21/09/2010 - Amigos do Down destacam inclusão social
A Associação dos Familiares e Amigos do Down Vinte
e Um de Novo Hamburgo (Afad-21) foi homenageada pela Câmara na sessão
desta terça-feira, 21. A autora do requerimento, Carmen Ries (PT),
salientou que esta é uma forma reconhecer e de divulgar o trabalho da
entidade. O presidente da Casa, Jesus Maciel (PTB), também elogiou o
trabalho da Afad, e disse que a Câmara de Vereadores está à disposição
para dar todo o apoio necessário.
A importância da data
"O
dia 21 de setembro foi escolhido para marcar o Dia Nacional da Luta das
Pessoas com Deficiência pela proximidade com a primavera e com o Dia da
Árvore, em uma alusão ao renascimento", salientou Carmen. A vereadora
também leu um poema sobre a árvore, para marcar a ocasião. Nesta
terça-feira também se comemora o Dia Internacional da Paz.
Direito à saúde
Raul
Cassel (PMDB), falando em nome de sua bancada, salientou que o trabalho
da Afad é de grande importância. "O governo jamais teria condições de
abraçar as diversas necessidades dos cidadãos", disse. Ele lembrou que,
antigamente, as famílias escondiam seus membros com Síndrome de Down –
mas que, felizmente, as coisas estão mudando. "Hoje, é uma questão
pública. Essas pessoas precisam ter acesso a profissionais da área da
saúde preparados para lidar com suas necessidades. São pessoas
carinhosas, amigas, sorridentes, têm todos os aspectos físicos como as
pessoas ditas normais, com exceção de um probleminha genético."
Por uma sociedade inclusiva
A
relações públicas da Afad, Gessy Klauck, aponta que a luta pela
inclusão social não pode parar. "Existe um estigma muito forte. Temos,
no Brasil, há mais de 50 anos, um movimento que resgatou as pessoas com
Síndrome de Down de dentro de suas casas. Nosso apelo é que a sociedade
vá além disso: que seja inclusiva. E isso significa olhar para qualquer
pessoa e não perceber sua deficiência, mas perceber que ela é como nós.
Nesse Dia da Paz, pedimos a todos um novo olhar. Todos nós temos
direito a tudo, o direito de estar aqui, de ter acesso às coisas. Às
vezes, pensamos que só os "normais" têm esses direitos. Aliás, quem é
normal?", salienta.
Gessy mostrou alguns slides com fotos e
informações sobre a entidade, além de um vídeo sobre inclusão produzido
pelo Ministério da Educação. "A Afad, uma associação civil de direito
privado, completou uma década de atividades este ano. O objetivo é
buscar a inclusão irrestrita. Um de nossos focos são os pais, para que
eles enxerguem o filho, e não o deficiente. Nossos projetos vão desde o
acolhimento da família até o terapêutico, com um grupo de
profissionais." Para realizar tudo isso, apontou, recebe recursos
públicos (R$ 2 mil da prefeitura) e é apadrinhada do Projeto Semear,
que também repassa recursos (cerca de R$ 1,4 mil de meses em meses).
"Hoje, temos 40 famílias em atendimento direto. Por isso, precisamos de
apoio."
Relatos
O presidente da Afad, Nelson Hahn,
salientou que das 40 pessoas atendidas, 35 frequentam a escola regular.
"As outras já não estão mais em idade escolar." Ele chamou a jovem
Maíra Maria Klauck, 15 anos, que cursa a 8 série na Feevale. A menina
contou que sempre esteve matriculada na rede regular. "Minha família e
eu sabemos que a sociedade é feita para todas as pessoas. Todos devemos
ir à escola. Ou como vamos aprender a ler e a escrever?", questionou.
Matheus
Thiesen, que faz um curso de Informática, Gustavo Poggere, aluno da 7º
série, e Lucas Schlindwein, do 3º ano do Ensino Médio, também
salientaram a importância da inclusão escolar. Cristina Blauth Dias,
mãe de Eduardo, de cinco meses, afirmou que, quanto mais cedo começar o
acompanhamento, melhor.
21/09/2010