26/05/2011 - Delegado fala sobre a Polícia Civil do Novo Milênio

por tatianelopes — última modificação 16/10/2020 19h57
Bolívar dos Reis Llantada está à frente da 3ª Delegacia de Polícia Regional Metropolitana

A convite do presidente da Câmara, Leonardo Hoff (PP), o titular da 3ª Delegacia de Polícia Regional Metropolitana, delegado de polícia Bolívar dos Reis Llantada, participou da sessão desta quinta-feira, 26, para falar sobre seu trabalho no Vale do Sinos. Formado em Direito pela PUC, Llantada já esteve à frente do Departamento Estadual de Investigações Criminais (Deic) e de casos como a morte de Eliseu Santos. Diversos delegados e inspetores estavam presentes.

A polícia do novo milênio
Llantada falou sobre a instituição policial neste novo milênio. "Felizmente, ela rompeu com o passado ditatorial. E esperamos que esse passado nunca mais retorne." Segundo o delegado, hoje se prima pela prova técnica. Os policiais, disse, são orientados a não ter preconceitos, e muitos já concluíram curso superior, especialização, mestrado e até doutorado. "Nós levamos cultura para a sociedade e o pragmatismo para o meio acadêmico."

Justa investigação e justo julgamento
O delegado afirmou que, mais do que o combate à criminalidade, agora se trabalha com o controle dos níveis criminais. "O criminoso procede assim por algum motivo. Esse é o discurso que encara o delinquente como um ser humano. Hoje, ele está na vila. Amanhã, pelo efeito da droga, pode ser um de nossos filhos. Aí, vamos querer tudo aquilo que a lei tem de correto na aplicação da justa investigação e do justo julgamento. A balança não pode ter dois pesos e duas medidas."

Outros tipos de delito
Llantada apontou que a polícia não trabalha apenas com o crime violento, mas também com outros tipos de delito, como o controle do colarinho branco. Ele salientou que a sonegação fiscal, por exemplo, pode trazer muitos malefícios a uma região. O crime ambiental também está na mira da instituição, frisou.

Redução do índice de homicídios
O delegado elogiou o time de policiais que atuam na região. "Nós pretendemos, no final deste semestre, baixar – e muito – os patamares de homicídio. Em São Leopoldo e em Novo Hamburgo, queremos reduzir em 30%." Isso não só com ações repressivas, explicou, mas com projetos como os territórios da paz. Llantada disse que a queda do número de roubos de veículos já aparece nos jornais. A causa, ponderou, é a maior presença da polícia nas ruas. "O êxito do trabalho policial passa também pela união com a Brigada Militar, com respeito às atribuições de casa um." Ele citou ainda o poder judiciário e as forças armadas entre as parceiras do trabalho da polícia civil. 

Questionamentos e sugestões
Raul Cassel (PMDB) perguntou o que está sendo feito no combate às drogas. Llantada disse que especializou as delegacias da região, com uma atuando no combate a esse tipo de delito. Além disso, destacou que todos os delegados têm competência para agir na repressão ao tráfico. Por outro lado, há o problema dos consumidores. O delegado contou que está investigando uma boca de fumo frequentada apenas por pessoas de posse. O caminho, salientou, é mudar a mentalidade da busca pelo prazer por meio do consumo dessas substâncias. Por isso, lamentou que as leis estejam mais amenas em relação ao usuário.

Ito Luciano (PMDB) e Carmen Ries (PT) também disseram estar preocupados com essa questão. Carmen sugeriu que os policiais estejam mais presentes nas escolas, por meio de palestras, pois muitas crianças veem nos criminosos os heróis da atualidade. O delegado fez uma ordem de serviço aos delegados presentes para que procurem as instituições de ensino. 
26/05/2011