16/11/2010 - Secretaria de Habitação apresenta diagnóstico

por mairakiefer — última modificação 16/10/2020 19h56
Levantamento de dados é faz parte do Plano Local de Interesse Social

O secretário municipal de Habitação, Juarez Kaiser, participou da sessão desta terça-feira, 16, para apresentar o diagnóstico do Plano Local de Interesse Social – Philis. "Este projeto estende-se até 2023. Estamos preparando Novo Hamburgo para o futuro. Buscamos todas as informações sobre habitações de interesse social do Município. Já fizemos seis reuniões em bairros diversos, e temos subsídios para partir para as ações", disse. Ele salientou ainda que no dia 25 deste mês, às 19 horas, será realizada uma audiência pública sobre esse plano local – que segue diretrizes de um plano nacional.

Informações gerais
A arquiteta Eloísa Giazzon, representante da Latus, empresa contratada por meio de licitação para elaborar o diagnóstico, também repassou informações aos vereadores. Ela apontou que a ideia é conhecer a demanda da população e apresentar sugestões. "Quando se fala em habitação, temos que olhar a cidade como um todo. NH está em uma posição estratégica, e tem outro marco, o Rio do Sinos, que tem seus impactos na área urbana", frisou.

Segundo Eloísa, não há grandes problemas de habitação na área rural. Mas o crescimento populacional tem ocorrido na área urbana – onde vive a grande maioria dos habitantes de Novo Hamburgo. A cidade, porém, tem alto ou médio índice de desenvolvimento humano, dependendo do instituto que faz a medição. "Um dos problemas é o saneamento, mas isso está sendo trabalhado."

Áreas vulneráveis
Roselândia, Kephas, Canudos e Boa Saúde são alguns dos pontos com maior densidade de residências – e também onde muitas moradias são precárias, destacou Eloísa. "Quando consideramos a baixa renda e falta de estrutura, chegamos aos mesmos locais." Por isso, disse, essas são áreas de maior vulnerabilidade social. "Essas informações foram determinantes para tomarmos um rumo no desenvolvimento de uma política de habitação. A política habitacional tem que contemplar essa realidade. O município tem uma parte bem estruturada, mas tem a sua parte mais vulnerável."

Eloísa frisou que esse plano não faz uma pesquisa própria. São utilizados dados oficiais e estudos existentes. E esses dados mostram a existência de cerca de 75 assentamenos precários, que abrangem mais de 10 mil habitações, afirmou. Foram identificadas ainda mais de mil casas em áreas de riscos – ou seja, encostas, margens de arroio, terrenos sob rede de alta tensão e que sofrem com alagamento. "Em 10 anos, a população nas vilas aumentou quatro vezes. O desafio é reverter esse quadro."

Alternativas
Para Eloísa, há duas maneiras de resolver o problema de quem vive em áreas de risco. Uma delas é o reassentamento total ou parcial. Havendo viablidade de urbanização, a segunda é realizar programa de regularização fundiária. Já estão ocorrendo vários programas nesse sentido, destacou, como o Minha Casa, Minha Vida. "O Município já tem uma legislação específica para regularização fundiária, que respalda as ações."

Onde construir
Uma das questões, aponta Eloísa, é a localização dos novos programas. "Onde existe bastante estrutura, a terra é mais valorizada. A parcela mais empobrecida da população vai morar em locais com condições precárias." O Plano Diretor, diz, aponta espaços onde a iniciativa privada pode realizar ações de interesse social. "Mas é preciso regular o valor da terra para esse tipo de casas."

16/11/2010