25/11/2010 - Cassel apresenta moção de repúdio ao MEC

por mairakiefer — última modificação 16/10/2020 19h57
Vereador afirma que problemas do Enem revelam incompetência

Foi rejeitada na sessão desta quinta-feira, 25, uma moção de repúdio ao MEC pelos transtornos causados na aplicação das provas do Exame Nacional do Ensino Médio – Enem, de autoria de Raul Cassel (PMDB). Segundo o vereador, o Ministério da Educação demonstrou, pela segunda vez, incompetência na organização e aplicação das provas. Votaram a favor da moção o autor, Leonardo Hoff (PP) e Luiz Carlos Schenlrte (PMDB). Votaram contra Alex Rönnau (PT), Carmen Ries (PT), Gilberto Koch (PT) e Ricardo Ritter – Ica (PDT).

"Esta incompetência ficou estampada quando da divulgação de que cópias das questões foram comercializadas antes da aplicação da prova no ano de 2009. Mesmo havendo o período de um ano para uma melhor organização, a incompetência ficou claramente demonstrada através de inúmeros erros de impressão, várias questões repetidas e a troca de ordem no cartão-resposta na realização deste ano de 2010. É inimaginável a frustração causada a um incontável número de jovens e seus familiares que dedicaram horas de suas vidas em estudo e preparação", frisou o peemedebista.

Cassel ainda destacou os custos da aplicação do exame. "Ao ser anulada a prova de 2009, foram jogados na vala do desperdício público a bela quantia de cerca de R$ 150 milhões que poderiam ser investidos especialmente na área da saúde com a construção/conclusão de hospitais, ou em qualquer setor que trouxesse um pouco mais de tranquilidade a população brasileira."

O vereador ainda apontou que, se pessoas que se sentiram prejudicadas poderão fazer a prova novamente, acabará a condição de equidade. "Ouvi muitos jovens de nossa comunidade, que estão com suspeitas em relação ao exame. Meu objetivo é pedir mais cuidado na elaboração do Enem."

Contraponto
O líder do governo na Casa, Gilberto Koch (PT), destacou que uma moção de repúdio ao MEC deve ser bem avaliada. Ele lembrou que a gráfica responsável pelas provas, vencedora da licitação, era respeitada, do grupo Estado de S. Paulo. "Não posso ficar quieto quando uma empresa desse porte comete esse erro." Ele destacou que, por outro lado, o governo federal investiu muito no ensino superior. "É um conjunto de ações que gera novas possibilidades para a comunidade estudantil. Não acredito que possamos fazer uma moção de repúdio a essas ações. Deveríamos fazer uma moção de apoio ao MEC."

Leonardo Hoff (PP) justificou seu voto dizendo que houve, sem dúvidas, dois erros consecutivos. "Meu partido é da base aliada do governo federal. Se o ministro fosse progressista, também votaria favoravelmente à moção. Acho que todo o êxito de um governo não pode ser julgado por isso. Mas espero que os responsáveis avaliem o processo, e que os culpados sejam punidos."

25/11/2010