19/07/2011 - Projeto de Ito incentiva doação de medula óssea

por danielesouza — última modificação 16/10/2020 19h56
Proposta foi aprovada por unanimidade nesta terça-feira, 19

Novo Hamburgo deverá contar com um Programa Municipal de Incentivo à Doação de Medula Óssea e de Sangue do Cordão Umbilical e Placentário – Pró-Medula, e também com o Dia Municipal de Doação de Medula Óssea (27 de agosto). Essas iniciativas estão previstas no Projeto de Lei nº 10/2011, de Ito Luciano (PMDB), aprovado em primeiro turno na sessão desta terça-feira, 19.

Segundo o vereador, o objetivo da proposta é estimular a doação voluntária; alertar para a importância de se manter dados cadastrais atualizados e de comparecer para realizar a doação, quando convocado; estimular a criação de pontos fixos e móveis de coleta de sangue; e divulgar endereço e horários de atendimento dos centros de transplante e hemocentros, públicos e privados, cadastrados e credenciados junto ao Ministério da Saúde. O PL estabelece que, para a implantação do Pró-Medula, poderão ser realizadas parcerias entre órgãos governamentais municipais, estaduais e federais, organizações não-governamentais e empresas privadas.

Raul Cassel (PMDB) disse estar muito feliz pela votação de dois projetos no mesmo dia que dizem respeito à área da saúde. Após, leu texto explicativo de sua autoria sobre o assunto.

Ricardo Ritter - Ica (PDT) elogiou a iniciativa de Ito. Volnei Campagnoni (PCdoB) também parabenizou o vereador e disse que é preciso lutar, agora, pela ampliação no número de leitos nos hospitais.

Gerson Peteffi (PSDB) e Jesus Maciel (PTB) também falaram sobre a carência da área da saúde, e que esperam o sancionamento desta lei o mais rápido possível.

Entenda a importância
A medula óssea é um líquido que ocupa o interior dos ossos, onde são produzidos os componentes do sangue: as hemácias (glóbulos vermelhos), os leucócitos (glóbulos brancos) e as plaquetas. O transplante de medula óssea é um tipo de tratamento proposto para algumas doenças que afetam as células do sangue, consistindo na substituição de uma medula óssea doente ou deficitária por células normais. O uso da medula óssea começou em 1891, quando foi administrada por via oral no tratamento de leucemia por Brown-Sequard e D"Arsonaval. A partir das tragédias nucleares, os estudos se impulsionaram e, em 1972, Thomas Addison e colaboradores realizaram com sucesso o primeiro transplante de medula óssea alogênico (através de um doador) em um paciente portador de anemia aplásica grave.

Na justificativa do projeto, Ito cita Laura Fogliatto, professora de Hematologia da FFCMPA, Fundação Faculdade Federal de ciências Médicas de Porto Alegre. Em matéria do jornal Zero Hora, a médica explicou que, para integrar o banco de doadores, o processo é simples: basta procurar um dos hospitais conveniados ao cadastro nacional, onde serão coletados poucos mililitros de sangue, que ficarão armazenados passando a integrar o cadastro nacional. Quando houver compatibilidade entre o sangue armazenado e o sangue de um paciente com indicação de transplante, o doador é chamado, se estiver em boas condições de saúde e confirmar o interesse em doar.

De acordo com o Ministério da Saúde, surgem no país cerca de 10.000 novos casos de leucemia todos os anos, destes 5.600 necessitam de transplante. O grande problema é que 70% deles não encontram doadores compatíveis na família, ficando a mercê da sorte na fila do Registro Nacional de Doadores de Medula Óssea (Redome). Segundo o Redome, instalado no Instituto Nacional do Câncer (Inca), a estimativa é de que no Brasil existam mais de 300.000 doadores cadastrados, mas este número ainda é insuficiente, pois a probabilidade de se achar um doador compatível é de uma em cem mil.

19/07/2011

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