25/11/2010 - Cassel apresenta moção de repúdio ao MEC
Foi rejeitada na sessão desta quinta-feira, 25, uma
moção de repúdio ao MEC pelos transtornos causados na aplicação das
provas do Exame Nacional do Ensino Médio – Enem, de autoria de Raul
Cassel (PMDB). Segundo o vereador, o Ministério da Educação demonstrou,
pela segunda vez, incompetência na organização e aplicação das provas.
Votaram a favor da moção o autor, Leonardo Hoff (PP) e Luiz Carlos
Schenlrte (PMDB). Votaram contra Alex Rönnau (PT), Carmen Ries (PT),
Gilberto Koch (PT) e Ricardo Ritter – Ica (PDT).
"Esta
incompetência ficou estampada quando da divulgação de que cópias das
questões foram comercializadas antes da aplicação da prova no ano de
2009. Mesmo havendo o período de um ano para uma melhor organização, a
incompetência ficou claramente demonstrada através de inúmeros erros de
impressão, várias questões repetidas e a troca de ordem no
cartão-resposta na realização deste ano de 2010. É inimaginável a
frustração causada a um incontável número de jovens e seus familiares
que dedicaram horas de suas vidas em estudo e preparação", frisou o
peemedebista.
Cassel ainda destacou os custos da aplicação do
exame. "Ao ser anulada a prova de 2009, foram jogados na vala do
desperdício público a bela quantia de cerca de R$ 150 milhões que
poderiam ser investidos especialmente na área da saúde com a
construção/conclusão de hospitais, ou em qualquer setor que trouxesse
um pouco mais de tranquilidade a população brasileira."
O
vereador ainda apontou que, se pessoas que se sentiram prejudicadas
poderão fazer a prova novamente, acabará a condição de equidade. "Ouvi
muitos jovens de nossa comunidade, que estão com suspeitas em relação
ao exame. Meu objetivo é pedir mais cuidado na elaboração do Enem."
Contraponto
O
líder do governo na Casa, Gilberto Koch (PT), destacou que uma moção de
repúdio ao MEC deve ser bem avaliada. Ele lembrou que a gráfica
responsável pelas provas, vencedora da licitação, era respeitada, do
grupo Estado de S. Paulo. "Não posso ficar quieto quando uma empresa
desse porte comete esse erro." Ele destacou que, por outro lado, o
governo federal investiu muito no ensino superior. "É um conjunto de
ações que gera novas possibilidades para a comunidade estudantil. Não
acredito que possamos fazer uma moção de repúdio a essas ações.
Deveríamos fazer uma moção de apoio ao MEC."
Leonardo Hoff (PP)
justificou seu voto dizendo que houve, sem dúvidas, dois erros
consecutivos. "Meu partido é da base aliada do governo federal. Se o
ministro fosse progressista, também votaria favoravelmente à moção.
Acho que todo o êxito de um governo não pode ser julgado por isso. Mas
espero que os responsáveis avaliem o processo, e que os culpados sejam
punidos."
25/11/2010