25/05/2010 - "Pulseiras do Sexo" devem ser proibidas
Foi aprovado em primeiro turno, na sessão desta
terça-feira, 25, o Projeto de Lei 37/2010, que proíbe o uso das
pulseirinhas coloridas conhecidas como "pulseiras do sexo" nas
instituições de ensino públicas e privadas. O texto deve ser apreciado
em segundo turno nesta quinta-feira, 27. Foram 11 votos favoráveis e um
contrário, de Rosane de Oliveira (PSDB).
De autoria do
presidente da Casa, Jesus Maciel (PTB), a proposta também estabelece
que o corpo docente terá que realizar reuniões com os pais ou
responsáveis pelos alunos para esclarecer a medida, e também
orientá-los sobre o uso dos acessórios. O objetivo da iniciativa,
segundo o vereador, é proteger os estudantes.
Jesus disse que
é preciso valorizar novamente os bons costumes e a vida sudável.
"Lamentamos que projetos como esse precisem ser feitos. Temos que criar
leis para que nossos jovens não sejam pejudicados pelo uso de simples
acessórios. Às vezes, um inocente nem sabe o que está fazendo ao sair
com uma pulseira dessas. Não podemos proibir a venda, pois isso seria
inconstitucional." O presidente da Casa frisou que projetos semelhantes
já foram aprovados em diversas cidades, e que dizem respeito apenas a
menores de idade.
Debate
A delegada Rosane, suplente
que está no lugar de Gerson Peteffi, disse acreditar que o projeto, na
forma como está, será inócuo. "Estamos tolhindo um direito do jovem de
utilizar algo que não trará prejuizos para ele. É uma brincadeira. A
pessoa não vai ser obrigada a fazer nada por usar ou não uma pulseira.
Quando a pessoa é obrigada, já é crime." Ela lembrou que a liberdade é
uma cláusula da Constituição Federal. Também salientou que o Estatuto
da Criança e do Adolescente faz com que o professor não tenha como
reprimir esse tipo de ato. "O professor vai arrancar o acessório do
pulso?", questiona.
O também suplente Jorge Luz (PMDB), que é
inspetor de polícia, disse que a liberdade é relativa. "As escolas
exigem uniformes. Temos direitos e deveres." E apontou que o projeto
tem como grande mérito promover discussões sobre o tema. Antonio Lucas
(PMDB) concordou com a fala de Luz. "Acho que o projeto vem como uma
maneira de aconselhar pais. "Não podemos nos omitir. Com esse projeto,
vamos evitar alguns problemas na rede escolar."
Volnei
Campagnoni (PCdoB) salientou ter votado favoravelmente, apesar de não
discordar totalmente de Rosane. "Acho que vai ser inócuo, pois não tem
como fiscalizar nem punir. O que vale é a discussão." Carmen Ries (PT),
diretora de escola, elogiou o projeto por promover o debate. Mas disse
também concordar com partes das falas de Rosane. "Não posso barrar
alunos nem arrancar os acessórios, mas precisamos ter regras. O que
posso fazer para coibir seu uso é fazer reuniões."
"Também acho
que temos regras", afirmou Sergio Hanich (PMDB). "Nós tentamos fazer o
melhor. Não podemos incentivar os jovens a fazer algumas coisas. Creio
que a ideia do projeto é excelente."
O que são
As
"pulseiras do sexo" são confeccionadas em material plástico ou de
silicone. Cada cor representa uma ação, indo de beijos até atos mais
íntimos. Puxar um desses acessórios do pulso de quem o está usando
significa que se quer paticar com ele ou ela o ato indicado pela cor.
25/05/2010