EMPRESAS RECEBERÃO VERBA DE R$ 411 MIL

por admin última modificação 16/10/2020 19h57
Cinco vereadores rejeitaram os projetos

Os seis projetos do Executivo que direcionarão recursos para empresas hamburguenses (projetos 138 a 143) foram aprovadas em segundo turno na sessão desta terça, 16. Os vereadores Anita Lucas de Oliveira (PT), Cleonir Bassani (PSDB), Gilberto Koch (PT), Ralfe Cardoso (PSOL) e Volnei Campagnoni (PC do B) votaram contra as matérias. O vereador Teo Reichert (PDT) foi contrário ao projeto 142, mas justificou engano na hora de votar. As propostas baseiam-se na Lei Municipal 1.512/2006, que institui o PID - Programa de Incentivos para o Desenvolvimento Sócio-Econômico de Novo Hamburgo. <br /><br />O interstício existente entre a aprovação dos projetos e de suas respectivas redações finais foi suprimido, a pedido do vereador Paulo Kopschina (PMDB). A supressão é permitida conforme o artigo 166 do Regimento Interno da Câmara.<br /><br />O valor total, R$ 411,6 mil, será dividido entre seis empresas e parcelado em 12 vezes. As empresas beneficiadas e a quantia recebida por cada uma delas são as seguintes: SBP Injetados Ltda. (R$ 39,6 mil), Mikah Indústria de Calçados Ltda. (R$ 115,2 mil), Flach Indústria e Comércio de Calçados Ltda (R$ 55,2 mil), Quality Indústria e Comério de Calçados LTDA. (R$ 67,2 mil), TOP Indústria e Comério de Calçados LTDA. (R$ 62,7 mil) e Polinóia Indústria de Calçados (R$ 62,7 mil).<br /><br />O vereador Paulo Kopschina (PMDB), presidente da Comissão de Justiça e Redação, anunciou os resultados da análise dos projetos feita pela Comissão. "Todos os pré-requisitos estão contemplados. As empresas são absolutamente legais". Kopschina pediu a aprovação das propostas, alegando que "votar contra estes projetos é votar contra a geração de empregos nesta cidade!". O vereador confirmou também a informação de quatro das empresas - Top, Flach, Polinóia e Mikah - localizam-se em terrenos dentro da empresa Bison. A Bison localiza-se na rua Dublin, bairro Canudos, e é responsável pela produção dos calçados VIA UNO.<br /><br />Conforme informações do Sindicato dos Sapateiros dadas pelo vereador Gilberto Koch (PT), 116 demissões estão programadas ainda para este ano. "Se estas empresas prevêem aumento no número de postos de trabalho, por que antes de ganhar o dinheiro os trabalhadores já estão sendo demitidos?", questionou Betinho.<br /><br />A opinião de Betinho foi sustentada pela vereadora Anita Lucas de Oliveira (PT), que acredita que "este não é um bom investimento para Novo Hamburgo". Anita justifica seu posicionamento pela garantia de trabalho aos funcionários das empresas. A vereadora afirmou: "Nunca pedem dinheiro quando estão falindo. As empresas sempre fecham primeiro, deixando os trabalhadores desempregados, para depois pedir apoio. E custa muito arrumar emprego depois do 40 anos".<br /><br />Para o vereador Ito Luciano, "a VIA UNO ia fechar de qualquer jeito. Por isso, seus próprios trabalhadores fizeram a terceirização". O repasse de recursos foi defendido por Ito: "Se os recursos não chegarem às empresas, as demissões obviamente ocorrerão".<br /><br />Licenciado durante a primeira votação, o vereador Cleonir Bassani (PSDB) preocupou-se com contradições existentes nos projetos. De acordo com ele, os empresários responsáveis pelas empresas comprometeram-se com números diferentes dos apresentados nas propostas: "O empresário da Mikah garantiu 143 empregos. O anexo do projeto prevê 25". O vereador alegou que os documentos assinados pelos responsáveis são todos iguais, independente das diferenças estruturais e financeiras de cada empresa. "Todos os empresários se comprometeram com a mesma coisa. Parece uma receita de bolo pronta que não está atrelada à realidade de cada uma das empresas", criticou Bassani.<br /><br />Os vereadores Jesus Martins (PTB) e Volnei Campagnoni (PC do B) também justificaram suas opiniões. O voto de Jesus foi favorável devido à geração de emprego: "Quando se trata de emprego, precisamos ser favoráveis. Se a empresa sai da nossa cidade, reclamamos. Então por que não lutamos por sua manutenção aqui?". Já para Volnei, o voto contrário deveu-se à falta de informações e de coerência nos projetos. "Espero que essas empresas estejam funcionando daqui a 12 meses", desejou ele.