29/04/2011 - Empresários e parlamentares debatem exportação
Na manhã desta sexta-feira, 29, a ACI de Novo Hamburgo sediou um seminário sobre Desenvolvimento Regional e Exportação. Organizado pela Comissão de Desenvolvimento Econômico, Indústria e Comércio da Câmara dos Deputados, este foi o primeiro se uma série de encontros entre legisladores e empresários que ocorrerão por todo o País. O objetivo é embasar a elaboração de propostas para melhorar o desempenho das indústrias brasileiras no mercado externo. O presidente da Câmara Municipal, Leonardo Hoff (PP), integrou a Mesa na abertura do evento. "Espero que essas conversas sejam produtivas, essa iniciativa é muito importante para a cidade e para a região", disse o chefe do Legislativo.
Na Mesa, além dos deputados federais Renato Molling e Ronaldo Zulke, coordenadores do seminário, e João Maia, o presidente da Comissão; estavam o representante do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Ricardo Scheffel; o secretário estadual da Ciência, Inovação e Desenvolvimento Tecnológico, Cleber Prodanov; o prefeito Tarcísio Zimmermann; o deputado estadual Luís Lauermann, representante da Assembleia Legislativa; e os empresários Paulo Tigre, da Confederação Nacional da Indústria (CNI); Arno Gleisner, vice-presidente da Federação do Comércio de Bens e de Serviços do RS – Fecomercio; e Fátima Dautd, presidente da Associação Comercial, Industrial e de Serviços de Novo Hamburgo – ACI.
Problemas e propostas
Os empresários mostraram-se preocupados com o futuro da indústria brasileira. Gleisner apontou que há muitos obstáculos ao crescimento, como falta de capacitação e a questão do câmbio. Tigre frisou que o Rio Grande do Sul é o segundo Estado em diversificação de exportações. "Mas estamos vivendo uma guerra fiscal", disse. O secretário Prodanov destacou dois elementos essenciais para os empreendimentos: tecnologia e inovação. Sobre as políticas que devem ser implementadas pelo governo federal, Ricardo Scheffel afirmou que a ênfase será dada à competitividade.
O deputado João Maia disse que os problemas de competitividade estão ligados à queda da qualidade da educação pública. "Temos um verdadeiro apartheid no Brasil. Não é entre brancos e negros, nem entre diferentes religiões: é entre quem estuda na escola pública e na escola privada." A questão dos impostos também foi levantada. "Aqui no Brasil pagamos impostos sobre energia elétrica como se fosse uísque. Nem parece que é um insumo básico", lamentou.
Alternativas
Diversos convidados fizeram apresentações de cerca de 12 minutos, como o gerente regional de comércio exterior do Banco do Brasil, Guilherme Batistti; e o diretor da Abicalçados, Heitor Klein. O presidente da Pummer International e membro da ACI, Jorge Faccioni, resumiu o atual problema para os exportadores. "O consumo das classes C, D e E aumentou, pressionando os preços. Com a possibilidade de inflação, aumentam-se os juros. Isso atrai dólares, gerando pressão cambial. O resultado é a redução da competitividade dos produtos brasileiros. A queda nas exportações é compensada pelo mercado interno. Nesse momento o mercado interno está forte, mas precisamos participar da economia global. Não haveria outras opções? Será que não podemos combater a inflação através do aumento da oferta?", questionou.