Professor de sociologia fala sobre direitos humanos

por admin última modificação 16/10/2020 19h56
Dani Rudnicki proferiu palestra sobre o tema

O professor Dani Rudnicki, o primeiro a manifestar-se durante a entrega do Prêmio Vladimir Herzog de Direitos Humanos, deu uma aula sobre direitos humanos. Rudnicki é Presidente do Movimento de Justiça e Direitos Humanos/RS, advogado, professor da UNIRITTER, mestre em direito (UNISINOS) e doutor em sociologia (UFRGS). A ausência de direitos humanos, explicou, resulta numa inversão de valores, numa inversão dos direitos do cidadão, que deixa de tê-los. <br /><br />Traçando uma linha história para que o público entendesse a exata definição do termo, exemplificou com os reis que tinham plenos poderes e a quem todos obedeciam. Com a queda da monarquia, as pessoas deixaram de ser súditos de sua majestade e tornaram-se cidadãos. Esses valores, continuou Rudnick, foram construídos ao longo da história da humanidade e conquistados, incorporando-se ao dia a dia da vida das populações. Os senhores feudais da Idade Média, continuou, eram donos daqueles que habitavam suas terras, dos homens, das mulheres e daquilo que produziam. Essas lhe deviam obediência. <br /><br />A conquista dos direitos humanos representa também uma tomada de consciência. Sabemos que existem injustiças e precisamos combatê-las, pois queremos uma vida digna para todos. Por isso, disse Rudnick, estamos frente a oito homenageados em áreas tão distintas porque todos, nas suas áreas de atuação, lutam pelos direitos humanos. Os seus defensores criticam a ordem existente e propõe uma utopia, um mundo melhor onde todos sejam livres, iguais e fraternos. Essa idéia antiga nos foi legada pela Revolução Francesa e, infelizmente, ainda não conquistamos todas essas coisas.<br /><br />O inspirador deste prêmio, o jornalista Vladimir Herzog, foi morto porque pensava diferente e isso é grave. Não podemos admitir isso. Desde que não se agrida os outros, cada um tem o direito de pensar diferente.<br /><br />O professor Rudnick também abordou a má interpretação do conceito direitos humanos, que muitos criticam que só vale para bandidos e marginais. A Constituição Federal, como esclareceu, assegura direitos iguais para todos. Hoje não se pode, por exemplo, como acontecia no período didatorial, prender uma pessoa pura e simplesmente. É preciso que a pessoa tenha cometido um crime para ser presa. A polícia tem limites e é feita para garantir a segurança da população e não apenas para prender.<br /><br />Ao encerrar sua manifestação, o professor Dani Rudnick recomendou aos jovens presentes à sessão que se mantenham informados e que acompanhem o trabalho de cada vereador. Ressaltou a importância da contribuição do Legislativo na concessão do Prêmio e do trabalho da Comissão de Direitos Humanos.