29/03/2011 - Segurança é foco de debates na sessão desta terça-feira
A convite do vereador Gerson Peteffi (PSDB), presidente da Comissão de Segurança Pública da Casa, o Coronel Kleber Senisse, do Comando Regional de Polícia Ostensiva no Vale do Rio dos Sinos, e o Major Vitor Hugo Konarzewski participaram da sessão desta terça-feira, 29, para falar sobre as ações na região.
Senisse apontou que está sendo posto em prática um planejamento que leva em conta metas de produtividade e de redução de casos. Ele apontou que, recentemente, o índice de homicídio havia aumentado muito. "Não tivemos a preocupação de atacar esse delito só na ação de campo, mas também com trabalho de inteligência, ao lado de outras instituições relacionadas." Segundo o Coronel, agora se tem diagnóstico da situação. "Sabemos o que estava ocorrendo: esse aumento nos homicídios estava ligado ao tráfico de drogas e ao furto de veículos. Já estamos agindo e os índices começaram a despencar."
Questionamentos
Jesus Maciel (PTB) perguntou sobre as viaturas que foram retiradas do Centro. Konarzewski disse que alguns veículos estão sendo usados em casos mais urgentes, como homicídios, que exigem uma reposta imediata. "Mas logo teremos uma quantidade superior de viaturas." Raul Cassel (PMDB) apontou que o policiamento ostensivo parece ter diminuído em alguns bairros e até no Centro. "A simples presença da Brigada Militar é motivo de segurança para a população", apontou. Konarzewski frisou que o número de viaturas nas ruas aumentou. "No momento que coloco um homem a pé, entretanto, restrinjo sua área de atuação."
Peteffi lembrou que na passarela que liga o Primavera a outros bairros da cidade sobre a BR-116, usada por milhares de pessoas diariamente, é ponto de assaltos. "Será colocada uma viatura nesse local", garantiu Konarzewski. Luiz Carlos Schenlrte (PMDB) sugeriu a realização de barreiras policiais em diversos horários. Ele lembrou que, nesta semana, foi assaltado em sua casa pela manhã.
Ricardo Ritter – Ica (PDT) perguntou sobre o número atual e o ideal de efetivo. Senisse afirmou que, dos 33 mil previstos, há 25 mil policiais ativos. "A defasagem é sentida em Novo Hamburgo, mas não damos ênfase à carência do efetivo. Queremos combater o problema através do uso da tecnologia. Temos um projeto de implantação de GPSs nas viaturas, o que vai reduzir o tempo de atendimento das ocorrências." Ele salientou que foram destinadas verbas para que todas as viaturas estivessem em condições de uso e para o aparelhamento da inteligência. "Há, sim, previsão de inclusão de efetivo, mas é um trabalho a longo prazo."Além disso, Senisse apontou que os pelotões de operações especiais de Novo Hamburgo, São Leopoldo e Sapiranga, com cerca de 30 homens cada, estão recebendo uma capacitação diferenciada.
Sergio Hanich (PMDB), secretário da Comissão de Segurança, também falou sobre a necessidade do patrulhamento ostensivo. "Ver o policial fardado inibe a criminalidade." O vereador pediu atenção especial para o bairro Boa Saúde. Konarzewski disse que o policiamento foi ampliado. "Não vamos tirar o efetivo das áreas necessárias." Antonio Lucas (PDT) perguntou sobre a integração da Brigada Militar com a Polícia Civil e a Guarda Municipal. Senisse ponderou que, hoje, o crime é globalizado. "Na ponta temos o tráfico de drogas, que muitas vezes recebe orientação de dentro de presídios e até está sob uma coordenação nacional, ligada a outros grupos internacionais. Por isso, a segurança pública não pode ser feita de forma isolada. Cada cidadão, cada órgão público tem sua parcela de responsabilidade."
Ito Luciano (PDMB) argumentou que, com as leis atuais, a atuação da polícia está reduzida. "Não acredito em melhora se não tivermos um regime que pune também o usuário de drogas. Queria que houvesse regras mais rígidas." Senisse lembrou que a questão do uso de drogas proibidas é polêmica. "Esse é um problema de saúde pública ou criminal? Nós acreditamos que as ações nos processos de tráfico, de movimentação da droga, podem ter grande efetividade, mesmo que existam problemas em outras áreas. Por exemplo, constranger o tráfico de drogas reduz o homicídio."
Volnei Campagnoni (PCdoB), relator da Comissão de Segurança, quis saber sobre a questão prisional. "As pessoas são soltas por falta de presídios. Temos de mudar essa situação." Senisse apontou que o problema é complexo, mas é uma realidade. "A atuação está acima da capacidade prisional. Não podemos dizer que as instituições não estão fazendo seu papel. Temos de fazer uma revisão em todo o processo, em todo o ciclo da segurança pública." Carmen Ries (PT) parabenizou a Brigada Militar pelo serviço que vem prestando, e pediu mais atenção para as escolas da cidade. "Temos muito medo." Konarzewski salientou que existe patrulhamento – porém, a partir do relato da vereadora, deve aumentar o policiamento ao redor dos colégios. "Nos colocamos à disposição."
Os policiais também falaram sobre os projetos desenvolvidos para crianças e adolescentes, como Proerd, Quartel Legal e Brigada Amiga. O presidente da Casa, Leonardo Hoff (PP), agradeceu a presença e afirmou que a Casa está à disposição da Brigada Militar.