21/07/2011 - - Audiência pública por regulamentação do motofrete
A regulamentação do motofrete foi o
tema de uma audiência pública realizada na Câmara na noite desta
quinta-feira, 21. A reunião foi convocada e conduzida pelo presidente
Leonardo Hoff (PP), a pedido de trabalhadores da área. A Lei Federal nº 12.009/2009
trata do exercício das atividades dos profissionais em transporte de
passageiros, mototaxista, em entrega de mercadorias e em serviço
comunitário de rua, e motoboy. Contudo, essa mesma lei aponta a
necessidade da regulamentação por parte dos municípios. Isso ainda não
ocorreu em Novo Hamburgo – e foi o ponto destacado por todos os
participantes. Na próxima terça-feira, 26, outra audiência pública
tratará especificamente do caso dos mototaxistas.
Diversos
vereadores estavam presentes: Sergio Hanich (PMDB), Jesus Maciel (PTB),
Carmen Ries (PT), Gilberto Koch (PT) e Volnei Campagnoni (PCdoB).
Sindicatos
O
diretor do Sindicato das Empresas de Telesserviços e Entregas Rápidas
do RS, Everton Reynaldo, afirmou que a busca da regulamentação é antiga.
Segundo ele, há empresários que pagam toda carga tributária cobrada,
mas que correm o risco de fechar, não podendo concorrer com as
iniciativas informais. Ele apontou ainda que, em 2010, foram atendidos
no setor de traumatologia do Hospital Municipal 1.095 motociclistas.
Desses, 730 usavam moto como forma de renda – sendo que apenas oito eram
contratados por empresas formalizadas.
O presidente do
Sindimotos, Valter Ferreira da Silva, lamenta que Novo Hamburgo ainda
não tenha regularizado a atividade. Ele apontou que já existe a lei
federal necessária para isso. "Não temos o direito de trabalhar de forma
tranquila?", questionou.
Legislação
Emerson Mattje,
auditor fiscal do trabalho, falou sobre as diversas leis que tratam da
atividade e têm como objetivo garantir a segurança dos motociclistas.
Ildo Mário Szinzelski, diretor técnico do Detran, lembrou que todos têm
responsabilidade no trânsito. Segundo ele, no Rio Grande do Sul há mais
de 800 mil motocicletas – muitas são usadas como instrumento de
trabalho. "A vulnerabilidade dessa categoria é muito grande", lamentou,
apontando que a Lei Federal nº 12.009/2009 tem um papel muito grande
para a redução de acidentes. Ambos destacaram a importância da
regulamentação municipal. Arthur Lemos Jr., assessor do deputado
estadual Lucas Redecker, também falou sobre a necessidade da
regulamentação pelos municípios.
A importância da formação
Szinzelski
lembrou que há cursos de formação disponíveis, conforme previsto nessa
legislação. "Estamos fazendo nossa parte. Isso é muito importante, pois
trata de ética e cidadania, além de gestão de riscos."
Solange
Lopes, condutora de ensino do Centro de Formação de Condutores Valderes –
CFC, apontou que, entre as justificativas para a realização do curso no
local onde trabalha, foram citados o número de motociclistas do
município não para de crescer – assim como o número de acidentes.
"Quando o CFC estruturou as aulas, não quis ser mais um repassador de
informações. Nosso papel é maior do que isso: é educar. E isso pressupõe
mudança de comportamento." Solange também frisou que falta para a
categoria, ainda, a regulamentação municipal.
Registro
Leonard
Berger, coordenador do Centro de Registro de Veículos Automotores –
CRVA, falou sobre o registro necessário para motocicletas utilizadas
para motofretes. "Aqui em Novo Hamburgo, desde o ano passado, é
fornecida uma autorização pela Secretaria de Mobilidade Urbana." O
veículo, disse, passa por uma vistoria. A autorização deve ser renovada
semestralmente.
Questionamentos
O empresário Lindomar
Getúlio da Veiga afirmou que a concorrência o setor é muito desleal.
"Sou a favor da profissionalização. Mas também fico indignado, pois isso
implicará mais taxas. Esse povo trabalhador merece mais respeito." A
motociclista Melissa de Brito questionou o valor e a qualidade dos
cursos oferecidos. "Estudar é importante, mas é preciso agregar algo. O
que os cursos agregam de fato à minha profissão?"
O presidente do
Sindimotos, Valter da Silva, respondeu que os profissionais precisam de
unir mais vezes para tratar dos temas de seu interesse e exigir a
regulamentação. E apontou que o curso agrega, sim, conhecimento. "É
profissionalizante, também enriquece o currículo."
Outros
trabalhadores também fizeram questionamentos específicos, pediram
respeito aos motociclistas e reivindicaram a regulamentação da lei.
Também estiveram presentes ao debate Felipe Carmona, Diretor Jurídico do
Sindimoto, e César Silva, presidente do SindGastrHô - Sindicato de
Gastronomia e Hotelaria.
Avaliação dos parlamentares
O
presidente Leonardo Hoff lamentou que representantes da Administração
Municipal não acompanharam a audiência. Na avaliação do vereador Jesus
Maciel (PT), mais uma vez a Casa cumpriu o seu papel de sediar
importantes debates. Serjão (PMDB) disse que a ausência do Executivo não
será problema, pois os motofretistas contarão com o apoio dos
vereadores para solucionar o impasse. "Nosso empenho trará o respaldo
que eles tanto buscam", acrescentou. Carmen Ries afirmou que vai se
dirigir ao Executivo para que algum representante esteja presente na
próxima audiência sobre a regulamentação do serviços de mototáxi,
marcada para o dia 26 de julho, terça-feira.
21/07/2011
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