Condições insalubres de trabalho são verificadas em lixão
A Comissão de Meio Ambiente, composta pelos vereadores Gilberto Koch, PT, Carlinhos Schenlrte, PMDB, e Jesus Martins, PTB, mais o vereador Sergio Hanich, do PMDB, visitaram o lixão da Roselândia na tarde da última segunda-feira, 20, para verificar as condições de trabalhos dos Associados da Cooperativa dos Recicladores de Novo Hamburgo, a COOPREL.<br /><br />Falta de higiene, condições insalubres de trabalho e ar praticamente irrespirável fazem parte do cenário encontrado. Confira o que mais os vereadores constataram:<br /><br />Serjão disse que as mudanças devem começar pela melhoria nas condições de trabalho dos funcionários, com a criação de refeitório e vestiários. "Temos de pensar no ser humano primeiro e depois nos preocupar com a estrutura do lugar". O lixo deve ficar em áreas cobertas, disse o vereador. Se molhado, por exemplo, ele aumenta cerca de 30% em volume, o que acaba dando prejuízo para a Prefeitura e lucro ao Aterro Sanitário de Minas do Leão, para onde vão os resíduos de Novo Hamburgo. "Precisamos formar uma comissão para pensar soluções, porque a produção de lixo está aumentando cada vez mais". <br /><br />Carlinhos mostrou-se decepcionado, pois quando atuava como Secretário de Serviços Urbanos do Município, em janeiro de 2008, as duas esteiras de triagem de resíduos estavam em pleno funcionamento. Agora, somente uma está. "Menos de 10% está sendo reciclado. Mais esteiras é sinônimo de mais reciclagem", falou, acrescentando que os cooperativados teriam um salário maior. "O que eles recebem é desumano, metade de um salário mínimo, dividido em duas parcelas". O vereador também preocupa-se com o pagamento do INSS, que não é realizado pela Cooperativa. "E se um dia precisarem parar de trabalhar por um tempo, vão viver de quê?, enfatizou Carlinhos.<br /><br />A situação do lixão da Roselândia é uma realidade que o vereador Jesus Martins conhece de perto. Em novembro de 2007, ele havia visitado o local. Segundo ele, as condições, embora continuem críticas, melhoraram. "Foi retirado o acúmulo de lixo, que se estendia por todo o terreno". Em relação à reciclagem, as condições pioraram. Jesus acredita que é preciso um grande movimento da população exigindo a coleta seletiva. "O lixo precisa ser melhor recolhido. Eu, particularmente, não acredito no modelo de Cooperativa que está em funcionamento", disse.<br /><br />Gilberto Koch, Presidente da Comissão de Meio Ambiente e líder do governo na Câmara, também ficou impressionado com as péssimas condições de trabalho. "Além de tudo, falta segurança", apontou. O vereador informou que irá buscar apoio junto ao Prefeito. "Nós queremos modificar isto aqui", disse, acrescentando que nada, efetivamente, mudou desde a sua última visita, também em 2007. "Vamos resolver a situação desses homens e mulheres. Eles são gente e devem ser tratados como tal", disparou Betinho.<br /><br />Admitindo que há precariedade nas condições de trabalho fornecidas aos cooperativados, o fiscal da COOPREL, Aparício Fioravante, enumerou as principais necessidades dos trabalhadores e dificuldades encontradas. Segundo ele, gasta-se R$ 6 mil por mês com o transporte, valor que acaba saindo do bolso dos associados. Se esse problema fosse resolvido, aumentaria o lucro individual, acredita o fiscal. É preciso encontrar, também, uma forma para que os hipermercados transportem seus resíduos até a Roselândia. Além disso, faltam uniformes adequados, luvas, capacetes e botas indicadas para cada setor da Cooperativa. <br />