Amorim se confessa apaixonado por Novo Hamburgo

por admin última modificação 16/10/2020 19h57
Promotor descarta ida para Rio Grande
A homenagem prestada pela Câmara Municipal ao promotor de justiça Eugênio Paes Amorim contribuiu para sua decisão de permanecer em Novo Hamburgo, descartando a sua transferência para Rio Grande.

Por iniciativa do presidente da Câmara Municipal Antonio Lucas e do vereador Ito Luciano, parte do expediente da sessão desta quinta-feira, três, homenageou o promotor de justiça Eugênio Paes Amorim pelos nove anos de excepcional desempenho no cargo de promotor em Novo Hamburgo.
Lucas contou ao plenário o telefonema recebido de uma mulher, que não se identificou, relatando a participação fundamental de Amorim em júri que sentenciou o responsável pela morte de seu filho. Para ele, disse a mulher, era apenas mais um júri, mas para mim era a história do meu filho.

HISTÓRICO
Antonio Lucas destacou a trajetória profissional do homenageado, que nasceu em São José do Norte, em 1966. Formou-se em direito pela PUC, em 1990. Exerceu a advocacia por dois anos nas comarcas de São José do Norte e de Rio Grande.
Aprovado em concurso público em 1991, prestou serviço nas comarcas de Crissiumal, Farroupilha, Soledade, Camaquã, Mostardas, Palmares do Sul e Novo Hamburgo. Também atuou eventualmente nas comarcas de Três Passos, Carlos Barbosa, Garibaldi, Tapes, Viamão, Porto Alegre, São Francisco de Paula, Igrejinha, Alvorada, Sapucaia do Sul e Canoas. Especializou-se em direito penal e em processo penal pela Fundação Escola do Ministério Público. Há nove anos como promotor de justiça em Novo Hamburgo, desde 4 de abril de 1999, sua contribuição à sociedade tem sido inestimável, como frisou o orador.
Amorim atuou em cerca de 700 júris, sendo que destes aproximadamente 400 realizados em Novo Hamburgo.
Nesses 18 anos de exercício profissional, disse Lucas, nosso homenageado tem se destacado pela sua personalidade peculiar, pelo seu caráter inconfundível, pelas suas atitudes e opiniões firmes, pela sua cordialidade e extrema fidalguia no trato com os seus semelhantes. Sua palavra, sempre externada com profunda definição, reproduz com exatidão a opinião das pessoas mais simples e também daquelas de elevado conhecimento intelectual. É desta sensibilidade, que vem dos anos de experiência profissional, que advém a nossa admiração, como concluiu.

O vereador Paulo Kopschina disse que Amorim é um homem de bem. Relatou fatos da sua vida pessoal, como a sua paixão pelo Sport Club Internacional, pelo futebol, a influência positiva de seu pai, que Kopschina definiu como um orador inigualável. No júri popular, afirmou, ele se realiza e se completa e sabe como poucos conduzir as situações, garantindo que se faça justiça. E concluiu: de origem humilde, simples, lutou para conquistar um lugar ao sol e ganhou notoriedade regional e nacional pelo reconhecimento ao seu trabalho, especialmente junto às classes desfavorecidas.

O vereador Jorge Luz, suplente na vaga de Ito Luciano, que também é inspetor de polícia, afirmou que Amorim é homem correto e leal em todos os seus atos. Elogiou o seu trabalho como promotor que, segundo ele, muitas vezes vai além das exigências formais. Para exemplificar,.relatou que num júri em Soledade Amorim saiu em busca de provas no local do crime, acabando por derrubar o álibi dos acusados. O processo, como estava embasado, não oferecia dados suficientes para a acusação, beneficiando os envolvidos e ação do promotor foi fundamental para que a justiça fosse feita.

O vereador Cleonir Bassani falou do momento difícil que vive a sociedade e da importância dos valores como princípio de vida. Exemplificou a adoção desses valores como fundamental para uma trajetória de sucesso, citando o homenageado.

O vereador Ralfe Cardoso afirmou que Amorim é "um dos mais difíceis e melhores adversários na causa contra a redução da maioridade penal". Disse que ele nivela o debate por cima e que isto só engrandece a luta por justiça social.

AGRADECIMENTO

Emocionado, Eugênio Paes Amorim repetiu versos do compositor gaúcho Lupicínio Rodrigues, homenageando a doçura de sua mãe Ivete e também a fortaleza de seu pai. Lembrou a infância em São José do Norte, descalço, à beira do mar, citou as dificuldades enfrentadas durante a vida, a importância do futebol na construção do seu próprio caráter e prestou uma homenagem especial as suas professoras das escolas públicas de 1º e 2º grau que freqüentou. Contou que, recentemente, reencontrou a professora Elisa, que é de Novo Hamburgo e mora no Bairro Primavera.

- O homem deve ser prudente, mas não covarde, afirmou.

Disse que é preciso ter equilíbrio nas posições assumidas, evitando radicalismos. Revelou que cada processo, na sua visão, não é apenas uma montanha de papel, mas a vida de uma pessoa que aguarda ansiosa um resultado.

Informou que até às 18h da quinta-feira, três do corrente mês, deveria responder se desejava transferir-se para Rio Grande. Contou que a mãe estava pressionando para que sua decisão fosse favorável. Surpreendendo a todos no plenário, confessou que as suas dúvidas terminaram com a homenagem prestada pela Câmara Municipal. Revelou que havia pensado em recusar a iniciativa do Legislativo e que, após ouvir todos os pronunciamentos, estava profundamente emocionado e agradecido, e decidido a permanecerem Novo Hamburgo.