Comissão investiga poluição ambiental na Lomba Grande
Há cerca de um mês os moradores da localidade de Quebra-Dentes, no distrito rural de Lomba Grande, vêm sentindo um odor desagradável em suas residências. O cheiro é proveniente de dejetos colocados em uma propriedade da região. Em função das chuvas, os resíduos depositados sobre a terra atingiram um córrego, que passa por chácaras e sítios nas cercanias. Os detritos assemelham-se a cinzas e a uma espécie de lodo esbranquiçado. O problema afeta 50 pessoas que habitam a localidade. Preocupados com uma possível contaminação, os moradores encaminharam uma denúncia para a Comissão de Meio Ambiente da Câmara Municipal durante audiência pública, realizada no dia 4 de setembro em Lomba Grande.<br /><br />Na quarta-feira, dia 5, o presidente da Comissão, Gilberto Koch (PT), e o relator Jesus Martins (PTB) se dirigiram à localidade e constataram o grande volume de material despejado sobre o solo. Os vereadores coletaram uma amostra para que seja feita análise laboratorial. <br /><br />Betinho antecipou que irá encaminhar requerimento para a Secretaria de Meio Ambiente para saber se o proprietário da área de 35 hectares possui autorização para depositar os resíduos na terra. Jesus Maciel Martins (PTB) suspeita tratar-se de material proveniente de algum curtume. Durante a vistoria, verificou-se que há uma placa da empresa Seta na propriedade. <br /><br />Um morador da região, que não quis ser identificado, relatou que caminhões carregados circulam pela área e derramam o conteúdo das caçambas em valas. Há duas semanas, após denúncia ao Jornal NH, que não chegou a ser publicada, o trânsito dos veículos na área cessou por dois dias.<br /><br />Vizinho à propriedade utilizada como depósito de resíduos, o morador disse que pedirá análise de seu poço artesiano para verificar se a água foi contaminada. Ele relatou ainda que o proprietário da área alegou que o produto colocado sobre o solo é orgânico e serve de adubo. <br /><br />DESMATAMENTO E RETIRADA DE PEDRAS<br /><br />Além dos resíduos, os vereadores investigarão a possibilidade de retirada irregular de árvores nativas e de pedras. Uma cratera foi verificada na localidade. <br /><br />SESSÃO <br /><br />Durante a sessão desta quinta-feira, os integrantes da Comissão de Meio Ambiente mencionaram a vistoria feita na propriedade em Lomba Grande. Gilberto Koch relatou aos demais parlamentares que o odor sentido na localidade de Quebra-Dentes é muito forte. Embora a empresa proprietária da área tenha assegurado que se trata de um produto orgânico, será realizada uma análise da amostra coletada para deixar a população da região tranqüila quanto à manutenção de sua saúde. Betinho teme que o material se espalhe e atinja algum afluente, repetindo a mortandade de peixes ocorrida no ano passado no Rio dos Sinos.<br /><br />- Foi aberta uma estrada em uma área de mata nativa, há duas valas grandes ali, uma delas com mais de três metros de profundidade. Esse líquido pode atingir o lençol freático. Nós temos que saber o que está sendo depositado ali. <br /><br />Jesus Maciel Martins ressaltou que a Comissão do Meio Ambiente não está fazendo nenhuma acusação.<br /><br />- Estivemos no local para verificar uma denúncia anônima. Eu me preocupo com quem comprou um sítio para respirar ar puro e precisa suportar aquele odor forte. Quem garante que não é um produto tóxico - afirmou o parlamentar.<br /><br />A vereadora Anita Lucas de Oliveira (PT), secretária da Comissão de Meio Ambiente, também reforçou o discurso dos colegas sobre a necessidade de se investigar a possibilidade de contaminação.<br /><br />Os parlamentares Teo Reichert (PDT) e Cleonir Bassani (PSDB) comentaram a denúncia. O pedetista classificou de gravíssimo o caso. Assim como o vereador Jesus Maciel Martins, Teo Reichert lamentou que a imprensa local não tenha divulgado a diligência dos parlamentares. Bassani cumprimentou os integrantes da Comissão de Meio Ambiente pelo trabalho e disse que pode haver metais pesados prejudiciais a saúde no material colocado no solo.<br />