REJEITADA MOÇÃO DE REPÚDIO AO GOVERNO YEDA

por admin última modificação 16/10/2020 19h57
Ralfe Cardoso pedia o impedimento da governadora e do vice

A Câmara de Novo Hamburgo rejeitou nesta terça-feira, dia 17, moção de repúdio ao governo do Estado pelos escândalos de corrupção envolvendo financiamento de campanhas eleitorais e partidos políticos através de órgãos públicos. O autor é o vereador Ralfe Cardoso (PSOL). Votaram a favor os vereadores Gilberto Koch, Ralfe Cardoso e Volnei Campagnoni. Foram contrários: Cleonir Bassani, Gerson Peteffi, Ito Luciano, Jesus Maciel Martins, Lorena Mayer, Luiz Carlos Schenlrte, Renan Schaurich, Soli Silva e Teo Reichert. A vereadora Anita Lucas de Oliveira não estava no plenário no momento da votação.<br /><br />A pedido do vereador Renan Schaurich, mesmo rejeitada, uma cópia da moção será entregue à Prefeitura Municipal de Novo Hamburgo; ao governo do Rio Grande do Sul; à Assembléia Legislativa; à CPI que investiga irregularidades no Detran-RS; ao Ministério Público do RS; ao Ministério da Justiça; ao Congresso Nacional; e à Presidência da República.<br /><br />O texto lembra que as investigações da Polícia Federal revelaram uma fraude que desviou mais de R$ 40 milhões do Detran-RS, "em uma ação criminosa levada a cabo por dirigentes do PP, tendo ainda envolvimento de políticos ligados ao PMDB e ao PSDB, neste último caso notadamente Lair Ferst, o tucano responsável pela arrecadação financeira da campanha eleitoral da governadora Yeda Crusius (PSDB)".<br /><br />Destaca que o vice-governador Paulo Feijó (DEM) tem denunciado a existência de uma "quadrilha" na direção do Banrisul e que governo do Estado segue sem tomar nenhuma providência para investigar o assunto. Considera que as gravações feitas pelo vice-governador Paulo Feijó de uma conversa com o secretário da Casa Civil do Estado, Cézar Busatto (PPS), revelam fatos novos, que agravam a crise, "na medida em que o principal articulador político do governo diz claramente que o PMDB se financia com seu poder no Banrisul e o PP no Detran, evidenciando a conivência do governo do Estado". <br /><br />A moção lembra que a governadora Yeda Crusius avalizou todas as declarações de Cézar Busatto ao criticar a ação do vice-governador Paulo Feijó, tentando visivelmente deslegitimá-lo. Segundo Ralfe, a confiança em Busatto reforça que tudo que apareceu nas gravações corresponde à realidade, "isto é, PP e PMDB se sustentam com o Detran e Banrisul, e Yeda se beneficia diretamente através destes esquemas de corrupção".<br />Para Ralfe, o atual governo não tem mais legitimidade para seguir à frente da política gaúcha. "Falta de legitimidade, aliás, que já se constituía nas políticas públicas que vinham sendo implementadas no sentido do sucateamento da educação, desrespeito ao funcionalismo público, repressão aos movimentos sociais", afirma. Acrescentou que é um grave equívoco que a CPI instaurada na Assembléia Legislativa para investigar a corrupção no Detran-RS tenha até agora se limitado a convocar apenas os diretamente envolvidos nas fraudes, "quando já se sabe que o mais importante acusado, Lair Ferst, tem relação direta com a governadora Yeda Crusius". Na avaliação do vereador do PSOL, é urgente que se instaure processo de impedimento da governadora e do vice-governador.<br /><br />O vereador Soli Silva justificou o voto contrário à moção dizendo que não quer fazer um julgamento precipitado sobre a atuação da governadora. "Caberá à Justiça provar se há ou não irregularidades". Se manifestaram do mesmo modo os vereadores Lorena Mayer e Renan Schaurich. "Sempre seremos contrários a qualquer atitude prejudicial à área pública, mas não podemos aceitar que se faça um ato de politicagem como dizer que a governadora se beneficia diretamente desses atos de corrupção", afirmou Cleonir Bassani, acrescentando que as acusações precisam ser provadas.<br /><br />Na avaliação de Ralfe, o vereador Renan Schaurich fez bem em encaminhar a moção. "Não tenho nenhum problema de que isso seja público, quanto mais mexerem no texto, mais vão ver que ele é verdadeiro", concluiu Ralfe.<br />