Estiagem provoca queda acentuada de oxigênio no Rio dos Sinos

Decorrido quase um ano e meio da mortandade de peixes que atingiu o Rio dos Sinos, a situação das águas não é a ideal. Agora, o problema não é resultado da poluição, mas da estiagem que castiga parte dos Municípios do Estado. O alerta foi feito pela presidente da entidade SOS Rio dos Sinos, Dione Moraes, em Parte do Expediente da sessão plenária desta terça, dia 25. <br /><br />- O índice de oxigênio está bastante baixo em decorrência da estiagem - avisou, destacando que é necessário evitar que uma nova tragédia se repita.<br /><br />A presença da ambientalista na Câmara Municipal marcou o Dia Estadual da Bacia Hidrográfica do Rio dos Sinos e do Dia Mundial da Água, comemorados respectivamente nos dias 17 e 22 de março. Dione destacou que é importante se pensar na responsabilidade que cada cidadão tem com a preservação do Rio dos Sinos e dos arroios em seu entorno. Com o auxílio de um projetor, Dione exibiu uma série de fotografias que mostram lixo, efluentes e dejetos largados nas águas dos Arroios Rau, Pampa e Nicolau Becker.<br /><br />- A comunidade que não é esclarecida que está fazendo isso - disse Dione, pedindo uma mudança de comportamento por parte dos cidadãos hamburguenses. <br /><br />A presidente do SOS Rio dos Sinos, entidade criada em janeiro de 2006, aproveitou o espaço para divulgar as ações que vêm sendo realizadas por voluntários na Campanha Eu Amo o Rio dos Sinos. Foram promovidos 5 mutirões de limpeza nos arroios que cortam o município. Conforme Dione Moraes, recolheram-se 30 toneladas de detritos. De 2006 a 2007, mais de 8 mil pessoas assistiram às palestras sobre conscientização ambiental promovidas pela entidade.<br /><br />Dione Moraes foi convidada a participar da sessão plenária por iniciativa da Comissão de Meio Ambiente, composta pelos vereadores Gilberto Koch e Jesus Maciel e pela vereadora Anita Lucas de Oliveira. O Coordenador do Sistema Integrado de Gestão Ambiental (SIGA/RS), Niro Afonso Pieper, também ocupou a tribuna para falar sobre as ações de fiscalização que estão sendo realizadas para evitar o despejo de dejetos no Rio dos Sinos.<br /><br />- É impossível esquecer o episódio de 2006, não há como nos livrarmos dessa marca. É um reflexo da falta de fiscalização, de controle. Naquele momento, todas as condições favoráveis estavam presentes - afirmou Pieper sobre a mortandade de peixes ocorrida em outubro de 2006.<br /><br />Ele destacou que obras de saneamento atualmente não são prioridade de alguns governos por não serem visíveis. Para Pieper, daqui a 10 anos os políticos eleitos serão aqueles que controlam e fiscalizam o cumprimento das exigências ambientais, mesmo que para alguns essas medidas pareçam antipáticas. <br /><br />DESPERDÍCIO DE ÁGUA<br /><br />Antes da exposição de Dione Moraes, o vereador Gilberto Koch (PT), que preside a Comissão de Meio Ambiente, destacou a falta de conscientização das pessoas no consumo diário de água. Para ilustrar, revelou que ao escovar os dentes, quando normalmente a torneira fica aberta, para cada 55 segundos são gastos 3 litros de água. O banho de chuveiro consome, em 15 minutos, 60 litros de água. A lavação de calçadas com mangueira aberta, prática infelizmente comum na maioria das cidades, consome 40 litros de água em apenas 10 minutos. Lavar a louça com a torneira aberta consome, em 15 minutos, 60 litros de água. Para lavar e enxaguar 10 kg de roupa são gastos 140 litros de água e a lavagem do carro, com a mangueira aberta, consome 100 litros de água em 25 minutos.<br /><br />O vereador Betinho manifestou-se da tribuna em nome do PT, PSOL, PCdoB, PMDB e PTB.<br /><br />Na semana anterior, o titular da Secretaria Municipal de Assuntos Jurídicos, Cácio Bortolini, em manifestação na Tribuna Popular, informou ao plenário que o Município já contratou financiamento com o Banrisul, através da Comusa, para aumentar o índice de esgoto tratado na cidade. Atualmente, apenas três por cento do esgoto recebe tratamento.<br />