16/11/2010 - Poluição sonora: projeto é aprovado em 2º turno
O Projeto de Lei nº 120/2010, que altera a Lei
Municipal nº 148/1992, foi aprovado em segundo turno, por unanimidade,
na sessão desta terça-feira, 16. A proposta do Executivo tem por
objetivo esclarecer aspectos relativos à poluição sonora causada por
atividades religiosas.
O PL estabelece que a propagação sonora
no ambiente externo – durante as atividades realizadas em templos de
qualquer crença – não poderá ultrapassar o limite de 85 decibéis em
zonas industriais, de 80 decibéis em zonas comerciais, e de 75 decibéis
em zonas residenciais. À noite, o limite será de 70, 65 e 60 decibéis,
respectivamente. Além disso, proíbe o uso de equipamentos
amplificadores de propagação sonora das 22 horas às 8 horas.
As
medições da propagação sonora pelas autoridades ambientais deverão
contar com representante indicado pela direção da entidade religiosa
onde se fizer a medição. Para constatação do excesso deverão ser feitas
três medições, com intervalo mínimo de quinze minutos, resultando na
média, que será o número considerado para a conclusão da existência ou
não do excesso.
A proposta ainda prevê que as medições serão
efetuadas dentro do domicílio ou estabelecimento prejudicado, com as
janelas e portas fechadas, sem prejuízo da ventilação necessária e à
distancia de 1 metro da parede e de 1,20 metro do solo.
Constatado
o excesso, será concedido prazo de 90 a 180 dias para a adequação das
instalações. A multa somente será aplicada em caso de reincidência ou
na ausência das providências determinadas pela autoridade ambiental.
Reunião
Antes
da votação, os vereadores reuniram-se no Plenarinho com representantes
de igrejas e do Executivo. Os legisladores aproveitaram a oportunidade
para sanar dúvidas em relação ao projeto. Raul Cassel (PMDB) quis saber
se empresas e outras entidades poderiam pedir equivalência, pois o
projeto aumenta o número de decibéis permitidos. Luiz Carlos Schenlrte
(PMDB) disse estar preocupado com o custo do isolamento acústico para
templos mais humildes.
A diretora de Proteção Ambiental, Karina
Romariz, explicou que a adequação sonora pode ser feita por meio de
colocação de tapetes e cortinas, por exemplo. O secretário geral de
governo, Egon Kircheen, apontou que há uma lei estadual que trata
especificamente dos templos religiosos. "Através dos pastores, ficamos
sabendo que a legislação municipal não deixava clara essa questão. Por
isso, o atual projeto apenas acrescenta um capítulo na lei municipal."
O
pastor da Igreja Universal de Canudos, Aleino da Costa, frisou que os
religiosos estavam de acordo com a proposta, pois não querem atritos
com a lei. O pastor Ênio Roberto Ferreira também afirmou o desejo de
normatização.
Após a votação, Cassel pediu que os pastores
ajudem a coibir as situações de abuso. A pedido de Ito Luciano (PMDB),
o pastor Aleino fez uma oração no plenário para abençoar a Casa.
16/11/2010