônibus, como a fiscalização eletrônica da frequencia de horários, a publicação diária na internet de dados operacionais, itinerário e horários. Além disso, ele frisou a necessidade da reformulação do Conselho Municipal de Transporte, conferindo à comunidade maior participação.
De que forma podemos avançar, indagou o Prefeito
Para o chefe do Executivo, o avanço nas negociações se dará a partir da audiência. Tarcísio ressaltou que ela servirá para estabelecer um conjunto de compromissos que possam ser executados e cumpridos por todas as partes envolvidas. O Prefeito reforçou, também, a necessidade da implantação da passagem integrada.
O representante das empresas de ônibus de Novo Hamburgo, advogado Jorge Amaral, disse que a passagem do transporte coletivo pode e deve ser mais barata. "É uma realidade possível, mas não pode ter um bolo de não pagantes estufado da forma que está", ressaltou, acrescentando que quem acaba pagando a conta são os pais de família. Ele anunciou que de 1.345.040 usuários transportados pelas empresas Hamburguesa, Courocap e Futura no mês de abril deste ano apenas 780.123 eram pagantes.
Em contrapartida, ressaltou Amaral, o óleo diesel praticamente quadruplicou de preço. "Existem gratuidades que não são justas e precisam ser vistas. O governo deve pagar pela inclusão social e não o usuário, o cidadão", disparou, ao afirmar que 19% do preço da passagem é reflexo direto da gratuidade.
Neste sentido, Farias apontou que o número de gratuidades existente em Novo Hamburgo apresenta paridade com as cidades de Porto Alegre e Canoas, não estando além do que deveria.
O pronunciamento dos vereadores
O vereador Alex Rönnau, do PT, disse que a população não quer saber de gráficos. "Estou aqui como vereador e usuário. Eu pego ônibus todo o dia e sofro com as condições do transporte. Gostaria de defender o aumento da passagem, se os ônibus fossem confortáveis e os horários comportassem a demanda. Mas não tenho motivos para defender isso", afirmou, ressaltando que a passagem integrada é o que mais faz falta para população carente.
Ricardo Ritter, do PDT, reclamou da posição da roleta do ônibus, que, segundo ele, dificulta a entrada dos passageiros. "Peço que haja o seu deslocamento alguns bancos para atrás".
Jesus Maciel Martins, do PTB, anunciou que os vereadores não podem inviabilizar a atividade das empresas, com a não-concessão de aumento, mas que, também, não podem prejudicar a população. "Precisamos fazer uma discussão séria e, se estabelecido o aumento, exigir que as empresas deem retorno de qualidade."
Matias Martins, do PT, afirmou que a Prefeitura, por muito tempo, foi generosa com as empresas de transporte coletivo ao conceder reajustes das passagens, citando como exemplo o caso de 2007. O parlamentar mencionou o caso de Goiânia, em que o preço das passagens de ônibus foi reduzido e, ao contrário do que se imaginava, não provocou prejuízo às empresas, pois houve aumento no número de passageiros.
No encerramento de sua fala, Matias alertou que, mesmo no horário do funcionamento das escolas, os ônibus não entram em algumas partes do bairro Santo Afonso.
O vereador Sergio Hanich, do PMDB, relatou que foi motorista de ônibus e, baseado em sua experiência, entende ser necessária a presença do cobrador em todos os veículos de transporte coletivo. Compartilham da mesma opinião os vereadores Alex Rönnau e Gilberto Koch, que temem o aumento do desemprego e a falta de segurança em função de o motorista, além de cuidar do trânsito, precisar cobrar as passagens. Assim como eles, o Presidente do Sindicato Rodoviário de Novo Hamburgo, Lauri Finotti, defende o retorno dos cobradores e a garantia do emprego desses profissionais.
Para Raul Cassel, do PMDB, outra questão que deverá ser avaliada são as gratuidades concedidas, citando como exemplo a revenda clandestina de passagens. O vereador defende que essa prática seja combatida. O parlamentar peemedebista acredita que o reajuste proposto pode ser condicionado a melhorias no transporte coletivo.
O vereador Gilberto Koch afirmou que não é sucateando o transporte que se resolverá o problema, recordando que em 2007 a cidade teve um dos maiores reajustes da passagem na comparação com outros municípios do Estado. O parlamentar mencionou a crítica feita pelo vereador Sergio Hanich referente à posição da roleta no veículo e à entrada dos passageiros pela frente do veículo. Betinho declarou que a mudança foi adotada para a se retirar os cobradores. O vereador disse que a intenção das empresas é reduzir custos.
Betinho lembrou ao público presente que até dezembro de 2008 uma linha de ônibus ligava o bairro Santo Afonso ao Centro Administrativo, mas foi extinta em 2009. Ele lamentou que a população tenha perdido essa opção de transporte, atribuindo a falta de passageiros à precariedade na divulgação desse trajeto.
Além dos vereadores, a palavra foi concedida a pessoas da comunidade e a representantes de entidades de classe. João Matias Pereira Gomes, da Associação de Moradores Leopoldo Petry, de Canudos, considera a passagem de Novo Hamburgo cara demais. Ele citou que conhece muitas pessoas que estão deixando de usar o transporte coletivo em função do valor cobrado atualmente. A alternativa para essas pessoas, segundo Gomes, tem sido andar a pé, já que a maioria não possui veículo próprio. Por causa do preço, o transporte clandestino tem se tornado, algumas vezes, a melhor opção para alguns usuários. " Se lá em Porto Alegre, a passagem há pouco tempo era R$ 2,00, com um dia de passe livre, porque aqui é diferente?, indagou Gomes.