17/03/2011 - Saúde da mulher em debate na Câmara
O Seminário Saúde da Mulher é um Bem que se Quer – que integra a Semana da Mulher promovida pelo Executivo – foi realizado no Plenário da Câmara na noite de quarta-feira, 16. Reunindo homens e mulheres, o encontro enfatizou as conquistas e os problemas que ainda devem ser resolvidos. O presidente da Casa, Leonardo Hoff (PP), fez a abertura, destacando a importância do acesso à informação. Carmen Ries (PT) e Gilberto Koch (PT) participaram da atividade.
Fátima Fraga, coordenadora municipal de Políticas Públicas para Mulheres, falou sobre as conquistas dos últimos anos. Ela lembrou que as políticas públicas para as mulheres começaram a entrar na pauta de debate nacional em 2003, com a criação de uma secretaria com status de ministério voltada para o assunto. A partir de então, foram criados órgãos locais e assinado um pacto contra a violência. Além disso, entrou em vigor a Lei Maria da Penha. "Em Novo Hamburgo, a luta começou antes de 2000, com a busca de uma delegacia para a mulher, que foi aberta em 2006. Em 2009 foi criada a coordenadoria de Políticas Públicas para as Mulheres, com status de secretaria. Também temos o Conselho Municipal. Ontem foi inaugurado o Centro de Referência, na avenida Pedro Adams Filho, para vítimas de violência doméstica. A criação de um abrigo regional está em andamento", finalizou.
Avanços e desafios em NH
A secretária municipal de Saúde Clarita Souza apontou que, na época da ditadura, não era possível debater problemas como esse. "Com a abertura política, os movimentos começaram a fazer reivindicações. As primeiras eram em relação à maternidade. Mas mulher não é importante só quando é mãe. Antes, na menopausa, ela era aposentada socialmente", disse. Segundo ela, a saúde e a doença são processos determinados por várias condições – economicas, sociais, emocionais. "Ainda há mulheres que vivem em situação de pobreza. E elas trabalham mais do que os homens: no emprego, em casa, com os filhos. Que hora sobra para ela?", questionou.
Entre as primeiras causas de morte entre o sexo feminino, Clarita destacou AVC, aids, câncer e homicídios. "E o pré-natal ainda precisa ser mais divulgado. Temos que convencer as mulhers dos cuidados que precisam ter com elas mesmas e com as crianças. Cigarro, bebida, droga, stress e violência são grandes problemas." Ela frisou que as hamburguenses fazem o pré-natal, mas que o número tem que ser ampliado. "Também realizamos exames preventivos. O número é alto, mas nem perto do que é preciso fazer. Para isso, as equipes da saúde da família vão ajudar. A proposta é fazer um acompanhamento melhor." A secretaria também chamou a atenção para o papel dos pais quando se fala de saúde feminina. "Evitar a gravidez na adolescência deve ser um trabalho, principalmente, do pai e da mãe."
A saúde da gaúcha
A representante do governo do Estado Sandra Fagundes, que trabalha na Secretaria da Saúde, apontou que os indicadores do Rio Grande do Sul não são muito bons. "Há muitas mulheres em situação de vulnerabilidade, e muitas adolescentes com HVI – mais meninas do que meninos. Isso é um desafio: que linguagem usar com o público jovem? Gravidez na adolescencia também preocupa. E não temos um pré-natal de qualidade. Aqui temos quatro vezes mais casos de sífilis congênita do que a Organização Mundial da Saúde considera aceitável. Isso significa q doença não foi detectada no pré-natal. Um indicador de qualidade vai ser zerar transmissão vertical de HIV, temos tecnologia para isso."