20/07/2010 - Fundação de Saúde poderá receber R$ 5,5 milhões

por mairakiefer — última modificação 16/10/2020 19h56
Verbas devem ser usadas para cobrir déficit de verbas rescisórias

Por 11 votos favoráveis e dois contrários, o projeto de lei n° 74, que autoriza a prefeitura a conceder auxílio financeiro à Fundação de Saúde Pública de Novo Hamburgo, foi aprovado em primeiro turno na sessão desta terça-feira, 20. O valor a ser repassado pode chegar a R$ 5,5 milhões, e deve ser usado para cobrir o déficit oriundo de verbas rescisórias trabalhistas dos empregados da Associação Hospitalar Novo Hamburgo. O montante deverá ser encaminhado em parcelas mensais. O PL, de autoria do Executivo, entrou na ordem do dia por meio de requerimento.

Passivo
Antes de ser levada à votação, a proposta foi debatida pelo procurador do Município, Ruy Noronha, e pelos vereadores em reunião de bancada realizada no Plenarinho. Conforme relato de Noronha, até 2005, a prefeitura de Novo Hamburgo repassava à Associação Hospitalar apenas o valor correspondente à folha de salários líquida, deixando de fora os recursos correspondentes a férias e fundo de garantia, entre outros encargos indiretos. Em função dessa diferença de valores, conforme Ruy Noronha, ficou um passivo que precisa ser corrigido em virtude das rescisões de cerca de 600 trabalhadores, que deverão ser substituídos por concursados até dezembro de 2010. O prazo foi estabelecido pelo Ministério Público Estadual. Esses profissionais prestam serviços ao Hospital Municipal e às Unidades Básicas de Saúde.

Na justificativa do projeto de lei, o Executivo alega que "a Associação nunca dispôs de contrapartida suficiente para fazer frente às verbas rescisórias trabalhistas, circunstância que passou a gerar um passivo trabalhista judicial com reiterada responsabilização subsidiária da autarquia municipal e da própria Municipalidade, e agora da própria Fundação".

Durante a reunião, o procurador revelou que nem todas as vagas serão providas. Em função disso, prevê a necessidade de novos concursos. Ele lembrou que mais de 300 funcionários concursados já assumiram e que a renovação do quadro de mais de 600 trabalhadores será gradativa. Noronha apontou que o MP estadual estabeleceu que, em caso de problema no suprimento das vagas abertas, poderá ser utilizado o sistema de seleção simplificado.

Votação
Raul Cassel (PMDB) votou contra o projeto, assim como o vice-presidente da Casa, Sergio Hanich (PMDB). Os dois parlamentares afirmaram que gostariam de estudar com atenção a proposta. Na avaliação de Cassel, não havia necessidade de a matéria entrar na ordem do dia por requerimento, pois o repasse já era de conhecimento do Executivo e poderia ter sido encaminhado antes. O líder do governo, Gilberto Koch (PT), informou que a matéria entrou no Legislativo no dia 15 de julho.

Serjão revelou que tem ouvido reclamações de vários funcionários que foram afastados e que não receberam o fundo de garantia. "Se eu concluir que a proposta está correta, votarei a favor na quinta-feira", antecipou o parlamentar sobre a apreciação em segundo turno.

Volnei Campagnoni (PCdoB) disse que foi contrário à criação da Fundação de Saúde, mas não votaria contra o projeto por causa dos trabalhadores que serão dispensados e terão de receber suas indenizações. Alex Rönnau (PT) disse que a proposta está sendo votada com urgência porque governos anteriores não se preocupavam com os encargos e as rescisões. "Os governos que nos antecederam não faziam esse repasse", concluiu.

20/07/2010