Deputada Federal Luciana Genro estará na Câmara na próxima quinta-feira
O P-SOL - Partido Socialismo e Liberdade foi fundado em junho, em Brasília, por 750 representantes vindos de 22 Estados. O impulso inicial foi dado pela senadora Heloísa Helena e deputados federais João Fontes, Babá e Luciana Genro. A chamada ala radical do PT desvinculou-se do partido em protesto a posicionamentos adotados pelo governo federal frente à questões em que os parlamentares cobraram posição mais firme. O partido está em fase de organização. Para garantir o registro definitivo precisa coletar 438 mil assinaturas. A Senadora Heloísa Helena é a presidente do partido e sua principal porta-voz.<br /><br />UM NOVO PARTIDO DE ESQUERDA É MAIS DO QUE NECESSÁRIO, É URGENTE!<br />POR LUCIANA GENRO <br />-O P-SOL nasce em um momento especial da conjuntura política do país. Elegemos Lula, o povo nutriu enormes expectativas de que esta eleição significaria grandes mudanças. A decepção é enorme. Lula deu seguimento ao modelo de FHC, traiu seus compromissos com o povo e rendeu-se aos ditames dos mercados, do FMI, das elites e oligarquias. Não é casual que seu governo é respaldado pelos partidos mais podres da política nacional. Até o PP do arque corrupto Paulo Maluf é cortejado aliado, além de Sarney, ACM, a antiga tropa de choque de Collor, entre outros. A degeneração do PT é política, ética e moral. Já não cumpre nenhum papel progressivo, mas é um instrumento de aplicação do modelo neoliberal, social liberal como foram batizados pela extrema esquerda européia os partidos social democratas que sucumbiram aos mercados. Lá, Tony Blair, Jospin... e, aqui, Lula.<br />A social democracia abandona qualquer verniz de esquerda e está claramente ao lado da burguesia e do imperialismo. Tony Blair com Bush na guerra do Iraque, Lula enviando tropas ao Haiti e omitindo-se na pressão da direita e do imperialismo para derrubar Chavez na Venezuela. Na política interna, arrocho salarial, juros altos, percentuais cada vez mais elevados do orçamento público para pagar a dívida. E ela cresce cada vez mais, tornando-nos reféns de um circulo vicioso perverso. A fome segue disseminada, assim como o desemprego e a desestruturação dos serviços públicos.<br />Quem vai seguir levantando as bandeiras de luta que o PT jogou na lata do lixo? Há milhares de ativistas, lutadores, sindicalistas, dispostos a seguir em frente, e necessitam de uma agremiação partidária que dê unidade e coerência para um projeto político que supere o PT, resgatando as lutas da classe trabalhadora, a defesa dos servidores e do serviço público, da juventude, dos desempregados. Um partido que não se entregue ao vale tudo eleitoral, fazendo alianças espúrias e adocicando seu programa para ganhar a confiança das elites. Mas que também não seja sectário, e saiba utilizar os processos eleitorais para apresentar um programa conseqüente, que tenha a coragem de defender a ruptura com o FMI, de estancar a sangria da dívida, de governar com o povo organizado e mobilizado. Somos conscientes de que isto só é possível através de uma enorme mobilização popular que passe por cima daqueles que se apropriaram do país para satisfazer seus interesses mesquinhos. É desta forma que vamos nos apresentar em 2006, com Heloísa Helena presidente. <br />O P-SOL está apenas começando e já tem uma força enorme. Nossa campanha de coleta de assinaturas para legalização do partido é um sucesso. Milhares já assinaram, mesmo quem não concorda integralmente com nossas idéias, mas nos respeita, nos admira pela coerência dos que não mudaram de lado. Eu, junto com Heloísa Helena, Babá, João Fontes, dirigentes sindicais, do movimento popular, estudantil, e simples lutadores do povo que não abrem mão de continuar a luta, não se vendem e não se rendem ao discurso fácil do pensamento único. Sabemos que o caminho não é fácil. Mas estamos otimistas pois sabemos que o povo brasileiro vai seguir lutando, e enquanto houver luta há esperança.-<br />- extraído do site ww.psol.org.br -<br />