Comerciantes temem novas feiras em datas comemorativas

por admin última modificação 16/10/2020 19h57
Representantes da categoria retornaram ao Legislativo nesta terça
A Câmara Municipal de Novo Hamburgo voltou a ser palco, na sessão desta terça, dia 13, de manifestações contra a realização da Feira de Ibitinga, promovida dos dias 9 a 18 de maio, nos pavilhões da Fenac. O comerciante Altamir Gonçalves da Luz ocupou a tribuna e disse que a categoria teme que o evento volte a ocorrer no Dia dos Namorados, no Dia dos Pais e em outras datas comemorativas. Altamir ressaltou que em várias cidades o comércio local está sendo prejudicado. Ele estava acompanhado das comerciantes Irani Werner Hanauer e Rose Pavão.

Altamir reclamou que o prefeito Jair Foscarini não comunicou aos comerciantes de Novo Hamburgo que a feira seria realizada no final de semana dos Dias das Mães. Em seu pronunciamento, agradeceu o apoio dado pelos vereadores.

Nesta terça-feira, começou a tramitar no Legislativo projeto do vereador Ralfe Cardoso (PSOL) que proíbe a realização de feiras em espaços públicos durante os 15 dias que antecedem datas comemorativas. O texto exclui da proibição feiras industriais e de prestação de serviços, artesanato local e feiras organizadas pelo Poder Público. Durante a sessão de hoje, o vereador pediu que uma cópia do projeto fosse encaminhada aos comerciantes para que pudessem fazer sugestões a respeito da matéria. Cleonir Bassani (PSDB), 1º secretário da Mesa Diretora, ponderou que talvez o projeto de lei seja inconstitucional.

Após o discurso do comerciante Altamir Gonçalves da Luz, a vereadora Lorena Mayer (PDT) apontou que os vereadores precisam intervir para que não ocorram feiras em datas comemorativas. "Temos que pedir uma reunião com Executivo", recomendou a vereadora.

O vice-presidente Jesus Martins (PTB) declarou que apóia as reivindicações dos comerciantes e lamentou que os organizadores da Feira de Ibitinga tenham declarado à imprensa que a polêmica acabou atraindo mais público ao evento.

O parlamentar Paulo Kopschina (PMDB) sugeriu que seja feita uma correspondência ao presidente da Fenac pedindo o calendário de 2008, para que as próximas ações possam ser discutidas. "O presidente da Fenac disse na rádio ABC que toda a documentação está em dia e que estavam inscritos até aquele momento oito comerciantes do município", disse o vereador sobre questão do alvará.

Gerson Peteffi (PSDB) sugeriu que, além do calendário de eventos, seja remetida a razão social, endereço e cidade das empresas que estão expondo suas mercadorias.

Na semana passada, o secretário de Desenvolvimento Econômico e Turismo Diego Martinez havia garantido que nenhum alvará havia sido assinado. Contudo, verificou-se posteriormente que a Feira de Ibitinga possuía autorização, concedida pela Prefeitura.

Para o vereador Volnei Campagnoni (PCdoB), está claro o desmando do atual governo. Ele declarou que o secretário desconhecia na quinta-feira que houvesse alvará. "Qual é a punição para esse diretor que liberou o alvará? O governo tentou enganar os comerciantes", declarou o parlamentar.

O vereador Luiz Carlos Schenlrte (PMDB) acredita que o secretário tem toda a autonomia. "Tenho certeza de que o prefeito nem soube do alvará. Se alguém deve ser punido é o secretário e o diretor", apontou o vereador.

A vereadora Anita Lucas de Oliveira (PT) fez duras críticas à administração. "O secretário mentiu descaradamente para nós e ele representa o prefeito", declarou a parlamentar. Ela considera justa a reivindicação dos comerciantes. No entanto, aconselhou que a categoria se una. Anita lembrou que, se o projeto em tramitação virar lei, será necessário que as pessoas fiscalizem o cumprimento da nova legislação. " A propaganda dessa feira estava na cidade há um mês, mas os comerciantes só se manifestaram uma semana antes. É importante a união de vocês", concluiu.

O presidente Antonio Lucas (PDT) disse que talvez o prefeito não soubesse do alvará. Contudo, para Lucas, o secretário Martinez sabia, pois tem autonomia.

Para Renan Schaurich (PTB), o alvará é desnecessário já que a Fenac já detém a licença para abrigar eventos e a autorização dos bombeiros. Bassani acrescentou que não se pode pensar a Fenac trabalhando de forma isolada. Segundo ele, por tratar-se de uma empresa pública, ela deve seguir uma diretriz municipal. "A Fenac não está agindo em sintonia com a Secretaria", afirmou.

Confira matéria anterior sobre o assunto