Coordenadoria de Educação faz balanço de 2009

por admin última modificação 16/10/2020 19h58
É Preciso planejamento, destacou a titular
A participação da titular da 2ª Coordenadoria Regional de Educação, Terezinha Roque, na sessão de terça-feira, 31, gerou debate, principalmente pelas diferenças apontadas por alguns vereadores, entre o que foi exposto e a realidade das escolas hamburguenses. A coordenadora usou a tribuna a convite da Comissão de Educação, Cultura, Desporto, Ciência e Tecnologia da Câmara.

Terezinha fez um panorama da situação das escolas estaduais do município e a integração da rede municipal e estadual de ensino. Dentre os aspectos abordados, ela falou sobre a falta de vagas, de professores e de funcionários e o excesso de alunos em sala de aula, além das condições de trabalho e a infraestrutura das escolas.

A Situação apresentada

De acordo com Terezinha, a Coordenadoria é a segunda maior do Rio Grande do Sul em número de alunos. Ela abrange 38 municípios. Desde o ano passado, é exigida a presença dos pais nas escolas para a realização de matrícula e rematrícula. Para ela, esse momento é único para que os pais conheçam o local de estudo dos filhos, a pedagogia empregada e o funcionamento da escola.

Ela explica que ano após ano o processo de diálogo entre diretores e Coordenadoria vem se intensificado. Em 2009, as escolas enviaram seu quadro de alunos, falando das carências e necessidades de cada turma."Agendamos reuniões, em todos os municípios, com diretores de ambas as redes para saber da realidade. As escolas municipais passaram uma listagem de alunos que iriam para a rede estadual, e isso foi muito bom", relatou.

Desde então, vários ajustes foram feitos para comportar os alunos em sala de aula. Ela citou o caso da Escola 25 de Julho, do Bairro Roselândia, na qual foram abertas quatro novas turmas para atender a demanda, a pedido da Secretaria Municipal de Educação. Ela justificou que nem todo o aluno de Ensino Médio foi alocado na escola mais próxima, mas que todos conseguiram vaga. Terezinha explicou que a lei de zoneamento só abrange o Ensino Fundamental.

Professor não cai do céu

Com o argumento de que professores não caem do céu, a coordenadora enfatizou que não há mais como esperar o início das aulas para distinguir as necessidades de cada local. "É preciso planejamento".

Conforme a titular, atualmente não há nenhuma solicitação de vagas em escolas estaduais em Novo Hamburgo. Terezinha fez questão de salientar que essa realidade se estende às 29 escolas, embora o número de alunos tenha aumentado. "As escolas se reorganizam para atender os alunos, inclusive os especiais. Se há alguma com excesso de alunos, é porque tem a concordância da direção, já que conversamos muito sobre isso".

Ela comentou que graças as novas tecnologias as condições e necessidades das escolas puderam ser melhores conhecidas."Acabou o papel, hoje em dia é tudo on line. Nós conseguimos saber, em todos o Estado, em quantos somos. Além de importante, isso tornou-se um dado público, porque disponibilizamos na Internet. Antes sabíamos quantos éramos, e, agora, sabemos como estamos, e isso nos serviu de pano de fundo pra traçarmos as medidas necessárias".

A maior autonomia financeira das escolas deste julho de 2008 foi outro ponto abordado na explanação. Ela explicou que a escola que precisam mais tem de ganhar mais para que possa atingir suas metas. "Se dermos o mesmo valor para todos, estaremos aumentando as desigualdades", ressaltou.

Outro passo importante foi dado ao encontro da equidade educacional. Alunos transferidos de uma escola para outra não sofrerão mais com a diversificação de currículos trabalhados pelas escolas, o que trazia inúmeros problemas quando transferidos. Conforme a coordenadora, a partir de agora, o RS terá uma proposta curricular mínima. "O aluno na rede estadual vai sair da escola, não importa em qual nível, com os conteúdos mínimos comum. A partir daí, as instituições podem agregar mais riqueza, mas serão ações sintonizadas". Nesse sentido, falou também que as escolas poderão fazer novas escolhas metodológicas e terão o acompanhamento da Coordenadoria para isso.

Carmen recebe aplausos

Quando Terezinha relatava questões relacionadas à formação continuada dos professores e ao projeto professor nota 10, houve intervenção do público presente no Plenário. "A Carmen é um diretora nota 10", gritaram, aplaudindo a também vereadora.


O vereador Alex Rönnau fez questionamentos sobre o curso de interprete da escola 25 de Julho. "Se não faltam professores, como se explica o funcionamento de um curso assim sem um professor de inglês?", perguntou. Para o vereador, deve haver algum equívoco, porque os dados apresentados pela CRE são totalmente diferentes da realidade encontrada nas escolas que conhece. Ele acrescentou que é muito bom saber que pouquíssimas crianças estão sem escola, mas expôs que em Canudos, muitos estudantes foram mandados para outros bairros. "Se não dão transporte, como conseguirão dinheiro para pagar a passagem?".

Novamente Terezinha salientou que o zoneamento é garantido somente para o Ensino Fundamental. Em relação ao Ensino Médio, ela destacou que não há alguma necessidade apontada."Não temos mesmo. Tudo que foi encaminhado pelas direções, nós garantimos", enfatizou, acrescentando que outros casos podem ser encaminhados diretamente para a CRE, se observados.

Luiz Carlos Schenlrte parabenizou a titular por sempre estar à disposição para dar esclarecimentos quando solicitado. Já Gilberto Koch disse que está muito preocupado com a realidade de algumas escolas. "Falta estrutura, faltam rampas para cadeirantes", relatou, enfatizando o caso da escola Santo Afonso.

Para Terezinha, as escolas estavam abandonas sim. "Estamos tentando ir o mais rápido possível, principalmente nas questões que envolvem acessibilidade".

Carmen Ries concorda com a titular quando o assunto é planejamento. Ela disse que o problema em relação a falta de professores não é deste governo, mas vem como bola de neve. "Os professores devem ser contratados lá em novembro para que quando chegue março as aulas possam efetivamente começar", disse a vereadora que mostrou preocupação, já que também é diretora de uma escola, de como será feita a recuperação das aulas perdidas.