Comissão de Obras e Serviços Públicos confere trabalho do CAPS
Após o fechamento do CTA - Centro de Tratamento do Alcoolismo no Vale do Sinos, no último mês de fevereiro, a Câmara Municipal está atenta à qualidade dos serviços que a comunidade dispõe, exercendo o seu papel de fiscalizadora. Foi com esse objetivo que a Comissão de Obras e Serviços Públicos, presidida pelo vereador Cleonir Bassani, visitou as instalações do Departamento de Saúde Mental da Secretaria Municipal de Saúde e Assistência Social, responsável também pelo atendimento de alcoolistas e drogados. <br />DIFICULDADE PARA INTERNAÇÃO PREOCUPA<br />Bassani explicou que a preocupação maior da Câmara é deixar claro para a população quais os serviços disponíveis. Ele concluiu que ainda existem problemas com relação às internações, pois quem precisa de desintoxicação e internação está sem opção, já que o Hospital Municipal só dispõe de um leito para esses casos. Citou um caso recente, revelado pela imprensa, em que uma pessoa não conseguiu internação no Hospital e que este teria explicado que não há esse tipo de atendimento. Frente a essa realidade, Bassani defende um atendimento de emergência pelo Hospital e o encaminhamento para internação aos hospitais São Pedro e Espírita, quando necessário. E aí está a dúvida, como frisa o vereador: "Se tínhamos aqui a possibilidade de um convênio e se não eram necessárias todas as vagas do CTA, que se reduzisse o convênio, o seu valor, a quantidade, mas que se evitasse o encaminhamento de pacientes à Porto Alegre, com naturais transtornos para pacientes e familiares".<br />CARINHO<br />"Muitas vezes, como explicou Bassani, o paciente precisa de atenção, de diálogo e, por isso, é importante um trabalho de prevenção e de integração. A internação numa clínica, de forma direta, faz com que esse primeiro contato seja minimizado, em prejuízo ao doente. Que se busque um tratamento com acompanhamento para que a pessoa desfrute desse carinho".<br />ATENDIMENTO 24 HORAS<br />Bassani também defendeu a implantação do CAPS III - Centro de Atenção Psicossocial, que dará atendimento 24 horas, fazendo triagem e encaminhamento. Explicou que é grande a demanda do Hospital e que, enquanto não se aumenta o número de leitos, a população está sem cobertura, o que não pode ocorrer. "Quando se fala em CAPS III não queremos que a prefeitura assuma todo o trabalho, mas que se possa mantê-lo em parceria com o governo federal, que tem recursos e regras que possibilitam convênios".<br />Carla Beck, coordenadora do Departamento de Saúde Mental, informou que existe o projeto para implantar o atendimento 24 horas, mas que é preciso estudar um local adequado, onde seja possível a convivência. Também confirmou a existência de recursos federias para a obra.<br />COMUNIDADE NÃO PODE SER PREJUDICADA<br />Ito Luciano, integrante da Comissão, destacou o trabalho realizado pelo CAPS mas afirmou que sem internação o problema fica sério e que é este o questionamento da Comissão de Obras e Serviços Públicos. "Por mais que o CAPS faça um trabalho preventivo, não há possibilidade de internação. O CTA fazia a prevenção e a internação, mas parece que o Executivo, com o CAPS, está buscando uma entidade que faça a internação dos pacientes com casos de alcoolismo e dependência química. A comunidade não pode ficar prejudicada".<br />CAPS II<br />Localizado na Rua Bento Gonçalves, n° 2670, o Centro de Atenção Psicossocial II recebe pacientes, a partir de 16 anos, com transtornos mentais severos e persistentes, indicados pelas UBS para tratamento intensivo. Uma equipe multidisciplinar composta por médicos, psicólogos, assistentes sociais, terapeutas ocupacionais e enfermagem dá suporte para que essas pessoas possam ser reintegradas na sociedade.<br />Carla Beck, psicóloga e coordenadora do Departamento de Saúde Mental, informou à Comissão de Obras e Serviços Públicos que o CAPS II atende 46 pacientes em regime intensivo e mais 150 pessoas de formas diferenciadas. Ela esclareceu que o Departamento é composto por vários serviços, atende o que preconiza a Lei Federal 10.216/2001 e que antes dessa legislação os pacientes eram remetidos ao manicômio e muitas vezes abandonados pelos familiares. A nova legislação federal permitiu a criação de outros serviços, substituindo o modelo anterior, como frisou, acrescentando que, em relação ao RS, Novo Hamburgo hoje é dos municípios mais destacados pela qualificação dos seus técnicos nessa área.<br />CAPS I<br />Atende à Criança e ao Adolescente, com idade inferior a 16 anos. O serviço funciona na Rua 24 de Maio.<br />CAPS - AD<br />O Centro de Atenção Psicossocial - álcool e drogas funciona na Rua Domingos de Almeida, n° 228 e atende desde 2003. <br />MAIS LEITOS<br />Carla Beck também informou que existe projeto para o aumento do número de leitos no Hospital Municipal para atender a demanda. Hoje o Hospital só dispõe de um leito para a saúde mental e havendo necessidade de internação, o paciente é encaminhado ao Hospital Espírita ou ao Hospital São Pedro.<br />AMPLIAÇÃO<br />A ampliação da rede de atendimento também está sendo prevista pelo Município. Carla Beck adiantou que está em fase de credenciamento o CAPS dos Bairros Santo Afonso e Canudos.<br /><br />