Comissões sugerem uso de aterro de São Leopoldo
As Comissões de Saúde e Meio Ambiente da Câmara Municipal de Novo Hamburgo pretendem encaminhar ao Executivo hamburguense uma indicação sugerindo a possibilidade de o município utilizar o aterro de São Leopoldo em vez de mandar os seus resíduos para Minas do Leão. Os vereadores apontaram como um das principais vantagens a proximidade entre os duas cidades do Vale do Sinos. A distância seria reduzida de cem quilômetros para cerca de 10 quilômetros. A sugestão, que será encaminhada para o prefeito Jair Foscarini (PMDB), é resultado de uma visita dos parlamentares à Central de Reciclagem de São Leopoldo, ocorrida nesta sexta, dia 19.<br /><br />Estiveram presentes os vereadores Cleonir Bassani (PSDB), presidente da Comissão de Saúde, Gilberto Koch (PT), presidente da Comissão de Meio Ambiente, Teo Reichert (PDT), Secretário da Comissão de Saúde, Anita de Oliveira (PT), Secretária da Comissão de Meio Ambiente, e Jesus Martins (PTB), relator da Comissão de Meio Ambiente. A relatora da Comissão de Saúde, Lorena Mayer (PDT), não pôde comparecer à visitação.<br /><br />A área de pouco mais de 16 hectares na qual é depositado o lixo coletado em São Leopoldo pertence ao município, que mantém um contrato de concessão com a empresa Vega desde 2000. No Rio Grande do Sul, a companhia que é de propriedade do grupo Solví possui mais dois aterros sanitários, um em Farroupilha e outro em Canoas. <br /><br />O trabalho que vem sendo desenvolvido pela empresa no Estado foi apresentado aos vereadores de Novo Hamburgo pelo gerente de aterro da Vega Sul e gerente-geral da São Leopoldo Ambiental, Idacir Francisco Pradella. Em sua exposição, ele apontou que antes de a prefeitura de São Leopoldo estabelecer o contrato de concessão os resíduos eram dispostos sobre o solo sem nenhuma cobertura. Além disso, a usina de triagem apresentava-se sucateada, tendo como agravante a falta de condições de segurança entre os catadores de lixo. Antes de ser iniciada a recuperação da área, elaborou-se um diagnóstico ambiental. Pradella, arquiteto com mestrado em engenharia ambiental, explicou que foi traçada a curva de poluição do solo até 30 metros de profundidade para que fossem feitas valas de drenagem em torno do aterro, buscando resolver o problema da contaminação da terra. <br /><br />- A realidade do lixão de Novo Hamburgo era a mesma que existia em São Leopoldo - declarou Pradella sobre as condições encontradas na área antes da implantação do aterro sanitário.<br /><br />O vereador Cleonir Bassani (PSDB) indagou se haveria a possibilidade de Novo Hamburgo enviar os resíduos para o aterro sanitário de São Leopoldo até que a cidade tenha um local adaptado para receber o lixo. Conforme relato de Pradella, há uma lei em São Leopoldo que permite que outras cidades depositem resíduos no local. Ele lembrou que a São Leopoldo Ambiental já recebe o lixo hospitalar proveniente do município de Novo Hamburgo. <br /> <br />Sobre a possibilidade de adoção do aterro sanitário de São Leopoldo por parte de Novo Hamburgo, o vereador Betinho mostrou-se mais cauteloso, declarando que a questão deve ser bem estudada. Por sua vez, Jesus Martins viu com bons olhos a utilização de São Leopoldo como destino do lixo produzido em Novo Hamburgo. Ele apontou, contudo, que a população deve ser melhor informada sobre o assunto. Teo Reichert também mostrou-se otimista com a alternativa. <br /><br />A vereadora Anita Lucas de Oliveira (PT) indagou se o lixo recolhido pela empresa é tapado de tempos em tempos. Pradella esclareceu que esse trabalho é realizado pela empresa, havendo ainda drenos internos ligados aos queimadores de gás. <br /><br />Conforme os dados repassados pelo gerente-geral da São Leopoldo Ambiental, o material reciclável atingiria no máximo 15%, enquanto o volume de lixo que é aterrado somaria 85%. <br /><br />DENÚNCIA<br /><br />Em setembro, munido de mais de 80 fotos feitas ao longo de três semanas, o vereador Teo Reichert (PDT), secretário da Comissão de Saúde, apontou que os catadores em Novo Hamburgo estariam fazendo a coleta em condições desumanas, sem luvas e equipamentos de proteção. <br /><br />Durante a visita desta sexta ao aterro sanitário e à usina de reciclagem de São Leopoldo, Teo verificou que os trabalhadores cooperativados utilizam luvas de proteção para a separação dos resíduos. Acompanharam a visitação o gerente de aterro da Vega Sul e gerente-geral da São Leopoldo Ambiental, Idacir Francisco Pradella, o encarregado de aterro, Celso Fernandes da Silva, e Roberto Lange, da empresa de comunicação Proativa.<br /><br />