Gestão ambiental e saneamento são destaques de seminário

por admin última modificação 16/10/2020 19h57
A iniciativa da Comissão de Meio Ambiente lotou o plenário da Câmara

A Câmara Municipal de Novo Hamburgo, através da Comissão de Meio Ambiente, realizou nesta quarta, dia 4, seminário sobre Preservação Ambiental e Sustentabilidade. O professor da Feevale Roberto Naime abordou o tema Inserção em Gestão Ambiental no Desenvolvimento da Região. Arnaldo Luiz Dutra, presidente da Associação Nacional dos Serviços Municipais de Saneamento (Assemae), fez um Panorama Geral do Saneamento no país e na Região do Vale dos Sinos. A iniciativa é da Comissão de Meio Ambiente, presidida pelo vereador Gilberto Koch, tendo por secretária Anita Lucas de Oliveira e por relator Jesus Maciel Martins.<br /><br />Naime destacou a importância de uma gestão ambiental pró-ativa e sistêmica, tanto da parte das empresas como do Estado. "O mundo vai entrar em parafuso se continuarmos assim, todos sabemos", declarou. Lembrou que para as empresas cumprirem seu papel e tratarem seus resíduos, é necessário que haja fiscalização e punição eficiente por parte do Estado. <br /><br />Além de conceitos relacionados ao meio ambiente, o professor da Feevale também tratou de questões práticas relacionadas ao tema. Na opinião dele, por exemplo, a questão do plantio de eucaliptos deve ser muito bem analisada. "Os eucaliptos causam uma série de problemas ambientais, mas a Metade Sul do Rio Grande do Sul vê nisso uma possibilidade econômica muito grande. Sob o ponto de vista ambiental não há dúvidas de que é problemático", afirmou, acrescentando que as monoculturas são muito prejudiciais. "Vamos passar por muitos problemas por causa disso", garantiu. Naime falou ainda da transposição do Rio São Francisco e defendeu que ela será válida se for para melhorar as condições de vida da população pobre da região. "Se for para dar água de beber se justifica, mesmo se for impactante."<br /><br />O presidente da Assemae citou dados e alternativas para a questão do saneamento. Arnaldo destacou que a associação está presente em 2 mil municípios brasileiros que tratam seus esgotos de forma direta, autônoma e pública, como Novo Hamburgo e São Leopoldo. A Assemae também faz parte da Frente Nacional pelo Saneamento Público, contra a privatização. <br /><br />Na avaliação de Arnaldo, o cenário atual do saneamento no Brasil é bom, porém, a longo de décadas foi se acumulando um passivo muito grande. Segundo ele, a situação vem melhorando especialmente a partir da criação da lei federal 11.445 de 2007, que sistematizou e conceituou os serviços de saneamento. "Antes dependia de vontade política, não havia diretrizes", ressaltou, acrescentando que essa lei permitiu aos municípios pequenos se reunirem em consórcios, como o caso do Pró-Sinos, na região do Vale dos Sinos. <br /><br />Conforme o presidente da Assemae, na bacia do Rio dos Sinos, região que tem 1,5 milhão de habitantes, apenas 3% do esgoto é tratado de maneira correta, através de estações de tratamento. Do total restante, 72% tem soluções precárias, como fossas, e 25% são jogados em rios e arroios sem nenhum tipo de tratamento.<br />