18/05/2011 - Vereadores criticam reportagem do JN

por tatianelopes — última modificação 16/10/2020 19h56
Na sessão de terça-feira, 17, Serjão também fez denúncias sobre contratação de caçambas

Na sessão de terça-feira, 17, Sergio Hanich (PMDB) falou sobre um suposto superfaturamento na contratação de serviços de caçambas e retroescavadeiras pela Prefeitura. Segundo ele, foi realizado um pregão eletrônico em junho de 2010, mas o vencedor nunca conseguiu trabalhar para o Município. O empresário com melhor lance, frisou Serjão, teria oferecido três caminhões a R$ 28,9 reais/hora. Pouco depois, teria sido informado sobre a contratação de caminhões de outra empresa por meio de pregão presencial. Só que o valor cobrado, dessa vez, teria sido de R$ 47,62/hora. "Se isso é verdadeiro, estou denunciando maior cartel da cidade de Novo Hamburgo", disse, destacando que já fez essa denúncia no Ministério Público. O presidente da Câmara, Leonardo Hoff (PP), pediu que o pronunciamento fosse encaminhado à Prefeitura.

Escola Eugênio Nelson Ritzel
A educação também foi um assunto que mobilizou os vereadores na tarde de ontem. No dia anterior, o Jornal Nacional havia mostrado uma matéria sobre duas escolas da cidade: a Jacob Kroeff Neto e a Eugênio Nelson Ritzel – a com maior e a com menor nota no Índice do Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb) em Novo Hamburgo, respectivamente.

Ricardo Ritter – Ica (PDT) apontou que a equipe de reportagem deveria ter ouvido as coordenações pedagógicas das escolas, para conhecer melhor a real realidade local. "Houve má vontade em relação aos pontos positivos que a escola Eugênio Nelson Ritzel, da Vila Kephas, tem. Nós temos muitos bons exemplos em educação." Jesus Maciel (PTB) também destacou ter ficado triste com a matéria. 

Antonio Lucas (PDT) disse que estava trabalhando na escola Eugênio Nelson Ritzel – ele é guarda municipal – quando os repórteres chegaram. "As crianças ficaram felizes, esperando que fosse ressaltado o lado bom da escola. Ele ponderou que a instituição conta com cerca de 1,5 mil alunos, sendo que alguns enfrentam dificuldades em casa. "É diferente da outra escola, mostrada como exemplo de qualidade, que tem cerca de 300 alunos." Lucas apontou que nessa escola há horta, aula de tradicionalismo e telecentro, entre outras atividades. "E os professores merecem parabéns. Quem conhece realidade do bairro sabe que a matéria foi sensacionalista. Foi um balde de água gelada."

Carmen Ries (PT), que é diretora de escola, também mostrou-se descontente. "Vir de jatinho nas escolas e mostrar podridão, eles fazem. Mas não mostram toda a realidade."

Críticas a políticas educacionais
Gerson Peteffi (PSDB) criticou as novas propostas para a educação em Novo Hamburgo. "Quase ninguém concorda com as mudanças, que incluem a não-repetência nos primeiros anos. Antes, o ensino era mais regrado, crianças com sete ou oito anos já sabiam ler e escrever. Hoje, vemos mães humildes, semi-alfabetizada, tentando ajudar os filhos a aprender as letras." 

Raul Cassel (PMDB) destacou que desaprova a política do MEC que recomenda um livro que trata a língua portuguesa de forma coloquial. "Todos cometemos erros em português. Mas apregoar que não se sigam as regras de concordância, regência e tempo verbal é demais. Respeito os que tiveram menos condições de escolaridade. Mas não pode partir da escola uma iniciativa como essa, de ensino errado da Língua Portuguesa." 

Boa notícia
Gilberto Koch (PT) trouxe uma boa notícia: ele participou, na segunda-feira, 16, de uma reunião na Secretaria Estadual de Educação. O foco do encontro era o ensino técnico em cidades gaúchas, como por meio da implantação de dois projetos federais de ensino profissionalizante – Programa Nacional de Acesso à Escola Técnica e Emprego (Pronatec) e Brasil Profissionalizante. Uma das propostas do vereador é firmar convênio entre o governo federal e instituições estaduais, como o Instituto Liberato e a Alberto Pasqualini, para oferecer essas aulas.

Marcha dos Municípios
Volnei Campagnoni (PCdoB) prestou contas de sua participação na 14º Marcha a Brasília em Defesa dos Municípios, realizado entre os dias 10 e 12 de maio. "Ontem estava vendo o CQC, e lá falaram que era a Marcha dos Prefeitos. Vejam a maldade da mídia. Quem defende a cidade é o Executivo e o Legislativo", disse. Ele apontou que, entre os temas debatidos, estavam os royalties e a burocracia da Caixa Econômica Federal, entre outros. "Esse evento não é turismo, quem conhece a Capital Federal sabe que não se faz turismo lá. Além disso, o evento teve controle rígido de presenças." 

O vereador disse que quatro ministros conversaram com os representantes das cidades, como Alexandre Padilha, da Saúde. "Ele reconheceu falta de profissionais da saúde no Brasil e a necessidade de investimento na formação de novos médicos. Deve ser publicada uma portaria de abertura de mais vagas para cursos de Medicina, principalmente primária. Quem sabe um não vem para cá?", questionou. 

Outros temas
Carmen também disse que criou a Frente Parlamentar em Defesa do Hospital para buscar mais informações. "As obras não começaram ainda, pois a empresa vencedora não fez a declaração de que não irá recorrer da decisão. Todas as outras participantes já fizeram. Por que não facilitar para a coisa andar mais rápido?", questionou. 

Peteffi voltou a pedir a finalização da rua Rincão. Matias Martins (PT) falou sobre as obras do trensurb em Novo Hamburgo. Ele ressaltou que sempre se posicionou favoravelmente aos investimentos, mas que o Consórcio Nova Via deve ouvir a comunidade. O vereador sugeriu que as comissões e as frentes parlamentares se unam para fazer cobranças. "Os problemas de inundações estão piorando em razão de algumas obras. Temos de convocar um audiência, exigir respostas." Ito Luciano (PMDB) disse que a Comissão de Obras tenta, há mais de um mês, marcar reunião com o Consórcio, mas não recebe retorno.

Cassel disse ser favorável à Moção, apresentada por Leonardo Hoff, em repúdio à criação de taxa de inspeção veicular pelo governo estadual. "A inspeção veicular pode ser custeada pelos autos valores de IPVA que pagamos. E por que começar a inspeção pelos carros mais novos?" O peemedebista ainda salientou que há muitos buracos na cidade, nem todos causados por obras. "A acessibilidade está comprometida"

Sobre os questionamentos feitos por vereadores em relação ao Decreto nº 4.567/2010, que trata da situação de emergência na saúde da cidade, Betinho explica que o prazo de viência do documento era de 90 dias, o que já expirou em março.