Falta vacinar 20 mil hamburguenses contra a rubéola

por admin última modificação 16/10/2020 19h57
Comunidade poderá imunizar-se na Câmara no dia 23

Novo Hamburgo está abaixo da meta de vacinação da rubéola. O alerta foi feito nesta terça, dia 14, por Maria Tereza Schermann, coordenadora do programa de vacinação no Rio Grande do Sul. No Município, 20 mil pessoas ainda não se vacinaram contra a rubéola, o que corresponde a 23% do total. O número preocupa as autoridades da Saúde, que prorrogaram a campanha por tempo indeterminado, até que a meta de imunização seja atingida. Devido ao alto número de hamburguenses que não receberam a dose, a Câmara Municipal receberá uma equipe de vacinação no dia 23 de outubro, próxima quinta-feira, das 9h às 18h, para atender a comunidade em geral. <br /><br />A campanha de vacinação "Brasil Livre da Rubéola" foi divulgada, a pedido da vereadora Anita Lucas de Oliveira (PT), por Maria Tereza Schermann, Solange Shama e Maria Salete na sessão desta terça, dia 14. Tendo como meta a vacinação de 70 milhões de brasileiros e a erradicação da rubéola nas Américas até 2010, a mobilização teve início em 9 de agosto deste ano. O prazo máximo da ação, 12 de setembro, foi prorrogado em 11 Estados: Amapá, Amazonas, Acre, Goiás, Pará, Rio de Janeiro, Rondônia, Roraima São Paulo e Tocantins, além de Rio Grande do Sul, onde o objetivo é imunizar 3,4 milhões de homens e mulheres, com idades entre 20 a 39 anos. <br /><br />Maria Tereza Schermann, médica epidemiologista e coordenadora do programa de vacinação no Rio Grande do Sul, justificou a preocupação com o número de vacinados em Novo Hamburgo. Das 85.978 pessoas a se imunizarem, apenas 65 mil receberam a vacina. Maria Tereza afirmou que o vírus só será erradicado quando todas as pessoas entre 20 e 39 anos forem vacinadas. "Há quem pense que a rubéola é uma doença sem grandes conseqüências, mas só quem tem um filho sem visão, sem audição ou com má formação congênita pode avaliar o peso da doença na família", alertou ela. Maria Tereza frisou ainda que só no ano passado foram registrados três mil casos de rubéola no Rio Grande do Sul.<br /><br />Solange Shama, coordenadora do departamento de vigilância e saúde de Novo Hamburgo, salientou que a vacina pode ser feita nas 15 UBS do Município e na Casa de Vacinas. "O que nos preocupa é que, mesmo tendo atendido em supermercados, no shopping, na Feevale, em empresas e na rua, há pessoas que ainda não se vacinaram", lamentou Solange, informando que voluntários e empresas interessadas em imunizar seus funcionários podem entrar em contato com a Secretaria de Saúde pelos telefones (51) 3527-5630 e (51) 3527-1505. <br /><br />Maria Salete, técnica do Ministério da Saúde, acrescentou que o foco da campanha é o público masculino: "O grande veículo de transmissão da rubéola é o homem, e é também ele que apresenta maior resistência à vacinação". Para ela, "quando há a possibilidade de prevenir uma doença que pode afetar a sociedade, somos todos responsáveis".<br /><br />Os vereadores enfatizaram a importância da divulgação da vacina. Soli Silva (PDT), Anita Lucas de Oliveira (PT) e Gilberto Koch (PT) indicaram locais onde a vacina poderia ser feita. "As fábricas do setor coureiro-calçadista contam hoje com muitos jovens trabalhando", destacou Betinho. O vereador Paulo Kopschina (PMDB) sugeriu a realização da campanha na Câmara. A vacinação será realizada no dia 23 de outubro, das 9h às 18h.<br /><br />A rubéola é uma doença viral de alto poder de disseminação e contágio. Caracteriza-se por alterações na pele, que denotam vermelhidão e saliências, iniciadas na face, couro cabeludo e pescoço. Posteriormente, tronco e membros são atingidos. <br /><br />O principal objetivo da vacinação e do controle da rubéola relaciona-se ao risco de infecção em gestantes contaminadas pelo vírus. Nesse caso, podem ocorrer abortos, natimortos e transmissão ao feto, causando a SRC - Síndrome da Rubéola Congênita. As mais comuns anomalias presentes na SRC são: deficiência auditiva (surdez), lesões oculares (retinopatia, catarata, glaucoma), malformações cardíacas (persistência do canal arterial, estenose da válvula pulmonar) e alterações neurológicas.<br /><br />A vacina utilizada contra a rubéola é a dupla viral, pois garante imunização também contra o sarampo. Gestantes não podem receber a vacina.