21/07/2011 - NH terá programa de incentivo à doação de medula

por danielesouza — última modificação 16/10/2020 19h56
Projeto de Ito Luciano foi aprovado em segundo turno

A criação do Programa Municipal de Incentivo à Doação de Medula Óssea e de Sangue do Cordão Umbilical e Placentário – Pró-Medula e do Dia Municipal de Doação de Medula Óssea (27 de agosto) foi aprovada por unanimidade em segundo turno nesta quinta-feira, 21. Essa iniciativa está prevista no Projeto de Lei nº 10/2011, de Ito Luciano (PMDB).

Segundo o vereador, o objetivo da proposta é estimular a doação voluntária; alertar para a importância de se manter dados cadastrais atualizados e de comparecer para realizar a doação, quando convocado; estimular a criação de pontos fixos e móveis de coleta de sangue; e divulgar endereço e horários de atendimento dos centros de transplante e hemocentros, públicos e privados, cadastrados e credenciados junto ao Ministério da Saúde. O PL estabelece que, para a implantação do Pró-Medula, poderão ser realizadas parcerias entre órgãos governamentais municipais, estaduais e federais, organizações não-governamentais e empresas privadas.

Ricardo Ritter - Ica (PDT) apontou que também é preciso aumentar o número de leitos para esse tipo de tratamento no RS.

Entenda a importância
A medula óssea é um líquido que ocupa o interior dos ossos, onde são produzidos os componentes do sangue: as hemácias (glóbulos vermelhos), os leucócitos (glóbulos brancos) e as plaquetas. O transplante de medula óssea é um tipo de tratamento proposto para algumas doenças que afetam as células do sangue, consistindo na substituição de uma medula óssea doente ou deficitária por células normais. O uso da medula óssea começou em 1891, quando foi administrada por via oral no tratamento de leucemia por Brown-Sequard e D"Arsonaval. A partir das tragédias nucleares, os estudos se impulsionaram e, em 1972, Thomas Addison e colaboradores realizaram com sucesso o primeiro transplante de medula óssea alogênico (através de um doador) em um paciente portador de anemia aplásica grave.

Na justificativa do projeto, Ito cita Laura Fogliatto, professora de Hematologia da FFCMPA, Fundação Faculdade Federal de ciências Médicas de Porto Alegre. Em matéria do jornal Zero Hora, a médica explicou que, para integrar o banco de doadores, o processo é simples: basta procurar um dos hospitais conveniados ao cadastro nacional, onde serão coletados poucos mililitros de sangue, que ficarão armazenados passando a integrar o cadastro nacional. Quando houver compatibilidade entre o sangue armazenado e o sangue de um paciente com indicação de transplante, o doador é chamado, se estiver em boas condições de saúde e confirmar o interesse em doar.

De acordo com o Ministério da Saúde, surgem no país cerca de 10.000 novos casos de leucemia todos os anos, destes 5.600 necessitam de transplante. O grande problema é que 70% deles não encontram doadores compatíveis na família, ficando a mercê da sorte na fila do Registro Nacional de Doadores de Medula Óssea (Redome). Segundo o Redome, instalado no Instituto Nacional do Câncer (Inca), a estimativa é de que no Brasil existam mais de 300.000 doadores cadastrados, mas este número ainda é insuficiente, pois a probabilidade de se achar um doador compatível é de uma em cem mil.

A Câmara de Novo Hamburgo está há tempo mobilizada por essa causa. Conheça aqui outras iniciativas.

21/07/2011

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